Capítulo 11: A Chegada à Rússia

A brisa gelada da Rússia fez Rafael fechar os olhos por um instante, enquanto o avião tocava o solo russo. A viagem fora longa, mas o pensamento de que estava prestes a iniciar uma nova fase o animava de um jeito que ele não conseguia descrever. Lara estava ao seu lado, sua presença uma constante fonte de conforto e força. Eduarda e Sebastiana estavam mais à frente, se acomodando entre as novas arrumações do hotel, enquanto Rafael e Lara se preparavam para se deparar com o chefe da máfia russa.

A chegada ao hotel foi tranquila, mas havia uma tensão no ar. Rafael sabia que, ao sair daquele hotel, ele estaria entrando em um mundo ainda mais perigoso, onde as regras que ele conhecia seriam colocadas à prova. Não havia mais volta agora, a decisão estava tomada. Ele olhou para Lara, que parecia absorver cada momento com uma calma surpreendente. Mas ele sabia, ela também estava nervosa.

— Estamos prontos para isso? — Lara perguntou, como se estivesse lendo seus pensamentos.

Rafael sorriu, embora sua mente estivesse a mil. A resposta que ele desejava dar não era tão simples, mas ao olhar para ela, percebeu que não havia outra escolha. Ele tinha que seguir em frente. Não só por ele, mas também por ela, por Eduarda.

— Não temos escolha, Lara. Temos que seguir em frente.

Eles trocaram um olhar, um olhar que falava mais do que palavras poderiam expressar. Em breve, estariam frente a frente com o homem que decidiria se Rafael teria a oportunidade de se redimir ou se perderia tudo.

No caminho até o galpão, o coração de Rafael batia acelerado. Ele sabia que a chegada até ali não tinha sido fácil, e, agora, seria ainda mais difícil. Mas a chance de uma nova vida o motivava.

Chegando ao destino, eles foram recebidos por alguns homens que pareciam não mostrar expressão, mas que, ao olhar para Rafael e Lara, deixaram claro que estavam ali para protegê-los. A tensão no ar era palpável, mas nada os prepararia para o que estava prestes a acontecer.

Ao entrarem no galpão, Rafael olhou ao redor, procurando o chefe. Porém, como esperado, ele não estava lá. Apenas os homens de confiança dele estavam presentes. Mas algo em seu olhar dizia que aqueles homens eram mais que simples empregados – eram aliados, como ele. Os olhos deles estavam fixos nele, estudando-o, avaliando-o.

Foi então que ele o viu. Wagner Moscovis, o avô de Eduarda, estava sentado em uma mesa no canto do galpão, observando-os com uma calma assustadora. Seus olhos pareciam penetrar na alma de Rafael, avaliando cada movimento, cada respiração.

Rafael deu um passo à frente, com a respiração pesada, mas com a determinação de quem sabia o que estava fazendo.

— Senhor Wagner, — Rafael começou, com um respeito calculado. — Eu vim até aqui por uma razão. Para proteger sua neta, Eduarda. E sei que, com isso, estou me colocando sob sua proteção também.

Wagner levantou uma sobrancelha, ainda sem dizer uma palavra, mas a tensão se dissipou um pouco. Ele olhou para Rafael com um semblante de quem já sabia o que ele queria, e o silêncio entre eles se arrastou por alguns segundos, antes de Wagner finalmente falar.

— Você tem coragem, Rafael. E isso, por aqui, é algo raro. Não só protegeu minha neta, como se arriscou para fazer isso. Eu vi o que você fez. Vi sua lealdade.

Rafael não sabia se aquilo era um elogio ou uma ameaça velada, mas não se deixou abalar. Ele sabia que sua missão estava em jogo ali.

— Eu não espero perdão, nem reconhecimento. Só uma chance de recomeçar. Eu… eu não sou mais o homem que fui.

Wagner o observou por mais alguns segundos, sem demonstrar reação. Então, com um gesto discreto, ele indicou que os homens à sua volta relaxassem. A atmosfera mudou.

— Vou te dar essa chance, Rafael. Mas saiba que, aqui, nossa palavra é mais forte do que qualquer outra coisa. Se você falhar, a consequência será a morte. Não existe redenção sem sacrifícios. Você não só protegerá minha neta, mas terá que provar que pode ser digno do que está pedindo.

Rafael sentiu o peso das palavras de Wagner, mas algo dentro dele se acendeu. Ele tinha a chance que procurava, a chance de se redimir.

— Eu farei o que for necessário. — Ele disse com firmeza, e, pela primeira vez em muito tempo, sentiu que poderia ter um futuro, uma nova vida.

Wagner se levantou, caminhando até Rafael, colocando a mão no ombro dele com uma força impressionante.

— Vamos ver se você é digno do que promete, então. Mas lembre-se, não há espaço para falhas aqui.

