O barulho do monitor me acordou às 6 da manhã, levantei-me rapidamente e fui ao quarto da Ana, ela estava se mexendo, mas estava bem.
- Bom dia, dormiu bem? - perguntei mesmo sabendo que ela não sairia do seu papel, acendi a luz.
A menina olhou para mim e deu um sorriso sutil, sorri de volta para ela, dei-lhe um copo com água, ela bebeu tudo, deixei-a no chão ao lado de seus brinquedos enquanto preparava sua roupa.
- Enquanto você brinca, vou ao meu quarto tomar banho e me arrumar, depois venho te buscar para limpar seu corpo - disse a ela.
Fiz o que tinha que fazer e voltei com a Ana, ela estava no mesmo lugar onde a havia deixado, então a peguei no colo e comecei a tirar sua roupa para levá-la ao banheiro.
.
.
.
.
.
.
Depois que ela estava pronta, levei-a para a sala de jantar e tudo correu normalmente, percebi que a monotonia fazia parte do seu dia a dia, ela precisa fazer algo diferente, mas como estou apenas começando não posso fazer nenhuma mudança, por enquanto vou cumprir o que está escrito.
Chegou a hora do jantar e hoje coube a mim alimentá-la, pois o Sr. Gonzalo tinha uma reunião, segundo Dominga nos informou, nos olhos da menina via-se a tristeza, nota-se que ela tem um vínculo muito grande com o pai.
.
.
.
.
.
Finalmente o último dia de teste terminou, a enfermeira do primeiro dia chegou, nos cumprimentamos e fizemos a troca, ela levou a menina para tomar café da manhã enquanto eu fiquei com Dominga.
- Muito obrigada por estes dias, seu desempenho foi bom, então acompanhe-me até o escritório, e se estiver de acordo com o documento, pode assinar - disse ela e eu a segui.
Entramos no escritório e fechei as portas atrás de mim, Dominga pegou a pasta e me entregou, peguei-a e li, tinha a mesma lista que me haviam mostrado há alguns dias, mas desta vez falava do salário que eu receberia e os benefícios, não vi nada incomum, então assinei sem hesitar.
- Obrigada por aceitar, vejo você amanhã, tente descansar - aconselhou-me, agradeci e fui embora.
Como Pamela havia dito, ela veio me buscar, convidei-a para tomar café da manhã, eles me pagaram por esses três dias, e posso dizer que foi mais do que eu pensava.
- Vou continuar vindo te buscar, essa coisa de você me convidar para tomar café da manhã me agrada - disse ela rindo.
- Você merece, ninguém vem te buscar de madrugada - disse a ela.
- 6 da manhã não é tão grave - disse ela.
- Mesmo assim é o mínimo que posso fazer para agradecer por tudo que você tem feito por mim - falei com sinceridade.
- É um prazer, e tenho que confessar que em parte fiz isso para ter alguém para me acompanhar, aqui tenho amigos e conhecidos, mas em casa não tenho ninguém, está sempre vazio - disse ela.
- Mas você só vai me ver a cada três dias - eu disse.
- Sim, eu sei, mas ainda assim me sinto muito melhor - ela respondeu.
Chegamos a uma cafeteria que ficava no caminho, lá cada uma pediu o que queria tomar café da manhã, e finalmente fomos para casa, assim que cheguei troquei de roupa e fui dormir, não sei em que momento Pamela foi trabalhar, só sei que quando acordei daquele cochilo ela não estava mais lá, havia deixado um bilhete na bancada da cozinha.
Ana, daqui a pouco vão trazer seu almoço, mandei buscar no restaurante da esquina, não quis te acordar porque sei que você está cansada, nos vemos à noite, se cuida e descansa
A nota terminou, naquele momento a campainha tocou e fui abrir, um rapaz trazia nas mãos uma sacola com alguns recipientes de isopor.
Ele me entregou e foi embora.
Almocei em total tranquilidade, estava muito gostoso, depois de terminar joguei o lixo fora e me certifiquei de deixar tudo em ordem, depois voltei para o meu quarto, peguei uma mala maior e guardei roupas confortáveis para o trabalho, precisava verificar o armário já que fui contratada formalmente, quando terminei decidi continuar dormindo.
Ouvi o som da porta principal se abrindo, acordei um pouco assustada, peguei meu celular e eram 18:00, levantei-me e fui para a sala, Pamela havia chegado do trabalho.
- Desculpa, te acordei? - ela perguntou.
- Me assustei um pouco, mas já dormi o suficiente, agora estou com muita energia - respondi.
- Que tal se sairmos um pouco para tomar alguma coisa, faz muito tempo que não saio e preciso de uma distração, às 22h estaremos de volta, prometo que não vamos virar a noite, eu sei que você tem que trabalhar amanhã - comentou.
- Tudo bem, eu também preciso de um pouco de diversão - respondi.
- Perfeito, então vamos colocar algo bonito - disse ela e quase me arrastou para o quarto.
Peguei um dos meus vestidos nas mãos, observei-o por um momento, fazia muito tempo que não o usava, a última vez que o usei foi antes do acidente, uma semana antes havíamos comemorado nosso aniversário de 20 anos, um sentimento de nostalgia tomou conta do meu peito, no final decidi usá-lo, era preto com aplicações de cristal que lhe davam um toque jovem mas discreto, olhei-me no espelho e era incrível ver que ainda me servia perfeitamente, fez-me lembrar do olhar que Felipe me lançou quando me viu com ele, foi inevitável não corar com a lembrança, mas novamente meu coração doeu.
Saí do quarto e naquele instante a porta do quarto da Pamela se abriu, ela estava com um vestido rosa deslumbrante, estava linda.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 48
Comments