Capítulo 5 – Laços de Sangue e Guerra

O sol nascia lentamente sobre a ilha, tingindo o céu de tons dourados. Lara ainda estava aninhada nos braços de Rafael, o corpo quente contra o dele. Pela primeira vez em anos, ele sentiu um lampejo de paz. Mas sabia que era apenas um momento passageiro.

Ele deslizou os dedos pelos cabelos dela, observando seu rosto sereno enquanto dormia. Não queria acordá-la, mas tinha muito a fazer.

Rafael se levantou com cuidado, vestiu-se rapidamente e saiu da cabana. Ao lado, Dona Sebastiana já estava de pé, mexendo em algumas ervas que havia colhido na noite anterior.

— Dormiu bem? — ela perguntou, sem nem olhar para ele.

— O suficiente.

— Não sei se a Lara teria a mesma resposta — disse a senhora com um sorriso de canto.

Rafael revirou os olhos. Dona Sebastiana sempre soube demais.

— Preciso que tome conta delas mais uma vez. Eu preciso voltar para a cidade.

Ela parou de mexer nas ervas e o encarou.

— Vai atrás desse tal de Dante?

Rafael assentiu.

— Se não acabar com ele agora, ele nos encontrará.

Sebastiana respirou fundo, cruzando os braços.

— Então vá e volte vivo. Essa garota acredita em você. Não a decepcione.

O Inimigo se Move

Enquanto Rafael se preparava para partir, em um luxuoso prédio na cidade, Dante Herrera recebia uma notícia inesperada.

— Senhor, Rafael está vivo.

Dante girou lentamente em sua poltrona de couro, encarando o homem que lhe trazia a informação.

— Tem certeza?

— Sim, nossos homens o localizaram em um porto afastado, e ele entrou em contato com um ex-membro do grupo.

Dante sorriu, levando o charuto aos lábios.

— Então ele quer guerra... Ótimo. Eu adoro caçadas.

Nesse momento ele pegou o celular e ligou para o Sebastian avisando que Rafael foi localizado!

O Plano de Rafael

Rafael chegou à cidade com cautela, mantendo-se nas sombras. Ele precisava de aliados e, além de Vicente, havia apenas uma pessoa que talvez aceitasse ajudá-lo: Enzo Vasquez, um ex-informante da organização, agora dono de um pequeno bar no subúrbio.

Quando entrou no estabelecimento, Enzo quase derrubou o copo que segurava.

— Santo Deus! Rafael?!

— Preciso falar com você. Agora.

Enzo olhou ao redor, desconfiado, e fez sinal para que Rafael o seguisse para um cômodo nos fundos.

— O que você quer, Rafael ?Achei que estivesse morto.

— Quero Dante. E preciso da sua ajuda para chegar até ele.

Enzo soltou uma risada nervosa.

— Você é maluco! Aquele desgraçado tem mais segurança do que um presidente. Se quer matá-lo, vai precisar de muito mais do que coragem.

— É por isso que estou aqui. Sei que você ainda tem contatos. Quero informações.

Enzo respirou fundo, coçando a cabeça.

— Eu sei onde ele estará daqui a dois dias. Mas não será fácil chegar até ele.

Rafael sorriu.

— Nada nunca foi.

Um Beijo de Despedida

Na ilha, Lara andava de um lado para o outro, preocupada. Quando viu Rafael se aproximar da lancha para partir, correu até ele.

— Você está mesmo decidido a fazer isso?

— Eu preciso.

Lara segurou o rosto dele entre as mãos, os olhos cheios de emoções conflitantes.

— Só prometa que vai voltar.

Ele a puxou para um beijo intenso, cheio de promessas silenciosas.

— Eu volto.

Então, sem olhar para trás, Rafael partiu. E a guerra começava de verdade.

Parte 2: A Caçada Começa

As ruas da cidade estavam iluminadas pelo brilho dos postes e letreiros neon quando Rafael deixou o bar de Enzo. A informação que recebera era valiosa: Dante estaria presente em um evento privado no Cassino Imperial, um local luxuoso frequentado pela elite e pelos mais perigosos criminosos. Era a oportunidade perfeita para se aproximar do inimigo.

Mas ele sabia que não poderia agir sozinho. Precisava de um plano sólido e, acima de tudo, da pessoa certa para ajudá-lo a entrar sem ser detectado.

A Reunião Secreta

Rafael dirigiu até um prédio discreto no centro da cidade e subiu até o último andar, onde encontrou Vicente esperando por ele.

— Então, você está mesmo disposto a fazer isso? — Vicente perguntou, cruzando os braços.

— Não tenho escolha. Dante já sabe que estou vivo. Se eu não agir rápido, ele vai me caçar primeiro.

Vicente assentiu lentamente.

— Eu posso te conseguir um disfarce e uma entrada segura no cassino. Mas uma vez lá dentro, você estará sozinho.

— Não será um problema — Rafael garantiu.

— Certo. Então você precisa de uma acompanhante para passar despercebido. Vai ser mais fácil entrar no evento com uma parceira do que sozinho.

Rafael franziu a testa.

— Eu não tenho ninguém para isso.

Vicente sorriu de canto.

— Tem, sim. Lara.

Rafael hesitou. A ideia de colocá-la em perigo o incomodava, mas ele sabia que Vicente estava certo. Lara era inteligente, discreta e, acima de tudo, alguém em quem ele confiava.

A Escolha de Lara

De volta à ilha, Lara esperava ansiosa pela volta de Rafael. Quando o viu se aproximar da cabana, foi até ele de imediato.

— Você conseguiu alguma coisa?