A conversa terminou ali, mas para Rafael, aquilo significava mais do que um simples acordo. Era o início de uma nova jornada. E, com Lara ao seu lado, ele sabia que poderia enfrentar qualquer desafio que seguisse.

Parte 2: A Proteção da Herdeira

Rafael estava em pé, o ambiente ao redor era sombrio, quase opressor. As palavras de Wagner ecoavam na sua mente como uma sentença irrevogável. Ele sabia que seu passado, as mortes que cometeu, a vida que escolheu antes de Eduarda e até mesmo os feitos que o tornaram um dos assassinos mais procurados do país, agora estavam prestes a ser postos à prova de maneira definitiva.

Wagner, com sua postura fria e calculista, olhou para ele com um semblante sério.

— Rafael, o que você fez para proteger essa menina não passa despercebido. — disse Wagner, os olhos penetrantes observando cada movimento do ex-assassino. — Mas você não pode mais lutar sozinho. Ela é a única herdeira do meu império. minha neta filha de Elizabeth, minha filha. E por isso, você precisa saber que agora a responsabilidade é ainda maior.

Rafael sentiu o peso dessas palavras. Eduarda não era apenas uma menina. Ela era a herdeira de um império de sangue, e sua vida estava em risco, assim como a dele.

— Eu sei o que isso significa — respondeu Rafael, engolindo em seco. — Eu lutei por ela, matei por ela. Não posso deixar que a protejam por nada. Mas quem está disposto a me ajudar, Wagner? Quem pode garantir que ela estará segura se não eu?

Wagner suspirou e fez um gesto com a mão, como se dissesse que o assunto estava decidido.

— Eu já garanti. Mas você vai precisar trazer a menina até mim. Ela está em um hotel, em um local seguro. — disse Rafael, com uma calma que contrastava com o perigo iminente que pairava sobre todos ali. — Eu não confio em mais ninguém além de você. Vá até lá, traga Eduarda, e a mantenha sob minha proteção.

Rafael sabia que não poderia hesitar. Ele olhou para Lara, que estava ao seu lado, silenciosa, mas com os olhos cheios de determinação. Juntos, sabiam que aquela missão não seria apenas difícil; seria crucial para a sobrevivência de todos.

A caminho do hotel onde Eduarda se encontrava, o clima estava tenso. Lara, sempre prática, olhou para Rafael e falou:

— Essa menina... ela tem só 9 anos, Rafael. Você tem certeza de que ela vai entender o que está acontecendo?

Rafael apertou o volante com força. A responsabilidade era imensa, e o medo de falhar o consumia. Mas ele sabia o que precisava fazer.

— Ela não tem ideia de tudo o que está por vir. Mas vou fazer com que ela entenda que não é uma escolha, Lara. É proteção. Eu sei o que estou fazendo.

O carro parou em frente ao hotel, e Rafael, junto com Lara e a mãe Sebastiana, se aproximaram da entrada. Eduarda estava em uma sala, isolada do caos que se desenrolava fora. Ela era uma menina calma, mas o medo estava em seus olhos, como se soubesse que algo estava acontecendo, algo grande.

Quando a porta se abriu, Rafael a viu sentada na cama, seus olhos fixos em algo distante, como se estivesse tentando entender seu lugar naquele mundo que parecia ter mudado tão rápido. Ela estava assustava, mas ainda assim, sua presença era tranquila.

Sebastiana foi a primeira a se aproximar, com um sorriso suave, no fundo, ela já sabia que eles vieram em busca de Eduarda.

Rafael, com sua experiência em situações assim, sabia que a chave estava em ser direto, sem pressa, sem pressões.

— Eduarda... — Rafael disse com firmeza, mas com um tom suave. Ela olhou-lhe, os olhos grandes e curiosos, mas ainda assim com receio. — o meu trabalho para proteger você acaba aqui e agora, você precisa vir comigo. O seu avô está a sua espera.

— Ele parou, sabendo que isso poderia ser um choque para a menina. — Você precisa ir para um lugar seguro e nada melhor que nós braços do amor de uma família.

Eduarda franziu a testa, confusa, mas era evidente que ela sentia a seriedade da situação. Ela sabia que algo não estava certo, mas o que, exatamente, ela não conseguia compreender.

Lara se ajoelhou ao lado dela, oferecendo uma voz suave e maternal:

— Querida, você vai estar segura com ele. Não tenha medo. O seu avô é muito poderoso, e ele quer garantir que você fique protegida.

A menina olhou para as duas, e, pela primeira vez, um semblante de confiança começou a se formar. Sabia que não tinha outra opção, que seus pais não estariam ali para defendê-la.

— Onde estamos indo? — perguntou Eduarda com a voz baixa, ainda assustada.

Rafael se aproximou dela e, com uma leve pressão nos ombros, a guiou para a porta.

