capítulo 15

Naquela noite, Bianca não conseguia dormir,os pensamentos sobre o que havia acontecido entre ela e Otávio ficavam se repetindo em sua mente,a deixando inquieta,depois de várias tentativas frustradas de pegar no sono,ela decidiu descer até a cozinha para beber água e tentar relaxar.

Ao entrar na cozinha, porém ela parou repentinamente,ali sob a luz suave que invadia o a ambiente,estava Otávio,vestindo apenas uma calça moletom,sem camisa,ele estava encostado na bancada, também aparentemente perdido em seus próprios pensamentos,bian na conseguiu evitar olhar para o corpo dele,seu físico definido,os músculos visíveis a luz fraca,e a presença dele parecia ocupar o espaço inteiro.

Ela tentou desviar o olhar rapidamente,mas Otávio notou,ele levantou o rosto e seus olhos se encontraram,por um breve momento o silêncio na cozinha parecia ensurdecedor.

— Bianca(ele começou,sua voz rouca e baixa, enquanto dava alguns passos em sua direção.

Bianca sentiu o coração acelerar. A proximidade dele, o tom da sua voz e a intensidade do olhar faziam tudo parecer mais íntimo do que deveria. Ela não sabia o que dizer ou como reagir, apenas se sentia presa naquele momento, incapaz de se afastar ou falar.

— "Você não consegue dormir?" — ele perguntou, o tom suave, mas carregado de algo mais profundo, que ela não conseguia ignorar.

— "Não... eu só... precisava de água," — ela respondeu, a voz um pouco trêmula enquanto tentava desviar o olhar novamente.

Otávio estava agora a poucos centímetros dela, tão perto que ela podia sentir o calor do corpo dele. Seu cheiro era inebriante, e a luz suave da cozinha apenas destacava ainda mais seu físico definido.

— "Eu também não," — ele disse, com um leve sorriso que ela raramente via em seu rosto. — "Mas parece que é algo mais do que só a insônia que está nos mantendo acordados, não é?"

Bianca ficou sem palavras. Ele estava certo, e ambos sabiam disso, mas era algo que ela não queria admitir. Não podia. Afinal, Otávio era o pai da criança que ela cuidava, seu chefe. Tudo estava errado, mas, ao mesmo tempo, o magnetismo entre eles parecia incontrolável.

Otávio, percebendo a hesitação dela, levantou a mão e tocou de leve o rosto de Bianca, o gesto surpreendendo-a.

— "Eu não consigo parar de pensar em você," — ele confessou, a voz baixa, quase um sussurro.

Bianca congelou, seu corpo em conflito. Ela sabia que deveria se afastar, dizer algo para quebrar o clima, mas o toque de Otávio era suave, e seus olhos pareciam suplicar por algo que ela não conseguia recusar.

Otávio não resistiu por mais um segundo. Com a mesma intensidade de antes, ele tomou os lábios de Bianca, como se fosse uma necessidade que ele não podia mais ignorar. O beijo era cheio de desejo e, ao mesmo tempo, de uma delicadeza que parecia refletir o medo de quebrar algo precioso. Seus lábios se moviam juntos como se fosse a única coisa certa naquele momento, e ela, mesmo hesitante, não conseguia se afastar.

Mas Otávio, no meio de toda aquela vontade, sentiu o medo crescer. Ele estava cruzando uma linha, e a última coisa que queria era perder Bianca. Ela significava muito mais do que apenas alguém que cuidava de sua filha. Havia uma conexão entre eles, e ele sabia que, se passasse dos limites, tudo poderia desmoronar.

Ele quebrou o beijo, afastando-se suavemente, respirando fundo. Os olhos dele refletiam o conflito interno, a mistura de desejo e receio.

— "Desculpe," — ele disse, a voz rouca e pesada com a culpa. — "Eu não quero te forçar a nada, Bianca... Eu só..." Ele hesitou, olhando para ela, esperando uma resposta que aliviasse o peso que sentia.

Bianca, com a respiração descompassada, levou um momento para processar o que havia acabado de acontecer. Ela também sentia algo por ele, mas tudo era complicado demais. Ela apreciava a forma como ele havia parado, respeitando os limites, mas ainda assim, o que tinham compartilhado era inegável.

— "Eu sei que isso é complicado," — ela começou, tentando manter a voz estável. — "Mas... não precisa se desculpar, Otávio."

Ele suspirou, aliviado, mas ainda cauteloso. Ele queria mais, mas o medo de estragar tudo o segurava.

Otávio decidiu falar:

— Eu senti algo que não consigo controlar toda vez que eu te vejo e você ainda me aparece assim com essa camisola aí eu não aguento. ele falou rindo.

— Me desculpa Otávio eu vim porque pensei que você está dormindo.

— Todo bem vou voltar pro quarto desculpa mais uma vez.

Antes que ele saísse ela o chamou :

—Otávio,eu também tenho sentimentos por você eu só estou confusa pois você saiu de um casamento complicado e ainda tem a Helena eu só não quero perde vocês.

Então ele falou.

— Vamos começar as coisas certo ok,vamos nos conhecendo e fazer como os adolescentes vamos ficando quando agente tiver certeza de tudo podemos dar o próximo passo ok?

—Sim e como vai ser na frente da Helena?

—Vamos ser normais se conseguirmos.

Otávio sorriu ao ouvir as palavras de Bianca. Aquilo era exatamente o que ele precisava: a confirmação de que não estava sozinho nesse turbilhão de sentimentos. Ele se aproximou um pouco mais, agora mais relaxado, a tensão inicial entre eles começando a se dissipar.

— "Eu sei que a Helena vai te aceitar,"(ele disse, com um leve sorriso.)"Ela tem uma conexão com você que não teve com ninguém desde que... bem, desde que tudo aconteceu."

Bianca retribuiu o sorriso, um pouco tímida, mas sentindo o peso da tensão se aliviar. O alívio de ter exposto seus sentimentos era mútuo, e eles sabiam que não precisavam apressar nada.

— "Então, a partir de agora... vamos fazer as coisas do jeito certo,"(Otávio continuou, passando a mão pelos cabelos em um gesto nervoso.) "Nada de pressa, nada de esconder. Vamos nos conhecer melhor, deixar as coisas acontecerem naturalmente. E com a Helena, vamos manter tudo tranquilo. A última coisa que eu quero é que ela sinta qualquer instabilidade na nossa relação."

Bianca assentiu, aliviada por não precisar carregar aquele fardo sozinha.

— "Sim, acho que isso é o mais sensato," ( ela disse, com um sorriso mais confiante agora. )"Eu também quero que isso dê certo. Só precisamos ir com calma."

— "Exatamente," (Otávio concordou.) "Se for para acontecer, vai ser no tempo certo. E a Helena já gosta tanto de você que, honestamente, eu não acho que ela vá estranhar. Talvez até fique mais feliz."

Eles trocaram mais alguns sorrisos e Bianca sentiu um peso enorme sair de seus ombros. Tudo parecia mais claro agora. Eles tinham tempo, e o mais importante: tinham vontade de fazer as coisas darem certo. Não havia mais necessidade de pressa ou de preocupações exageradas. Eles iriam construir aquilo juntos, de forma cuidadosa.

— "Então, boa noite de verdade agora," ( Otávio brincou, ainda rindo um pouco. ) "A gente vai se falando e... com calma."(mais antes dele sair ele a beijou novamente)

— "Boa noite, Otávio," — Bianca respondeu, sentindo o coração mais leve. Ela finalmente tinha esperança de que, mesmo com todas as dificuldades, algo lindo poderia surgir dali.

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