— Sim, mas preciso da sua ajuda.

Ela arqueou a sobrancelha.

— Minha ajuda?

— Preciso entrar no evento onde Dante estará. E para isso, preciso de uma acompanhante.

Lara cruzou os braços.

— E você pensou em mim?

— Você é a única pessoa em quem confio.

Ela suspirou, analisando a situação.

— Isso é perigoso, Rafael.

— Eu sei. Mas eu prometo que não vou deixar nada acontecer com você.

Ela o encarou por alguns segundos e, então, sorriu levemente.

— Então vamos acabar com isso juntos.

Rafael puxou Lara para um beijo intenso. Agora, não havia mais volta. A guerra contra Dante Herrera estava prestes a explodir.

Parte 3: A Verdade Revelada

O salão privado do cassino era luxuoso, com paredes revestidas de mármore e um lustre dourado que iluminava o centro do ambiente. Mas, naquele momento, Rafael só enxergava uma coisa: Dante Herrera, sentado à sua frente, os olhos frios e calculistas.

Lara havia feito sua parte. Com charme e inteligência, distraíra os seguranças e convencera Dante a acompanhá-la até aquele local isolado. Agora, ele estava sozinho.

Dante olhou para Rafael e sorriu de canto.

— Eu sabia que você viria.

— Então sabe que não tem como sair daqui.

O criminoso cruzou as pernas com tranquilidade, como se estivesse no controle da situação.

— Você sempre foi muito bom no que faz, Rafael. Mas cometeu um erro.

Rafael sacou sua arma e apontou para ele.

— E que erro foi esse?

Dante sorriu, ajeitou o terno e inclinou-se para a frente.

— Você não terminou o serviço.

O silêncio se estendeu por um segundo. Rafael manteve a arma firme, sem demonstrar reação.

— Do que você está falando?

Dante riu, um som grave e carregado de ironia.

— Eu sei que você acha que fez a coisa certa. Mas os homens do Sebastian encontraram vestígios. Eles sabem que a herdeira ainda está viva.

O coração de Rafael acelerou. Ele tentou manter a expressão impassível, mas dentro de si, um turbilhão de pensamentos se formava.

Dante o observou atentamente.

— Ah... Então você sabe exatamente do que estou falando.

— Se sabe tanto, me diga quem é essa herdeira.

Dante inclinou a cabeça e limpou um traço de sangue dos lábios com a mão.

— Dois anos atrás, eu fui pago para acabar com uma família. Mas o alvo principal, a verdadeira herdeira, escapou. E tudo graças a você.

Rafael cerrou os punhos. Ele lembrava daquela missão. Tinha recebido ordens para eliminar todos, mas no último momento, não conseguiu puxar o gatilho ao ver uma criança assustada. Ele a escondeu e forjou a cena para que parecesse um massacre bem-sucedido.

— Eduarda. — O nome saiu de seus lábios antes que pudesse evitar.

Dante sorriu.

— Então você sabe.

Antes que pudesse terminar a frase, Rafael avançou e desferiu um soco poderoso no rosto de Dante, fazendo-o cair no chão. Sangue escorreu de sua boca, mas ele continuou rindo.

— Você pode me matar, Rafael, mas Sebastian já está a caminho. Ele não vai parar até encontrá-la.

Rafael recuou um passo, processando a informação. Ele sabia que Dante não estava mentindo. Sebastian era implacável.

— Então tenho que acabar com ele antes.

Dante soltou uma risada sarcástica.

— Boa sorte com isso. Você está em desvantagem.

Rafael ergueu a arma novamente e olhou diretamente nos olhos de Dante.

— Por isso estou te oferecendo uma sociedade.

Dante arqueou a sobrancelha, surpreso.

— Sociedade? E o que exatamente você tem para me oferecer?

Rafael sorriu friamente.

— Sua vida.

Antes que Dante pudesse reagir, Rafael puxou o gatilho. O tiro ecoou pelo salão, e Dante caiu no chão, sem vida.

A Fuga

O disparo alertou os seguranças. Em poucos segundos, passos apressados ecoaram pelo corredor. Rafael guardou a arma rapidamente e correu até a porta, onde Lara já o esperava.

— O que você fez? — ela perguntou, alarmada.

— O necessário. Agora vamos!

Eles saíram do cassino antes que os homens de Dante pudessem alcançá-los. Rafael dirigiu rapidamente pelas ruas escuras, evitando o caminho para o píer.

— Não podemos voltar para ilha minha mãe e Eduarda. Eles podem estar nos seguindo.

Lara assentiu, mesmo ainda abalada.

O Conflito Entre Rafael e Lara

Eles pararam em um hotel discreto e alugaram um quarto para passar a noite. Mas o silêncio entre os dois era tenso.

Lara finalmente quebrou o silêncio.

— Você o matou.

Rafael suspirou, passando as mãos pelo rosto.

— Eu precisava fazer isso.

— Precisava? Ou queria?

Ele a encarou, vendo a decepção em seu olhar.

— Lara, Sebastian é um monstro. Se eu não eliminar todas as forças dele, nunca estaremos seguros.

Ela balançou a cabeça.

— Isso não é redenção, Rafael. Isso é vingança.

Ele não respondeu de imediato. Apenas encarou o chão, sentindo o peso das palavras dela.

— Se você continuar nesse caminho... vai se tornar igual a eles.

Rafael respirou fundo, sabendo que Lara estava certa. Mas também sabia que, enquanto Sebastian estivesse vivo, a vida de Eduarda estaria em perigo.

A questão era: até onde ele estava disposto a ir para protegê-la?

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