Tudo o que me ensinaram a não ser, tudo o que eu tentei me afastar quando era criança, tudo começou a ser questionado naquele momento.
A Sofia veio a minha mente, pensei em toda aquela situação, se bem que não chegou a ser uma escolha, a minha irmã tinha muito o que viver e prometi que iria cuidar dela, me virei e disse.
CARLA- Eu aceito.- Andei de volta para perto dela, que me olhava surpresa.- Aceito sua proposta, eu passo uma noite com você, mas temos que discutir os termos, em troca quero quarenta mil.
Ela ficou me olhando, sem entender, pela primeira vez tinha calado a boca da grande Adriana Bitencourt.
Eu vi um olhar surpreso, percebi que ela não tinha falado sério, mas acho que não iria dar para trás, ela queria me comer desde o primeiro dia.
ADRIANA- Esta falando serio?- Exitou um pouco ao perguntar.
CARLA - Estou, eu passo uma noite com você, só uma, e depois você me deixe em paz, não se aproxime, e não fale comigo se não for necessário.
ADRIANA- E você quer quarenta mil reais?
CARLA- Em dinheiro vivo.- Ela pensou um pouco e disse.
ADRIANA - Ok, quando você quer fazer isso?
CARLA- Para mim não faz diferença.
ADRIANA - Que tal sábado, as 20:00, na minha casa.
CARLA - Leva o dinheiro, e eu estarei lá.
Ela acentiu com a cabeça, notei que ela estava um pouco nervosa, apesar dela ter tentando esconder.
Dei as costas para a Adriana e me retirei da sala, no elevador senti as minhas mão e o meu corpo inteiro tremer, senti um odio de mim e de toda aquela situação, só pensava em sair da empresa, queria ver minha irmã
Sai da empresa, depois de negóciar com a Adriana, aceitei transar com ela como se eu fosse uma prostituta, em troca dos quarenta mil, os trinta mil que faltavam e mais dez mil para o pós-operatório.
Conversamos os termos dessa transação, como iria acontecer, seria só uma vez, depois nunca mais queria que ela nem falasse comigo se não fosse necessário, repetia isso para mim mesma, para não dar para trás nesse acordo, tudo aquilo ia contra meus princípios, mais não tinha muita opção.
Peguei um taxi, e no caminho até o hospital, fiquei olhando pela janela, admirando a bela noite que fazia e fiquei pensando no que eu havia feito, involuntariamente senti lágrimas escorrerem do meu rosto.
Não me arrependi por causa da Helena, engoli o meu orgulho, e iria permitir que a Adriana me humilhasse daquela forma, ela teria o meu corpo, não os meus sentimentos.
Eu iria transar com uma mulher por dinheiro, como se fosse uma p#ta, me sentia um lixo, sujo e asqueroso, nunca na minha vida imaginei essa situação, nem mesmo na época que passei fome.
Naqueles momentos de raiva, não imaginava o que os próximos meses me reservavam.
Essa humilhação, seria demais para mim, aposto que não iria conseguir me olhar no espelho, ainda bem que minha mãe não estava mas aqui, para me ver eu me prestando a isso, e eu nunca contaria isso para a dona Márcia, a minha mãe de coração.
Cheguei no hospital e fui direto para o escritório do doutor Angel contar as novidades, omitindo certos fatos claro .
DR.- Isso é ótimo Carla.
CARLA- Eu sei, consegui o dinheiro todo doutor, ja no sábado estarei com ele em mãos.
DR- Muito bom.
CARLA- E quando o senhor vai poder operar a minha irmã?
DR- Eu vou organizar tudo, mas acredito que domingo posso realizar a cirurgia.
CARLA- Excelente.
Não consegui conter minha felicidade, logo minha irmã voltaria a ser a mesma menina de antes, linda, feliz, travessa e brincalhona, só vendo ela pelo menos mais corada, fazia com que tudo valece a pena.
Fui direto para a quarto onde minha irmã estava, entrei e a vi deitada com Alexia assistindo um filme.
CARLA- Não esta tarde?
HELENA - Estava te esperando.- Disse ainda deitada.
Me aproximei, dei um beijo em sua testa, e acariciando os cabelos, que estavam um pouco curtos por conta do tratamento, olhei em seus olhos, era incrível o quanto ela se parecia comigo fisicamente, mentalmente esperava que ela fosse melhor do que eu.
CARLA- Eu tenho uma excelente notícia.
HELENA- Qual? - A pergunta saiu um pouco fraca, achei que era por causa dela estar cansada, mas devia ser os remédios que a deixavam meio fraca.
CARLA- Eu consegui o dinheiro que faltava, o doutor Angel disse que domingo ele vai te operar.
ALEXIA - Serio?
A expresão das duas ficou mas alegre, os olhos da minha pequena brilhanvam, ela se levantou da cama e me abraçou com força, senti algumas lágrimas pingando no meu ombro, o que me fez chorar novamente.
CARLA - Agora você ficará bem, como eu prometi.
Estava muito feliz com a notícia, mas não conseguir tirar da minha cabeça, o que teria que fazer, um dia antes da operação da Helena.
Um dia antes de quando a vida da minha irmã recomecaria, a minha vida práticamente acabaria, mas se tivesse alguma duvida sobre o que iria fazer, cairam por terra com uma só frase.
HELENA - Eu te amo Carla.
Foi o que saiu da boca da minha irmã, o que me deu certeza de que tinha que continuar, mesmo que eu me odiasse depois.
CARLA- Também te amo pequena. - Foi o que consegui dizer.
E eu amava mesmo, aquela menina era tudo o que eu tinha e tive a resposta para a pergunta que me fazia a mês. " O que eu seria capaz de fazer para salvar a vida dela?"
E agora sei que não teria limites para o que eu faria por ela, só para ver os olhos da minha irmã brilhando, e eu sabia que valeria a pena a noite que eu passaria no inferno, no qual a Adriana Bitencourt seria meu demônio.
Uma coisa eu tinha certeza, mesmo que ela iria ajudar a Helena, eu nunca a perdoaria, e ela nunca saberia, não daria motivos para ser grata a ela.
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Atualizado até capítulo 29
Comments
Vanessa Kolansky
sem comentários
2025-01-21
0
Miriam Celia Pereira
Só não acho justo, ela julgar a Adriana assim, sem nem mesmo a ter conhecido intimamente.
2024-11-04
1
Andreia Cristina
Carla tenha certeza que esse sacrifício vai valer a pena
2024-10-07
0