O aniversário de Pedro

Mais um aniversário meu chega! Eu gosto de comemorar duas vezes, com amigos e com a família.

Esse ano irei para a fazenda com meus pais, meus irmãos e suas famílias, além de meus avós, tios ,padrinhos...

Mas na sexta feira...a noite será uma criança!

—Aluguei a mansão em Guaratiba, já convidei todo mundo. E a equipe de som e bebida?

—Ficou a cargo do Brandon, onde está ele em falar nisso?

Fábio e eu saímos da empresa, para almoçarmos e encontramos toda a minha galera.

Brandon, Fábio e eu, somos os melhores amigos, mas também estão sempre conosco Bernardo ,filho do tio Guilherme e Antonio ,filho do tio Inácio. Meu primo Heitor agora mora no interior desde quando os seus pais, minha madrinha Bárbara e o primo Jorginho, se casaram novamente.Mas quando estamos por lá...aquele matagal tem histórias para contar!

— Cheguei!

—Até que enfim!

— Estava atendendo na clínica dos meus pais e daqui a pouco estou indo para CT do Fluminense consultar os jogadores.

Brandon seguiu a contramão dos pais e do irmão, não é médico,mas está dentro do ramo,é nutricionista, com foco em nutrição esportiva. Ele era um cara magrinho, tímido e sem graça, mas quando crescemos e descobrimos o sexo...ele se transformou! Via o pai e principalmente o irmão,meu cunhado Pietro, com montanhas de músculos, começou a malhar pesado e se identificou.

O Fábio também mudou muito,era um cara da roça, tranquilo...hoje trabalha na empresa conosco no departamento de marketing. Ele é o típico comedor de casadas, se a mulher está carente, marido não dá atenção, não comparece na cama...ele está lá, pronto para suprir as necessidades delas!

Ele é irmão do meio da minha cunhada Amália, que vive a chamar a atenção dele por esse comportamento.

Antonio e Bernardo trabalham com os pais na empresa aonde são sócios há anos.

Antonio é urbanista e paisagista

 Bernardo acabou de se formar em arquitetura,como o pai dele.

—A minha irmã disse que vai!

—Qual é Bernardo! Combinamos de não levar ninguém da família porque será uma festa...liberal!

—Ela é maior de idade, adulta, não posso fazer nada!

—Ainda bem que os meus irmãos são casados e estão ocupados com os filhos! Azar o deles!

—Totalmente! - eles concordam comigo

Depois do nosso almoço, e de organizarmos os últimos detalhes da minha festa, retornamos aos nossos trabalhos.

 Na manhã do meu aniversário, minha mãe entra no meu quarto e pula em cima de mim.

—Feliz aniversário! Meu caçulinha!

Eu a agarro.

—Obrigado, onça mãe!

Todos os anos ela faz isso, e ficamos na cama conversando, ela toma café comigo e depois chega o meu pai. Eles não cansam de contar como o meu parto foi tranquilo, diferente da Aninha, que eles estavam vivendo uma vida nova nos Estados Unidos...

Na época, com medo da violência, os dois resolveram mudar para a Flórida e eu nasci por lá,sou um cidadão norte-americano!

Mas eles não aguentaram ficar longe de todos, e três anos depois, voltaram para o Brasil.

—Pedro, tenha juízo! Cuidado nessa festa! - fala minha mãe

—Não permita ninguém usando drogas ilícitas e nem menores da idade ! - orienta o meu pai

—Podem deixar, eu prestarei atenção nesses detalhes. Encontro vocês na fazenda amanhã!

Eles me beijam e saem para fazer a vistoria na nossa fábrica principal, eu vou para a empresa e sou recebido com uma festinha por minha equipe.

—Parabéns, Pedro!

—Continue sempre sendo esse chefe maravilhoso...

—Obrigado, meninas!

As mulheres se derretem, mas na empresa eu mantenho a postura, não me envolvo com ninguém daqui.

Meus irmãos e a minha cunhada aparecem e me cumprimentam.

—O bebezinho fazendo vinte e cinco anos!

—Passa rápido, nem parece aquele moleque que vivia sumindo com nossos brinquedos.

Os dois me olham.

—Na verdade parece sim! - diz Samuca

—Ele não mudou nada! - completa Aninha

—Vocês tem inveja! Porque eu sou mais bonito do que você, Ana Carolina, e porque tenho um pau maior do que o seu ,Samuel!

Amália se engasga com o refrigerante, enquanto Samuca ,vermelho, não sabia aonde enfiar a cara.

—Mas gente, vocês já mediram,por acaso?! - Pergunta Aninha

—Já, e na época eu tinha dezenove anos, imagine o tamanho que tem agora...

Aninha dá uma gargalhada escandalosa e meu irmão vai acudir a esposa que já estava roxa.

—Você me paga ,Pedro Salomão!

Na noite da festa, a mansão cheia de amigos e amigos dos amigos,começamos os trabalhos. Open bar diversificado,música com o melhor DJ da cidade e contratei três food trucks com comida mexicana e hambúrgueres artesanais para garantir que tudo sairá perfeito!

—Oi, Pedro!

—Oi, gata!

Rafaele é minha peguete há dois anos, filha de uma família multimilionária como a minha, dona de uma rede de Hipermercados.

