Chegamos em casa, acomodei a Pamela como pude em sua cama, retirei seus sapatos, sua bolsa e seu casaco, corri o cobertor para um lado e finalmente a cobri, fui para o meu quarto, tomei um banho e escovei meus dentes, deixei uma mensagem para Samara e fui dormir.
Já estava profundamente adormecida, quando meu celular tocou, era uma notificação de uma mensagem no WhatsApp, meio sonolenta peguei meu celular, meus olhos se abriram ao ver o remetente, Era Gonzalo.
💌Olá, linda. Aconteceu algo estranho, fui salvar seu número e aparece que já o tinha em meus contatos, mas saía como <
Terminei, eu aproveitei essa mensagem para deixá-lo ainda mais confuso.
💌Amanhã conversamos.
Enviei e logo vi que ele tinha lido, eu bloqueei o celular e voltei a dormir com um sorriso no rosto.
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Na manhã seguinte, levantei-me muito cedo e com muita energia, tomei um banho e me arrumei, fui à cozinha e preparei o café da manhã, Pamela ainda estava dormindo, acho que o álcool fez mal a ela, deixei um bilhete na mesa, peguei minha bagagem e saí para pegar um táxi que me levasse até o trabalho.
Ao chegar, dona Dominga me recebeu com o carisma que a caracteriza, fui para o meu quarto e deixei a mala com as minhas coisas, depois saí para receber Ana, a outra menina tinha saído e minha rotina começou novamente.
O dia transcorreu com total normalidade, Ana estava um pouco séria, então quis ver o que estava acontecendo, para tentar dissipar os nervos que sentia ao pensar no encontro com Gonzalo, ajoelhei-me diante dela e com meus dedos ajeitei seu cabelo encaracolado atrás das suas orelhinhas.
- hoje te vejo estranha, Está bem? Aconteceu algo? Fiz algo de errado? -- a tudo o que perguntei, ela apenas movia os olhos de um lado para o outro -- não sei o que está acontecendo, mas prometo estar atenta a qualquer coisa estranha que aconteça, não te deixarei sozinha -- disse pensando se alguém tinha falado algo feio para ela.
Nesse momento, ouvi passos atrás de nós.
- Minha filha, me desculpa, ontem não cheguei para jantar contigo e hoje tive que sair muito cedo -- era a voz de seu pai e ali entendi o motivo de ela estar assim.
Levantei-me e me coloquei ao lado de Ana cruzando os braços, ele se assustou ao me ver, era evidente que me reconheceu, mas decidi brincar um pouco.
- Você partiu o coração da sua pequena, deve ser punido por isso -- disse tentando segurar o riso.
- Por isso vim me desculpar com ela, ontem fui fechar uns negócios e perdi a noção do tempo -- ele disse olhando nos meus olhos, eu desviei o olhar.
- Esforce-se um pouco mais -- esta era minha oportunidade para que ela fizesse algo diferente, mesmo agindo com sua condição, a realidade é que ela nunca sai e fica sempre trancada.
- E que ideia você tem para que ela me perdoe -- perguntou ele.
- Pois notei que Ana nunca sai, talvez um passeio, ir ao cinema, levá-la para ver as ondas, não sei, você é o pai, deve conhecer mais a sua filha -- disse a ele.
Ele ficou em silêncio por um momento, olhou para mim, depois voltou toda sua atenção para Ana, a menina continuava cabisbaixa, então ele se agachou à altura dela.
- quer sair com o papai para jantar?, vou te levar ao melhor restaurante -- da minha altura pude perceber o rápido piscar de Ana, ela ficou muito animada, teria gostado de não estar presente para que ela não tivesse que reprimir sua emoção por medo de ser descoberta.
- Excelente plano, vou preparar sua roupa para que possam sair o quanto antes -- disse dando meia volta.
- Espera! -- me ordenou Gonzalo, eu virei lentamente -- você também, vista algo elegante, vai conosco, é a babá da minha filha -- finalizou e eu assenti.
Fui e deixei a roupa que colocaria em Ana sobre a cama, depois fui ao meu quarto e tirei a roupa da mala, por sorte tinha trazido mais roupas, entre elas um par de vestidos, que agora que penso, não sei porque os empacotei, sacudi minha cabeça ante a avalanche de pensamentos que chegaram à minha mente, me vesti, fiz uma maquiagem leve e penteei meu cabelo, ao sair vi que dona Dominga já tinha vestido Ana, ela me viu e com um semblante sério falou.
- O senhor as espera na sala -- disse deixando Ana no meio do corredor.
Aproximei-me e continuei empurrando a cadeira de rodas até onde nos tinha indicado Dominga.
Ele estava ao telefone, quando levantou o olhar, ficou em silêncio, até gaguejou ao falar.
- Preciso desligar, amanhã continuamos falando -- disse antes de cortar a ligação.
Levantou-se e aproximou-se de nós.
- Eu me encarrego de levar minha filha -- expressou e eu assenti, me afastei e ele começou a avançar, eu os segui.
O motorista abriu a porta do carro, ele pegou a menina nos braços e a acomodou na cadeira enquanto o motorista recolhia a cadeira de rodas e a guardava no porta-malas.
- Por favor, passe para o lado da sua filha.
- Não se preocupe, sobe você primeiro, você deve estar ao lado de Ana, é seu pai e ela ficará feliz em compartilhar mais tempo contigo -- eu disse e ele assentiu.
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Atualizado até capítulo 48
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