PRIMEIRO BEIJO

Após o almoço, todos se sentaram para conversar na parte externa da casa.

_ Estamos muito contente com a vinda de vocês. Disse Jadiane.

_ Sim, qualquer pessoa que esteja pronta para salvar o nosso filho e alfa será sempre bem vinda!

_ Nós agradecemos, e estamos a fazer o possível para ajudar mais. Disse Luara.

_ Eu ainda estou surpresa com as suas visões Luara. Disse Daniel.

_ Eu entendo o Senhor, e gostaria de justificar de outra forma, mas o que eu contei foi o acontecido.

_ Acredita mesmo que o Teslan está em perigo? Perguntou Deslan.

_ Tenho certeza. Respondeu Luara.

_, Mas, não sabe de onde vem o perigo. Perguntou Dante.

_ Tudo o que posso dizer é o que está no diário.

_ Nosso pai, é bruxo de primeira ordem, e ele descobriu uma poção que irá ajudar a bloquear, o feitiço de controle de Teslan.

_ Eu não me sinto sob controle. Disse Teslan.

_ É que o feitiço é ativado apenas pelo perfume. Se você não sente, não é controlado.

_ Então, ele tem que estar próximo. Falou Deslan.

_ Ela, é uma fêmea. Disse Luara.

_ Luara, disse estar a ter as visões a 3 anos. Porque alguém seria tão meticuloso, cuidadoso e demoraria tanto para acabar com o Teslan? Perguntou Deslan.

_ Porque ele tem um plano maior. Não é destruir Teslan. É destruir os filhos do eclipse. O alfa é o caminho. Disse Luara.

Ela continuou:

_ Ele quer destruir de dentro para fora, eliminar os vestígios dessa alcatéia. Observem se houve perdas nos últimos três anos?

_ Como assim perdas? Perguntou Teslan.

_ Quebra de contrato, vazamento de informações, acidentes, operações que não deram certo. Coisas que não compreenderam o que houve de errado.

Teslam, Deslan e o seu pai entreolharam-se, nos últimos três anos o que ela falou, ocorreu mais do que nos outros anos.

_ Entendi. E o que podemos fazer para lidar com isso. Perguntou Dante.

_ Não deixem o Teslan sozinho. Com absolutamente ninguém. Que ele esteja sempre acompanhado de outra pessoa. Respondeu

_ Meu irmão, agora vai precisar de uma baba. Disse Ayla.debochada.

_ Tô adorando a idéia, maninho, quero ver até quando irá conseguir ter gente o tempo todo te seguindo.

_ Ayla!!! Ralhou o seu pai.

_ Que foi?! Eu só acho uma pena o foco ser apenas o Teslan, poderia ser o Senhor também . Ela respondeu o seu pai.

_ Sabia que a Flora tem 15 anos e pode sair com as amigas?! Veja só?! Vocês estão a admirar uma adolescente normal. Ayla desabafou.

_ Filha, sabe porque fazemos o que fazemos. Disse a sua mãe.

_ Eu sei, e já falei e repito: não me importo. Não pense por um segundo que irei retroceder na minha determinação de não falar com vocês. Hoje é uma exceção, pelas meninas. Disse Ayla e saiu.

O clima ficou tenso, as palavras de Ayla continha muita revolta e dor.

A garota estava a sofrer, e os adultos que ficaram também.

Melissa falou:

_ Tudo isso por minha causa. Ela estava triste.

_ Não é por sua causa. Ela está crescida, mas dia menos dias teremos que fazer concessões a ela.

Melissa estava com olhos cheios de água.

_ Luara e suas irmãs não estão entendendo nada. Falou Daniel.

_ Sim, realmente não estamos. Falou Cristal.

_ Gostariam de saber a nossa pior história? Disse Jadiane.

_ Se não causar mais dor, sim. Respondeu Luara.

_ Caso contrário, não há necessidade de contar. Continuou a falar.

Melissa suspirou:

_ Eu perdi uma filha a muitos anos atrás. Disse Melissa.

Ela contou a história de Calissa.

Ao terminar, os seus olhos estavam cheios de água. E a sua expressão era vazia e longe.

Luara, Flora e Cristal se olharam, o silêncio falou muito. Depois elas conversariam.

_ E essa é a história. Por essa razão a gente redobrou os cuidados com Ayla, porém ela está revoltada, e não está falando comigo, seu pai e irmão a quase um mês. Explicou Jadiane.

_ Eu compreendeu ela. Disse Luara.

_ Eu também! Falou Cristal.

_ Olha, eu sei que a situação é delicada, mas quem aqui gostaria de ser impedida de viver o melhor da vida? Disse Luara.

_ Eu não consigo me ver na situação da Ayla, e tenho certeza que nem a Flora ou a Luara. Disse Cristal.

_ Os nossos pais sempre foram protetores, mas nunca nos fizeram sentir que somos incapazes. Disse Cristal.

