capítulo 2

#PONTO DE VISTA CARLA#

A minha mãe, Janaina era uma mulher fantástica, foi uma mãe incrível, era um dos meus maiores exemplos, o meu pai, se é que posso chama-lo assim, era um maldito bêbado, trabalhava em uma grande fazem de gado da região e o dinheiro que ganhava, gastava com bebidas e p#tas.

Eu odiava ele, o meu pai não ajudava em casa, maltratava minha mãe, ele não prestava, que Deus me perdoe, mas muitas vezes desejei sua morte.

Apesar de nova eu entendia muito bem o que acontecia, o Valter, fazia mal para a minha mãe e para mim, não prestava para nada, então, para tentar aliviar o peso das costas da minha mãe, sai a procura de um trabalho qualquer na região.

Pedi ajuda para Leandra, minha melhor amiga na época, para que ela pedisse a sua mãe que me contratasse.

A mãe da Leandra, trabalhava como capataz em uma fazenda, ela não pode me empregar por ser apenas uma criança, é obvio, as únicas crianças que tinha lá era as filhas das trabalhadoras, que aprenderam desde cedo um ofício.

A proprietária se chamava a dona Márcia, uma mulher como poucas, tinha uma postura firme e uma valentia admirável, ninguém da fazenda ou da cidade se atrevia a bater de frente com ela.

Eu tinha muito medo dela no começo, mas como diziam naquela região, pobre não pode ter medo, fui a fazenda logo cedo, para falar diretamente com a dona Márcia, pedi uma emprego a ela, a mesma ficou surpresa, mas admirada com a minha coragem, me deu uma chance, um período de experiência na fazenda.

Trabalhei por três meses, sem parar, ganhando menos que os outros, mais não reclamei nem por um segundo, ateé que um dia meu esforço foi recompensado, dona Márcia, me empregou de verdade na fazenda "As Amazonas", a única condição que ela impôs, foi que eu não abandonasse a escola.

Dai por diante, dona Márcia, se encarregou de me treinar, me fez sua cópia fiel, todos tinham medo dela, pelo simples motivo de não a conhecerem.

Porque se dessem ao trabalho de conhecer, aquela postura dura e brava, não passaria de uma impressão, a dona Márcia era um amor de pessoa, uma das mulheres mas incríveis do mundo.

Foi ela que me descobriu, me deu um trabalho em suas terras, me estendeu a mão de graça, quer dizer, a única coisa que ela exigiu foi que eu terminasse meus estudos e fizesse uma faculdade.

Em meses, ela me transformou em sua aprendiz, ela me ensinou a andar a cavalo e a cuidar da fazenda, dos animais e a plantação, em um ano, ela me tomou como filha de coração e eu a via como uma segunda mãe, e um grande exemplo.

Eu amava tudo aquilo, o campo, a lida com o gado, a dona Márcia dizia que eu era a melhor mini boiadeira da fazenda.

Logo fiz dezoito anos, e apesar de ser nova eu era respeitada, no trabalho e por todos na cidade, mas em casa ainda, ele acha que ainda mandava em alguma merda.

Naquela época eu ja pagava todas as contas de casa, pois ele estava desempregado, e não fazia muito para deixar de ser.

Era um imprestavel, parasita, que nunca gostou de nós, não foi surpresa quando ele foi embora quando minha mãe disse que estava gravida novamente, não me importei com sua partida, só fiquei com raiva que ele roubou o dinheiro que eu guardava em casa, uma econômia de cinco anos, que eu pretendia usar para comprar uma casa para sairmos do aluguel.

Depois disso não tive opção, pedi para a dona Márcia me abrigar na fazenda com os demais empregados, a minha mãe se ofereceu para trabalhar na cozinha, a minha patroa aceitou de bom grado.

Aqueles meses foram incríveis eu e minha mãe estavamos felizes, pena que não tivemos muito tempo juntas.

Na cidade começou a surgir um boato sobre mim, todos diziam que eu seria a herdeira da fazenda " as Amazonas", eu não ligava e também sabia que não era verdade, pois a dona Márcia tinha uma filha e tudo seria passando para ela, eu só me impotava com meu trabalho e minha mãe, e o fato de tudo estar bem, mas a vida me deu outro baque.

Janaina Alvarez, entrou em trabalho de parto, no dia 15 de julho de 2014, e infelizmente faleceu na mesma tarde.

Me lembro de estar no campo, com as demais boiadeiras quando foram me chamar, corri até a casa grande o mas rápido que pude, mas, quando cheguei e vi aquela cena.

A minha mãe sem vida em cima da cama, me joguei e a abraçar seu corpo sem vida, aos prantos, depois que me acalmei, peguei minha irmã no colo pela primeira vez, e ali mesmo prometi que nunca iria deixar nada acontecer com ela.

Depois daquele dia, me dividia entre o trabalho, a faculdade, que dona Márcia pagava, e o fato de ter que ser mãe e irmã de uma bela menina, que dei o nome de Helena.

Eu amava minha irmãzinha, cuidar dela era um prazer, graças a dona Márcia, ninguém tentou tirar ela de mim.

Cinco anos se passaram, me vi formada em administração, ja tinha emprego garantido na fazenda, tudo parecia perfeito, até que a vida tratou de me derrubar novamente.

Em um exame de rotina, descobrir que a Helena tinha leucemia, aquela noticia acabou comigo, mudou todos os meus planos.

Eu tinha vinte e três anos, estava com medo e sozinha, mas tinha certeza que eu não iria perder a minha irmã.

Me mudei de Barretos para o Rio de Janeiro, e com algumas economias que consegui juntar, aluguei um pequeno apartamento, e comecei a pagar o tratamento da minha irmãzinha.

A dona Márcia ficou chateada por me ver partir, mas entendeu meus motivos, e me ajudou a coseguir um bom emprego em um escritório, eu odiava, preferia mil vezes a fazenda mas era necessário ficar ali.

O tratamento da Helena se intensificação mas a cada dia, cinco anos de tratamento, que eram tão difíceis para mim quando era para ela.

Odiava meu emprego, a minha vida estava um inferno, tentava me manter forte por ela, mas uma vez por ano, nas minhas férias Helena e eu voltamos a fazenda para relembrar como a vida era melhor, quem sabe eu não voltaria dessa vez para ficar, depois do que aconteceu naquela noite, não duvidaria!

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Comments

Maria Alves

Maria Alves

Que situação comovente /Brokenheart//Brokenheart//Brokenheart//Brokenheart/

2025-02-04

0

Vanessa Kolansky

Vanessa Kolansky

realmente a vida dela n foi fácil mais vai dar certo

2025-01-21

0

Maria Alves

Maria Alves

É verdade

2025-02-04

0

Ver todos

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