Capítulo 13

 - Nossa, você está linda!-- me disse.

  - Você também, a idade é só um número, estamos nos nossos segundos vinte anos-- eu disse e nós duas rimos.

  - Bom, vem, vou te maquiar um pouco e vamos sair-- ela me pegou pela mão e me levou para o seu quarto.

Lá ela me fez sentar na frente da penteadeira, ela me fez uma maquiagem rápida, bonita e simples, aplicou fixador e pronto, ela já havia se maquiado antes, então só pegamos o mais importante, a bolsa com documentos, dinheiro e as chaves da casa e saímos.

Pamela havia solicitado um Uber pelo aplicativo, ele chegou bem a tempo e fomos, ela me levou a uma boate, parecia muito bonita e de acordo com a nossa idade, posso até dizer que a maioria dos frequentadores tinha mais de 35 anos, isso me deixou muito à vontade, nos acomodamos em uma das mesas que estavam no fundo, de lá podíamos ver tudo.

Pamela ficou encarregada de pedir o que iríamos beber, ela escolheu um cosmopolitan para cada uma, eu realmente nunca tinha bebido nada diferente de vinho, champanhe e até cerveja, mas estava disposta a experimentar algo novo.

Em poucos minutos o garçom já estava de volta com o pedido, ele nos entregou as bebidas, eu experimentei e não era ruim, nem senti o forte da vodka porque o sabor era doce, realmente delicioso, eu estava bebendo muito rápido.

  - Ei garota, bebe devagar, você vai ficar bêbada muito rápido-- ela me disse.

  - Não sinto tão forte, não acho que vou ficar bêbada, acho que posso lidar com isso-- respondi muito confiante.

  - Não confie, é um coquetel, o doce te faz querer beber mais rápido porque é fácil de digerir mas as consequências você sente quando se levanta desta cadeira, então eu recomendo que você não tome como se fosse água-- ela me avisou, mesmo assim continuei bebendo, embora um pouco mais devagar.

Já eram 9 horas da noite, o clima do local havia começado a esquentar, alguns casais estavam na pista, até Pamela havia sido convidada para dançar, embora no início ela se recusasse para não me deixar sozinha, eu insisti para que ela aceitasse, e daqui eu a vejo se divertindo, eu pedi outra taça com o delicioso coquetel, enquanto o traziam eu quis ir ao banheiro, assim que me levantei as luzes ficaram mais fracas e uma tontura atingiu minha cabeça.

Eu entendi as palavras de Pamela quando ela me avisou para ser cautelosa ao beber, eu consegui me agarrar à mesa e a alguém que naquele momento esbarrou em mim, eu sabia que era um homem pela fragrância e por suas mãos grandes que me agarravam com força no meu quadril.

  - Me desculpe, estou um pouco tonta-- consegui dizer usando um tom alto por causa da música.

  - Não se preocupe, você quer que eu te ajude com alguma coisa?-- ele me perguntou elevando o tom.

Virei meu rosto para vê-lo, mas as luzes do lugar não me permitiram apreciar suas feições, mesmo assim eu não tinha mais ninguém a quem recorrer, minha amiga estava muito longe e estava se divertindo, decidi confiar no desconhecido, meu corpo não aguentaria mais e eu precisava ir ao banheiro com urgência.

  - Você... você pode me ajudar a chegar ao banheiro?-- eu disse envergonhada, ouvi uma risadinha suave.

  - Claro que sim, segure-se bem-- ele me disse.

Ele passou um de seus braços em volta das minhas costas para firmar melhor sua pegada, eu subi meu braço sobre seu ombro e começamos a andar, quando finalmente vi a placa do banheiro, me agarrei à parede, agradeci a ele e entrei.

Se eu tivesse demorado mais um pouco, teria feito xixi nas calças, além disso, acho que exagerei nos coquetéis..... Depois de liberar a pressão na minha bexiga, saí da cabine e lavei minhas mãos, ao sair do banheiro, para minha surpresa, lá estava ele de costas para mim, o homem que me ajudou há pouco.

  - Você estava me esperando?-- perguntei corajosamente, ele se virou surpreso e então eu pude ver seu rosto pela iluminação do banheiro.

Era Felipe.... ou melhor, Gonzalo Vernet, ele também pareceu me olhar um pouco confuso, ele examinou meu corpo de baixo para cima, depois negou e finalmente falou, ele parecia estar tendo uma luta com seus pensamentos.

  - Você está bem?- perguntei a ele.

  - Sim... sim, estou bem, eu te acompanho até a sua mesa-- ele disse e eu concordei, preferi não perguntar mais nada, ele não parecia confortável.

Ele voltou a colocar a mão na minha cintura e posso jurar que senti sua respiração perto do meu pescoço, minhas pernas perderam a força e dobraram um pouco, ele foi muito ágil e me segurou colocando sua outra mão acidentalmente debaixo dos meus seios, ele percebeu onde havia tocado e se recompôs.

  - Me desculpe, não pense mal, você ia cair e eu te segurei como pude-- ele disse e eu olhei em seus olhos.

  - Tudo bem, somos adultos, podemos lidar com isso, certo?-- indaguei.

  - Sim, claro-- ele respondeu com decisão.

  - Perfeito, você pode me deixar na minha mesa?-- eu disse a ele quando percebi que tínhamos ficado naquela mesma posição sem dar mais um passo.

Retomamos o caminho até chegar à mesa, Pamela ainda estava dançando com aquele homem, eu sorri ao vê-la tão feliz.

  - Quer dançar?-- Gonzalo me perguntou, foi aí que percebi que talvez ele não tivesse me reconhecido como sua funcionária.

  - Eu posso cair e criar um grande acidente-- respondi.

  - Prometo que vou te segurar firme-- ele insistiu.

  - Está bem, só... não me deixe cair--

  - Claro que não vou-- ele enfatizou.

Fomos para a pista e naquele momento o DJ colocou <> não sei se foi coincidência, mas então começamos a nos mover ao ritmo dessa linda salsa, eu, uma colombiana com muito amor por esse ritmo que representa o folclore da minha terra, e Gonzalo, aquele homem que estava se movendo perfeitamente, nossos passos sincronizados e inconfundíveis, como nos velhos tempos, nós combinávamos muito bem.

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