Mais uma trapalhada.

Bruno levou o seu pai para morar com ele, não tenho mais por que ir até o Leme. O apartamento foi dado a seu Osvaldo e dona Cecília por meus pais, como gratidão por seus longos anos de serviços prestados a minha família, Bruno está com as chaves… preciso delas, preciso ver aquela garota mais uma vez e, perguntar por que uma moça tão jovem e bonita, precisa vender o seu corpo… não que não seja uma profissão! Penso em ligar e pedir, mas teria que contar o por que as quero… droga! Se eu contar uma parte, terei que contar tudo. Tento pensar numa mentira que ele pudesse acreditar, mas como excelente advogado que é, e me conhecendo do jeito que me conhece, eu não teria nenhuma chance contra ele, direi meia verdade!

Chego na empresa e ele ainda não está,começo meu dia já estressado quando quero uma coisa,quero pra ontem.Olho o relógio de cinco em cinco minutos,e ele não aparece.Grito Angélica minha secretária,pelo meu tom de voz ela já sabe que não estou no meu melhor dia,ela entra na minha sala com os olhos arregalados,eu respiro e digo.

_Onde está o Bruno?

_Ele não vem hoje senhor, disse que precisa resolver assuntos pessoais.

Assinto com a cabeça e ela sai, não posso sair daqui agora e não queria ligar, será uma conversa longa e detesto ficar muito tempo ao telefone.

Sigo a minha rotina normal, ainda é segunda-feira, mais tarde ligo-lhe e vejo se, podemos jantar ou se posso passar na sua casa.

Um dos hotéis que comprei em São Paulo está a ser reformado, mandei toda a planta do que quero que seja feito, adoro fazer os meus projetos e vê-los prontos, irei até lá daqui a uma quinzena acredito que, já esteja bem adiantado. Ligo pra a minha equipe de trabalhadores que estão lá,sinto-me feliz por tudo estar a caminhar da maneira que planei, sempre quis ser arquiteto e nos últimos dias tenho pensado muito em fazer outra faculdade, dessa vez de engenharia civil. Mudar um pouco o rumo da vida,vai-me fazer bem. Eu nunca sonhei em ser empresário, apenas continuei os negócios do meu pai, o que gosto mesmo é construir...sejam hotéis,casas ou sonhos...

Saio da empresa e ligo para Bruno,não posso mais adiar.Ele está em casa e me convida pra jantar,digo que estou a caminho e sigo em direção a sua casa.Chego e ainda é cedo, Alexandre está preparando ainda o jantar,seu Osvaldo está assistindo ao jornal da tarde,Bruno e eu então seguimos para o seu escritório,ele sabe que o assunto que eu precisava tratar com ele seria sério,eu não costumo ir a casa de ninguém.

Nos acomodamos e ele diz:

_Pode soltar a bomba.

Sorrio pra ele e sorri de volta.

_Pode me emprestar as chaves do apartamento do seu pai?

Bruno franze o cenho e quando ele faz isso, faz também todas as perguntas do mundo.

_Posso te emprestar sim_ele pausa a fala_mas pra quê?

_Pode somente me emprestar?

_Claro que não! E perder a oportunidade de saber o que está a tramar.

Conto tudo a ele, desde o dia em que fui pisoteado até a última vez que a vi, ele sorri com cada detalhe que ouvira, e assente com a cabeça ocasionalmente, como se estivesse a estudar um caso como advogado. Termino toda a história e fico a olhar para ele, como se esperasse alguma aprovação,e realmente eu esperava.

_Está apaixonado por ela e isso é ótimo, e pelo modo que disse que ela saiu do elevador assustada, é quase certeza que ela também está. O fato dela ser mulher da vida, pode ser resolvido se a ajudar, talvez ela não teve outra opção.

_Acha que dá para tirar alguém dessa vida? E se ela se entregar a mim e a outros? Não suportaria, não tenho sangue de barata.

Bruno me entrega as chaves e diz.

_Você só vai saber se tentar,vá até lá amanhã e conversa com ela,chame a para um jantar e observa suas atitudes.

Depois da conversa que tivemos fui para casa, não esperei o jantar, estava muito ansioso para o dia seguinte, a noite parecia que durou uma eternidade.

Chego na portaria do prédio e já a vejo, está mais arrumadinha hoje, porém parece estar triste, paro do seu lado na porta do elevador, ela está quieta e de cabeça baixa… o que ela tem?pergunto-me, mas não pergunto nada a ela. A porta se abre e ela passa na minha frente, eu espero ansioso a porta se fechar, já tenho todo o discurso que farei na ponta dos lábios e quando a porta quase fecha para eu abrir minha boca, uma senhora aparece do nada. Ela entra a puxar assunto, eu não dou atenção, fico imóvel.A senhora sai no segundo andar.Já fico apreensivo, quando penso em abrir a boca ela olha-me nos olhos e diz.

_Olha aqui, é uma lástima que o senhor se inclua na parte de seres humanos que não evoluíram de forma correta,sabia que,seu sangue é da cor do meu,seu coração é igual ao meu, só nossa cor de pele que é diferente,eu não vou colocar nenhuma doença em você não.

Mas o que essa menina está a falar? Não entendi nada, não tive nem tempo de digerir as suas palavras e ela esfrega aquela mãozinha na minha. Sentir o toque da sua pele ainda que pouco,deixou-me enlouquecido.

_Ta vendo, você vai sobreviver.

_Não faz mais isso_digo sério,eu não responderia por mim se ela me tocasse mais uma vez.

Ela esfrega a mão na minha de novo, cruza os braços e olha nos meus olhos, fico cego de desejo. A viro contra mim a deixando encurralada, seguro forte na sua cintura com uma mão e com a outra sua nuca, me assegurado que ela não escapasse dos meus braços.

_Você é maluca garota_digo passando o polegar em seus lábios,preciso beijalos_É a mulher mais linda que já vi, você é perfeita...e a cor de sua pele é o que te deixa mais atraente.

A beijei, a minha língua buscava passagem na sua boca, a maneira que ela ia a abrir eu explorava o máximo que podia, o seu beijo é doce e quente!Senti o seu corpo estremecer, ela estava molinha nos meus braços, parecia um bebezinho indefeso, o meu membro pulsava e queria sair de qualquer jeito, coloquei as duas mãos na sua bunda e apertei contra meu corpo,eu queria que o meu amigo sentisse o máximo daquele momento, como ele a quer.

O andar dela chega e ela sai, fico excitado e sozinho lá dentro sem entender o que havia acontecido, sigo para o apartamento do seu Osvaldo sento no sofá e fico remoendo o que acabei de viver,interfonei pra portaria e peço o porteiro pra segurar ela na hora que sair,quando retorno ao sofá pego o celular pra ligar pra empresa e avisar que não vou voltar,vejo três chamadas perdidas de Valéria,resolvo retornar.

_Valéria boa tarde,está tudo bem?

_Boa tarde senhor, estou desesperada Eva esta aqui retirando os móveis da casa, não sei o que fazer.

_Já estou a caminho.

Saio de lá na força do ódio,peço desculpas ao porteiro e peço descrição,Eva só atrapalha a minha vida.

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