Os dias seguintes após o desastre da entrevista foram um borrão de emoções. Eu me trancava no meu apartamento, me culpando repetidamente por não ter aproveitado a oportunidade. O silêncio das paredes parecia ecoar meus pensamentos de arrependimento e dúvida. Tentei enterrar o que sentia, me ocupando com a rotina, mas o vazio era inevitável. Toda vez que passava por uma revista ou via uma propaganda de modelo, a memória da entrevista me esmagava.
Foi em uma tarde chuvosa, enquanto eu olhava pela janela, que uma nova mensagem chegou. Era da agência. Com as mãos trêmulas, abri a notificação, esperando o pior. Mas, para minha surpresa, o texto dizia: "Gostaríamos de agendar uma segunda entrevista. Acreditamos que você tem potencial, e gostaríamos de lhe dar uma nova chance."
Meu coração disparou. Uma nova chance? Eu quase não podia acreditar. A dúvida começou a se infiltrar novamente – e se eu estragasse tudo outra vez? E se eu não fosse boa o suficiente?
Dessa vez, decidi que faria diferente. Desliguei o telefone e comecei a refletir sobre o que realmente importava para mim. Era mais do que ser uma modelo. Era sobre provar para mim mesma que eu poderia vencer o medo, que eu não estava presa às minhas inseguranças. Eu precisava reencontrar minha confiança, e para isso, tive que enfrentar o que estava me segurando: meu passado.
Decidi que não ligaria para o meu ex desta vez. Percebi que, embora ele tivesse sido importante em minha vida, eu não precisava da validação dele para brilhar. Eu precisava fazer isso por mim mesma.
Quando a manhã da segunda entrevista chegou, algo em mim estava diferente. Ao me olhar no espelho, vestida com um novo conjunto que exalava confiança, senti uma força interior que antes parecia inatingível. Quando entrei na sala novamente, senti os olhares dos jurados sobre mim, mas dessa vez, eu estava preparada.
As perguntas vieram, e com cada resposta, eu sentia o medo se dissolver. Eu sabia o que queria, sabia do que era capaz. No final da entrevista, me despedi com um sorriso calmo, sem esperar aplausos ou aprovação imediata. Desta vez, eu fiz isso por mim.
Nos dias que se seguiram, a espera por uma resposta foi angustiante, mas diferente. Eu sabia que, independentemente do resultado, tinha dado o meu melhor. Não era mais sobre o que os outros achavam, mas sobre o que eu sabia que podia fazer. Quando finalmente o telefone tocou e a voz do outro lado disse "Parabéns, você foi selecionada!", meu coração se encheu de alegria. Eu havia conquistado não apenas uma oportunidade, mas também a confiança em mim mesma.
A caminhada até aquele momento foi difícil, cheia de altos e baixos, mas o que me sustentou foi a decisão de acreditar em mim. E agora, enquanto subia em minha primeira passarela, sob os flashes e os olhares atentos, eu sabia que estava no lugar certo. Essa era a minha decisão, e desta vez, eu a tomei com o coração aberto para o desconhecido.
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Atualizado até capítulo 44
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