Capítulo 17

Sofia Narrando

O horário do jantar chegou, estou muito animada com tudo o que está acontecendo hoje. Ainda estou aqui no salão, recebendo um dia de princesa, fazendo tudo o que tenho direito: cabelos, unhas, maquiagem, massagem...

O dia está incrível, as minhas avós, tias e minha mãe sabem mesmo como deixar tudo animado. Estão fazendo uma verdadeira algazarra aqui e eu e a Ana Beatriz estamos até com um pouco de vergonha.

Luiza: Vai, Sofia! Bebe essa champagne, agora você pode.

Olhei para ela com os olhos arregalados e encarei a minha mãe que me observava bebendo a sua taça.

Sofia: Não! Não estou afim de começar a beber justamente no dia do meu aniversário.

Mariana: Pare de tentar embebedar a menina, Lu! Ela ainda é o nosso bebê... — Apertou as minhas bochechas.

Ju: Ok! Agora deixem a minha filha em paz... Vamos para a maquiagem, amor? De lá você só sairá para ir à festa.

Sofia: Vamos!

E assim, seguimos. Ficamos por mais duas horas no local apropriado para a maquiagem, enquanto uma outra equipe terminava os últimos retoques do meu penteado. A minha mãe ficou pronta antes de mim e já foi direto colocar o seu vestido, quando voltou já estava pronta e belíssima.

Sofia: Que linda você está, mãe!

Ju: Não mais do que você!

Cabeleireira: Já finalizamos, pode colocar o seu vestido. Irei ajudá-la para não correr o risco de estragarmos o cabelo.

Sofia: Ok!

Saímos dali e fomos encaminhadas para uma especie de um quarto, onde estava o meu vestido. Ela me auxiliou para vestí-lo, a minha mãe também participou do momento. Até agora eu não consegui me olhar no espelho e estou muito ansiosa. Observei que no meio do quarto há um espelho coberto com um lençol e acredito que a profissional irá descobrí-lo quando for o momento.

Após colocar o vestido, os meus sapatos e todos os meus acessórios, ela me colocou de frente para o objeto coberto e logo em seguida, descobriu-o, mostrando-me como havia ficado. Fiquei sem palavras, estava belíssima, assim como nas palavras da minha mãe.

Sofia: Uaall. Sabia que fariam um excelente trabalho, mas não imaginava o quanto. Muito obrigada! — Abracei-a e ela retribuiu.

Cabeleireira: Nós quem estamos gratos por ter nos escolhido para esse momento tão especial. Desejamos que sejas muito feliz nesse novo ciclo que inicia na sua vida.

Após conversarmos mais um pouco com as outras componentes da equipe, o meu pai apareceu para buscar-nos. Fomos levadas até a nossa casa, para darmos início à festa que acontecerá no nosso belíssimo quintal.

Que decoração maravilhosa! Deixei tudo a cargo da minha mãe e ela simplesmente arrasou em tudo, estou encantada com cada detalhe.

Ao chegarmos, já fui recepcionada pelo meu irmão que me entregou um buquê de flores maravilhosas, juro que não esperava por isso. Ele me abraçou apertado e sussurrou no meu ouvido:

Miguel: Aquelas flores eram feias, esse buquê combina bem mais com você! Te amo mais que tudo.

Nem preciso dizer que eu já estava mais do que emocionada com as suas palavras... O meu irmão é assim: cuidadoso, carinhoso, responsável, faz tudo por mim e para me ver bem. Agradeço todos os dias porque os meus pais me deram esse presente e não me deixaram sozinha na vida.

Logo que entramos no espaço do evento, olhei para todos os convidados presentes, não eram muitas pessoas, somente os mais importantes e que têm algum significado para mim.

Eu até cheguei a enviar  um convite para a casa dos pais do Cauã, como forma de carinho e educação, mas como eu já esperava, eles não vieram, sei que não teria o menor cabimento tê-los aqui. — Mesmo que lá no fundo, eu tivesse a esperança de que ele pudesse vir.

Fui abraçada por todos os convidados, principalmente pela minha amiga louca. Os pais dela também vieram e eu fiquei ainda mais feliz por isso. Eles são uns amores.

Cris: Amigaaa! Que felicidade estar aqui com você! Quero desejar tudo de melhor para você, que os seus sonhos se realizem e que você seja muito feliz. Se um dia eu puder escolher ser como alguém, essa pessoa é você, pelo seu amor, carinho, honestidade, pureza e principalmente, por esse coração incrível que você tem. Eu te amo muito! Eu ganhei um enorme presente com uma amiga como você.