_ A Ayla tem que ter confiança em contar tudo para vocês, e o que eu sinto é que se não confiam nela, ela não irá confiar em vocês.

Os pais de Ayla ficaram a analisar aquelas palavras.

_ Não sabemos como iniciar essa nova fase. Estamos cheios de medo. Disse Daniel.

_ Que tal começar a deixar ela passear comigo e com as minhas irmãs? Falou Luara.

_ Seria um bom início. Disse Jadiane.

_ Então, se ambos concordarem, poderei sempre vir buscá-la para ficar conosco, ou podemos ficar com ela aqui.

Os pais da Ayla concordaram.

Flora foi a que mais ficou contente com a decisão:

_ Oba! Gostei de Ayla quando a vi. Saber que poderei ficar próxima a ela, é muito bom. Obrigada a todos. Posso dar essa notícia para ela?

Aurora e Daniel sorriram e permitiram:

_ Ela estará em um dos seus lugares preferidos. Luize irá acompanhar-te.

Flora agradeceu e saiu em busca da nova amiga.

Logo elas estavam de volta, Ayla abraçou os pais, era nítido que o combinado tinha-lhe agradado.

_ Obrigada! Obrigada! Obrigada!

_ Se os seus pais permitirem, hoje mesmo poderá ir connosco, e amanhã te traremos de volta.

_ Sim, com condições. Disse Daniel.

Ayla mudou a expressão:

_ Eu sabia! Sempre tem condições, nada pode ser livre.

Flora aproximou-se e disse para ela:

_ Vamos ouvir primeiro.

Ayla concordou.

_ Terá segurança.

_ Terei observadores e fofoqueiros, o senhor quer dizer. Disse Ayla desgostosa.

Cristal e Flora por sua vez adoraram a ideia e não esconderam:

_ Segurança? Armados e perigosos? Falou Flora.

_ Prontos para salvar e pular na frente da gente? Agora foi a vez de Cristal.

_ Nos levando no shopping? Carregando as sacolas? Continuou Flora.

_ As pessoas olhando, eles usando óculos pretos, lindos, fortes. Falou Cristal.

_ Prontos para matar! Falaram juntos.

Cristal e Flora olharam para Ayla com olhos suplicantes:

_ Por favor!!!

Todos caíram na risada, incluindo a Ayla, que acabou concordando.

_ Vamos ver se irão gostar de serem vigiadas. Disse ela.

_ Não é vigilância é segurança. Respondeu Luara.

Elas ficaram um pouco mais conversando, porém Teslan chamou Luara para o acompanhar até o seu escritório.

Ele gostava de estar perto dela, sua presença trazia paz.

_ Vocês conquistaram meus pais, tios e o Deslan.

_ E você? Será que já confia em mim?

_ Sim. Depois que li o seu diário, eu compreendi que o que me falou é sério.

Luara se aproximou e pegou a sua mão:

_ Sim Teslan! Tudo que te contei é sério. As visões tem por finalidade permitir que se salve. E eu não quero que nada de mal te aconteça.

Teslan correspondeu ao toque e disse:

_ Também não quero que nada aconteça de ruim, a mim e a você. Se tornou importante para o meu coração.

Luara sentiu vontade de abracá-lo, e acabou fazendo isso.

Ambos sentiram seus aromas, Luara sofria pois sentia que ele ainda não conseguia identificar que era a sua Luna.

E Teslan só queria beija-la.

Quando ele passou suas mãos por sua cintura a puxando para mais perto, Luara se entregou.

Os lábios se tocaram e algo explodiu entre eles, suas bocas, seus corpos, suas almas, se encaixaram perfeitamente.

O beijo foi lento, doce e longo.

Não havia pressa nas línguas que se exploravam e reconheciam seus gostos.

O beijo parou quando a necessidade de ar chegou.

As bocas se separaram, porém, os corpos não.

Teslan beijou o alto da sua cabeça.

_ Não sei o que está acontecendo, mas isso é muito bom.

Luara ficou mais um pouco, em seus braços e depois saiu.

_ Eu também estou achando bom. Ela sorriu para ele.

Eles escutaram a sua irmã Flora chamando-a, e deixaram o escritório, Teslan manteve as suas mãos unidas sem perceber.

_ Aqui Flora! Respondeu Luara.

Flora olhou para as mãos entrelaçadas mas nada disse.

_ Precisamos ir. A poção precisa ser trabalhada.

_ Então vamos. Disse Luara.

Elas foram ao encontro dos outros.

Luara soltou a mão de Teslan antes de chegar ao jardim, onde todos estavam esperando.

Ayla tinha uma pequena mala, e estava empolgada por poder ir junto.

_ Ligarei para a senhora mamãe. Disse ela.

_ Vou esperar!

As três entraram no carro e deram partida. Dois carros com segurança faziam a escolta, um na frente e outro atrás.

_ Estou me sentindo poderosa! Falou Cristal.

Todas riram e o caminho foi feito tranquilamente.

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