CAPÍTULO 7

Sabendo que sua filha havia chegado bem nos Estados Unidos, Armindo resolveu agir, antes de ter aquela conversa séria com seu genro a respeito da promoção que estava dando a ele, aceitando a sugestão de sua filha contratou uma equipe especializada em tecnologia para colocar câmeras escondidas em todos os escritórios e salas de reuniões onde João Victor faria suas reuniões secretas. A ordem era, tinha que ser bem discreto para que João Victor nunca suspeitasse que estava sendo vigiado sem ele saber. Armindo precisava sair um pouco dos negócios e se dedicar mais a sua família, sabia que João Victor era competente e ambicioso, mas não confiável, estaria de olho em todos os passos. A traição sofrida pela filha não estava descendo bem em Armindo, embora se ele soubesse que ela fosse filha dele talvez não fizesse o que fez, mas isso não muda a forma dele agir, sendo que ele demonstrou fraqueza, isso para ele era imperdoável, ainda mais se tratando de Armindo que era um homem conservador, que colocava seus princípios acima de tudo, e família para ele era algo sagrado. Partindo desse princípio não ia medir esforços para ajudar a sua filha punir ele de alguma forma, só não sabia como e nem sabia o que sua filha pretendia fazer. Por enquanto a única coisa que ele ia fazer era ficar de olho em João Victor.

Nos Estados Unidos, Flávia recebeu um telefonema do seu marido querendo saber como ela estava.

— Porque está me perguntando isso agora? — Falou Flávia friamente e com personalidade, deixando João Victor desconfiado.

— Porque sou seu marido, tenho direito de saber se está bem? — Deixando Flávia estarrecida com tanto cinismo da parte dele. Vingança seria a maior estratégia contra seu marido, mas ainda não tinha mais certeza se valia a pena investir numa vingança quando na verdade ela tinha um pouco de culpa por ter investido num homem errado. No fundo ela sabia que cedo ou tarde ele ia aprontar uma dessas, mas deixar assim sem punir seria uma covardia.

— Sinceramente, estou muito bem!

— Nossa! Você está diferente!

— Como assim? — Perguntou Flávia.

— Parece fria comigo, está acontecendo alguma coisa que você não quer me contar?

— É impressão sua, apenas estava cansada, então aproveitei e resolvi tirar umas férias, só não sei quando eu vou voltar.

— Deixando João Victor cismado. Ele estava na cama com a sua amante, que questionou essa preocupação com a sua esposa. Ela se chamava Cláudia.

— Posso saber porque está tão preocupado com sua querida esposa?

— Ela está diferente!

— Como assim? O que está querendo dizer com isso?

— Não sei, ela não é mais a mesma, alguma coisa aconteceu!

— Será que ela descobriu alguma coisa a respeito de nós?

— Acho que não, porque ninguém sabe que estamos juntos.

— Tem certeza?

— Tenho!

— Então, assim como você está traindo ela, com certeza ela também está te traindo!

— Não brinca com uma coisa dessa!

— E porque não?

— Porque ele jamais seria capaz!

— Porque você acha que ela não seria capaz de enfiar um par de chifres, é um direito dela fazer o mesmo que você está fazendo. Ela é linda e chama atenção de todos os homens.

— Você acha que tem algum homem interessado nela?

— Com certeza, não é só um, vários homens. Ela é o tipo de mulher que todo homem gostaria de levar pra cama, até mesmo casar com ela.

— Você acha ela atraente?

— É claro que sim, só não sei como você não enxerga isso! — Deixando João Victor desesperado pensando na possibilidade de sua esposa ter outro homem, ele estava se segurando para não colocar a sua raiva que estava sentindo de Cláudia, vendo ela falar com ironia e debochando dele. A vontade que ele tinha era expulsar ela do seu quarto, e proibir ela voltar novamente na casa dele, mas se fizesse isso ela ia colocar a boca no trombone, isso não podia acontecer, estava fazendo o maior esforço para não esganar ela. Agora ele se deu conta a besteira que fez subestimando sua esposa acreditando que ela sempre foi apaixonada por ele. Além de apaixonada, ela era submissa às vontades dele, sempre fazendo todas as vontades dele, nunca reclamou quando ele chegava atrasado. Flávia confiava cegamente nele, às vezes até ele mesmo achava que ela era muito confiante em não desconfiar de nada que ele mentia e traia desde que os dois foram morar juntos. Sempre que ele chegava em casa a janta estava pronta, a roupa passada. Tudo impecável, achava ela perfeita demais que às vezes sentia até raiva dela. E da noite para o dia ela muda radicalmente, saindo de férias sem dar satisfação para ele indo viajar para os Estados Unidos sem a companhia dele quando na verdade ela não fazia nada sem ele. Tudo o que ela ia fazer pedia autorização para ele dar satisfação a tudo. Nunca ela dormiu fora de casa como aconteceu naquele dia.

— João Victor, você mesmo disse que não amava mais a sua esposa, dizia que ela era muito sem graça, e agora está preocupado com ela? — Disse Cláudia num tom de protesto.

— De fato ela não fazia nada sem me dar satisfação. De repente ela muda da noite pro dia, é claro que eu tenho que estar preocupado.

— Conversa, sei muito bem o que se passa na sua cabeça!

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