CAPÍTULO 18

Flávia contou toda sua história que passou, então chegou a vez de Gabriel contar a sua história.

— Bom, eu contei a minha história, agora está na hora de você contar a sua história, afinal de contas o que aconteceu?

— A minha história não é muito diferente da sua. Foi um dos maiores erros que eu cometi na minha vida. Casei-me por interesse!

— Como assim, se você é rico?

— Casei com uma mulher rica, mas o interesse não era pelo fato dela ser rica, e sim para cumprir o papel de um homem bem sucedido casado com uma mulher que a minha família escolheu e a família dela, na verdade nunca houve amor entre nós dois.

— Em que sentido está se referindo?

— Aconteceu da seguinte forma, eu sendo filho único herdeiro de uma grande fortuna tive que assumir depois que meu pai morreu de câncer, então não tive outra escolha a há não ser, assumir os negócios da família já que minha mãe não entendia nada, quando estudei foi especialmente para ser o futuro presidente da companhia de ferrovia da qual meu pai trabalhava, mas não era isso que eu queria, quando meu pai morreu tomei posse de tudo, e descobri que as empresas estavam correndo risco de falência, então tive que vender ela em um leilão antes que os bancos tomasse tudo e deixasse nós na rua, infelizmente meu pai nunca quis contar essas coisas para nós porque ele não queria que eu parasse de estudar, mas pulando essa parte, vendi e paguei todas as dívidas do banco e o que sobrou investi em imóveis comprava e revendia, então descobri minha vocação nos negócios, antes do meu pai morrer ele me pediu perdão por deixar tantas dívidas para pagar, e me fez um pedido para que eu me casasse com Fernanda, ele achava a pessoa perfeita para ser minha esposa.

— E porque ele achava isso?

— Por ela ser da alta sociedade educada, simpática e bonita é claro, então para atender a vontade do meu pai no leito de morte acabei me casando com ela.

— Você amava?

— Não! Eu não tive escolha, eu tinha me tornado um homem de negócio, eu era o responsável pela casa cuidar dos negócios para sustentar a minha mãe e me sustentar, continuei estudando, é claro, me casei com uma pessoa ideal para ser minha esposa naquele momento. Ela era carinhosa inteligente, mas com o passar do tempo, ela se tornou uma mulher possessiva e ciumenta, além disso pegou um vício de gastar em shopping, salão de beleza, era muito vaidosa, aí com o passar do tempo tornamos mais amigos do que propriamente marido e mulher, como eu viajava muito porque na medida que o tempo passava o sucesso foi crescendo ganhando muito dinheiro vendendo imóveis e comprando e construindo casas para vender e alugar, tomei num homem muito rico, comprei hotéis e pousadas que eu esqueci um pouco da minha esposa, é claro, que eu tenho culpa, quando um dia eu voltei de viagem flagrei ela com o motorista. Então na hora eu nem sei o que eu senti, se era raiva de mim ou dela, ou alívio?

— Porque sentiu alívio?

— Porque eu nunca amei ela de verdade, mesmo assim fiquei decepcionado porque eu jamais imaginei que ela chegaria ao ponto de me trair.

— Eu entendo, mas não se amava porque insistiu em ficar com ela?

— Porque eu como um homem de negócio não ficaria bem me separar, no final das contas acabei pedindo o divórcio!

— E se arrependeu de ter pedido o divórcio?

— Me arrependo de não ter pedido antes divórcio!

— Você sente raiva dela?

— Não, porque um pouco foi culpa minha, me casei para satisfazer a vontade do meu pai no leito de morte, e depois casado eu não investi no casamento.

— Você amou alguém nessa vida? — Aquela pergunta deixou Gabriel confuso, sem saber o que dizer, ficou envergonhado levantou e andou por uns minutos, ficou calado olhava para um lado e para outro sem saber o que dizer para Flávia que estava aí bem na sua frente ansiosa esperando uma resposta dele, talvez estava na hora dele dizer o nome da mulher que ele é sempre amou na vida.

— Na verdade, eu amei muito uma mulher e continuo amando. Eu me apaixonei por ela na faculdade, sempre fui um admirador secreto. O problema é que ela nunca percebeu que eu a amava.

— E por que ela nunca percebeu que você a amava? — Perguntou Flávia curiosa.

— Porque ela era muito assediada por muitos rapazes, talvez ela estivesse apaixonada por outro, ela tinha muitos pretendentes, e além do mais ela era filha de pais bem sucedidos e ainda é.

— Eu conheço essa sortuda que você era apaixonado por ela? — Perguntou Flávia em tom desafiador. — Gabriel não tinha certeza se deveria revelar o nome da pessoa, caso ela voltasse para o Brasil ele perderia a chance de se declarar. Então chegou o momento.

— Na verdade, a mulher sortuda de quem sempre eu fui apaixonado, é você, Flávia.

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