— Para um lugar seguro. É tudo o que você precisa saber agora. Vai ficar tudo bem, eu prometo.

E com isso, eles saíram do hotel, com Eduarda em segurança, mas com todos os envolvidos conscientes do perigo que estavam prestes a enfrentar. O peso da herança de Eduarda e as responsabilidades de Rafael agora estavam irremediavelmente ligados.

Parte 3: A Jornada de Proteção

O caminho até o local seguro estava coberto de neblina, com os faróis do carro iluminando a estrada deserta à frente. A tensão entre os ocupantes do veículo era palpável, mas algo em Rafael estava mudando, uma sensação de responsabilidade que o envolvia mais do que qualquer missão anterior. Agora, ele não estava apenas lutando pela sua sobrevivência ou pela sua redenção; ele estava lutando pela vida de Eduarda, e isso fazia toda a diferença.

Lara, que até então se mantinha calada, se virou para ele durante o trajeto, os olhos fixos em sua expressão tensa.

— Rafael, você está bem? — ela perguntou com a voz baixa, mas carregada de preocupação. — Eu sei o peso dessa missão, mas você não pode carregar tudo sozinho. Você já tem tanta coisa para pensar...

Ele olhou para ela, tentando transmitir algo de confiança, mas sabia que o peso da missão estava começando a pesar mais do que o esperado. As palavras de Wagner ainda ecoavam em sua mente, e ele sentia que, para proteger Eduarda, ele teria que fazer escolhas que nem ele mesmo sabia se seria capaz de enfrentar.

— Eu sei, Lara... — ele respondeu com uma leve exaustão na voz. — Mas agora, não tem mais volta. Eu prometi a ele, prometi a Eduarda, e, mais do que isso, prometi a mim mesmo que faria o que fosse necessário para garantir a segurança dela. E isso não é uma opção, é uma missão de vida ou morte.

Lara assentiu, sem dizer mais nada, mas o olhar dela dizia tudo. Ela sabia que ele estava determinado, e isso a tranquilizava de alguma forma.

Quando finalmente chegaram ao local seguro, uma propriedade isolada na região montanhosa da Rússia, o cenário parecia mais sinistro do que jamais haviam imaginado. As sombras das árvores e o vento gélido davam uma sensação de que estavam prestes a entrar em um território desconhecido e perigoso. Eduarda, ainda em choque, olhou pela janela, os olhos grandes de curiosidade e medo. Ela não compreendia tudo o que estava acontecendo, mas sentia que sua vida nunca mais seria a mesma.

Rafael estacionou o carro e, sem perder tempo, saiu e se aproximou de Eduarda. Ele sabia que ela estava assustada, mas precisava ser firme, sem dar espaço para dúvidas.

— Eduarda, — ele disse com voz calma, mas firme, — estamos quase lá. Eu sei que você está com medo, mas quero que saiba que agora você está segura. O seu avô te espera e, com ele, você vai estar protegida.

Ela olhou para ele, os olhos um pouco marejados, tentando entender as palavras. A menina respirou fundo e, pela primeira vez, um leve suspiro de alívio saiu de seus lábios.

— E se... e se eu nunca mais ver você tio? — Eduarda perguntou, a voz falhando.

A dor nas palavras dela tocou o coração de Rafael. Ele se agachou ao lado dela, colocando a mão no ombro dela.

— Eu não posso prometer que você verá todos os dias como antes, mas posso prometer que farei tudo para garantir que você tenha uma vida segura, longe de tudo o que te ameaçou até aqui. Você não está sozinha, Eduarda. Tem muitas pessoas ao seu lado, e agora, você tem a proteção do seu avô.

Eduarda parecia um pouco mais tranquila, embora o medo ainda estivesse em seus olhos. Ela não entendia totalmente o que estava em jogo, mas Rafael sabia que ela começaria a entender a realidade ao seu redor em breve.

Eles entraram na propriedade, e o ambiente estava ainda mais imponente e isolado do que eles haviam imaginado. O silêncio era profundo, mas uma sensação de segurança também se fazia presente. Quando atravessaram o portão e chegaram à entrada da mansão, uma figura imponente apareceu na porta. Era Wagner, com sua postura firme e seu olhar calculista.

— Bem-vindo, Rafael. — Ele disse, com um sorriso sutil. — Eu vi sua lealdade, mas saiba que agora sua lealdade será testada de maneiras que você jamais imaginou.

Rafael não respondeu, mas sabia que aquelas palavras estavam carregadas de um significado profundo. Ele olhou para Eduarda, que estava ao seu lado, agora segura em seu abraço, mas ainda com os olhos marcados pelo medo e pela confusão.

— A partir de agora, você estará segura, Eduarda. Não haverá mais ninguém para te machucar. Você vai crescer em paz, com amor e proteção.

Eduarda olhou para o avô, e pela primeira vez, um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.

A jornada de proteção estava apenas começando.

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