Sofia: Para! Vai me fazer chorar. Eu também te amo!

Ganhei mais um abraço dos três e fui dar mais uma atenção aos meus outros convidados. Na lista, colocamos uma base de 60 pessoas, entre familiares e amigos dos meus pais ou do meu irmão, pois me dou muito bem com eles também.

Curti muito, fiquei com as minhas tias e os meus tios, os meus primos, os amigos do meu irmão e a Cris. Fomos todos para a pista de dança e ficamos ali curtindo.

A festa toda durou até às 4h30 da madrugada, já não estávamos mais aguentando aquilo tudo, estávamos todos mortos de cansaço e fomos para os quartos para dormir.

Os pais da Cris até tentaram recusar o convite para dormir aqui, mas os meus pais não deram espaço para isso. Logo os convenceram de ficar também e assim nós fomos descansar.

No dia seguinte... 🍃

Acordei já com o sol iluminando o meu rosto, o que indicava que já estava muito tarde. Quando peguei o celular para olhar o relógio, me assustei por ser tão tarde, já marcava quase 14h. Logo levantei e me dei conta de que a Cris não estava mais no quarto, me preocupei pois eles podem ter ido embora sem termos a oportunidade de conversarmos.

Apressei a minha higiene e logo desci à procura dela e dos seus pais, mas quando cheguei à cozinha, estavam os três empenhados em preparar algo no fogão. Logo respirei aliviada.

Sofia: Ah, vocês estão aí e aprontando...

Eles me olharam assustados e eu soltei uma risada alta e sincera.

Cris: Rapariga! Não nos assuste assim! — Ri mais uma vez.

Maria: Não converse assim, menina! Isso é jeito? — Ela repreende a Cris e eu sorri disfarçadamente.

Sofia: Está vendo só como ela me trata, tia?

Vou para o lado dela e lhe dou um abraço. Sinto que ela se espanta um pouco de primeira, mas depois relaxa. Faço o mesmo com o Jefferson e ele tem a mesma reação, mas me dá um beijo na cabeça e sorri.

Cris: Quem foi que deixou você abraçar os meus pais? Estão vendo o porque de ela ser uma rapariga?

Saí correndo atrás dela a fim de dar-lhe um tapa, mas ela era mais rápida do que eu. Mas isso foi só para afastá-la dos seus pais e ela entende e se senta no sofá me esperando.

Sofia: E aí, eles irão aceitar que você more comigo?

Cris: Não sei ao certo. Talvez coloquem alguma condição.

Sofia: Eu estou tão ansiosa para você ir morar comigo, quero ter alguém para conversar, me sinto muito sozinha naquele apartamento.

Cris: Vou convencê-los a deixar que eu faça essa caridade por você...

Dou um tapa no seu braço e rimos juntas. Logo os meus pais aparecem na nossa frente trocando carícias e alguns beijos, mas isso deve ser porque ainda não nos viram aqui, pois a minha mãe morre de vergonha.

Olhei para a Cris e a mesma estava segurando uma risada, parecia até estar com o rosto vermelho por isso.

Raspei a garganta e logo a minha mãe se recompôs, mas como eu disse, morta de vergonha. O meu pai só sabia dar risadas dela.

Ju: Bom dia, princesas.

Caio: Bom dia, lindas!

— Bom dia! — Respondemos juntas.

Ju: De onde está vindo esse cheiro maravilhoso?

Cris: Ah, os meus pais resolveram fazer o café da manhã para agradecer pela estadia. Espero que não tenham feito mal.

Caio: Não acredito que hoje teremos café da manhã especial... — Já falou saindo da sala e nós rimos enquanto o acompanhávamos.

Ao chegarmos à cozinha, o meu pai estava dando um abraço nos dois e eles estavam mortos de vergonha com isso.

Sofia: Acho melhor vocês se acostumarem com os abraços, pois aqui em casa, a nossa linguagem do amor é toque físico. Abraçamos todas as pessoas que gostamos muito.

Miguel: Bom dia! — Ele entrou na cozinha abraçando a todos e nós demos risadas por termos acabado de falar sobre isso.

Olhei para a Cris e ela estava vermelha de vergonha, pois o meu irmão estava sem camisa e a abraçou. Ele é mais novo do que eu, mas tem um corpo super definido e algumas pessoas até pensam que ele é o mais velho.

Coitada da minha amiga, fica tímida todas as vezes que vê o meu irmão, acho até que ela tem uma certa queda por ele, mesmo sendo um pouco mais velha.

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