Ela teima em dizer que temos um namoro aberto, mas a verdade é que não temos compromisso nenhum, sempre deixei claro!

Meus pais até se simpatizam com ela,torcem para nos acertarmos ,são bastante amigos dos pais dela, que por sinal, são muito gente boa. Não seria nada mal me casar um dia com a Rafa, gosto dela, mas ainda não senti as tais borboletas no estômago e o coração acelerado, então prefiro continuar assim.

—Vai ser só meu essa noite, ou irá ficar feito um beija flor?

—Essa noite só vou beijar uma flor...

—Bom saber!

Trocamos um beijo quente,molhado e demorado.

A festa bomba, e não tem hora para acabar ,é desse jeito que eu gosto! Curtição sem fim!

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Circulo pela festa analisando cada moça.Todas lindas,metade eu já peguei...

Entre nosso grupo de amigos temos umas regras, não pegamos irmãs, primas e ex. Também não ficamos com moças virgens ou sonhadoras, pois, podemos ser tudo ,menos canalhas! Queremos curtir sem compromisso, mas sempre com sinceridade sobre os nossos sentimentos. Magoar e decepcionar,não faz parte da nossa cartilha, então, nos envolvemos com mulheres como nós, livres de sentimentos.

Acontece, as vezes,delas se apaixonarem e tentarem um namoro sério,mas sempre damos um jeito de escapar.

—Brandon, você pode ver se o meu batom está borrado?

—Vai olhar no espelho do banheiro,Sofia!

—Não, veja você!

Ela fica na ponta do pé, e tenta me beijar.

—Para com isso! Eu não pego irmã de amigo meu!

—O seu irmão casou com a irmã do melhor amigo dele!

—A história do Pietro e da Aninha é diferente!

—E por que não podemos fazer a nossa?

Ela me empurra contra parede e me rouba um beijo, que acabo correspondendo. Sofia é linda demais, não dá para resistir, mas lembro que ela é irmã gêmea do Bernardo.

—Chega! - eu a afasto.

—Por que você me resiste tanto?Só por causa do meu irmão?

—Não! Você é moça para casar, tem sonhos, eu não quero que tenha falsas expectativas!

Ela se irrita e me dá as costas.

—Eu ainda te arrasto para altar, escuta o que estou lhe dizendo!

Como se ela estivesse me rogando uma praga,eu me benzo.

A festa termina com o dia já claro, a galera jogada pelos cantos da propriedade, casais saindo dos quartos e banheiros ,todos completamente chapados!

—Antonio,levanta! Temos que ir, cadê o Fábio?

—Estava no carro com a Fabi, aquela menina do escritório de advocacia dos pais do Maurinho.

Chego no carro, bato no vidro, encosto bem o rosto e vejo Fábio pelado,dormindo com um sutiã na cara.

—Vamos logo! Temos que ir para a fazenda!

Ele abre a porta e dentro do carro sai a moça e Bernardo.

—Eu não quero nem saber o que aconteceu aí! Vou chamar o Pedro!

Bato na porta da suíte e ele me antende, com a cara amassada.

—Vamos logo ,temos que chegar na fazenda até as 14h.

—Já vou...

Ele entra, beija a Rafaele e partimos, os cinco de carro até a divisa com Minas. Como fui o único que não bebeu para ficar atento na festa, levo a Range Rover .

—E sua irmã, Bernardo?

—Foi embora no meio da madrugada com umas amigas. Eu vi vocês se beijando...

—Ela quem me beijou!

—É...a Sofia é doida por você faz tempos!

—Mas eu estou fora!

Eles dormem o restante da viagem toda, chegamos em Levy Gasparian e somos recepcionados por nossos pais, que não estavam com a cara muito boa!

—Dr.Italo Vieira, o médico quebrador de cama box!

—Não estou para gracinhas, Brandon!

—Qual é pai? Mal cheguei e já vem bronca?

Tomás, de braços cruzados desce as escadas da sede e vai até nós.

—Os cinco na varanda dos fundos ,agora!

Meu pai junto, com Tomás, Guilherme e Inácio,começam a nos dar um sermão. Um delegado amigo do Tomás, recebeu várias denúncias de som alto, orgias e bebedeiras na rua.

—Eu não sou besta, já o deixei avisado da festa, então ele não bateu por lá! Mas deveria ter deixado, e vocês tinham que serem levados para a xadrez! - ele grita e fica vermelho

—Calma Tomás! - Guilherme o acalma e depois se volta para nós.- Vocês são um bando de arrombados, seus merdinhas, filhos da puta! Isso é coisa que se faça!? Nós estamos de saco cheio e não temos mais idade para isso! - ele põe a mão no peito - Tô passando mal, Ítalo me ajude aqui!

Ninguém se move, tio Guilherme é teatral...

—Rapazes, entrem! Vão comer alguma coisa e descansar para a festa de mais tarde. - diz Inácio e nós obedecemos.

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—O que foi Inácio? Por que os liberou?

—Vocês esquecerem do nosso passado? Fizemos coisas até piores do que eles!

—Eu não! Nessa idade,eu estava estudando e trabalhando em São Paulo, começando a formar a minha família.

—Ah,falou o doutor certinho! - digo

—Se bem que é verdade, Tomás! Nós fazíamos muita merda já na casa dos trinta e cinco, e eles tem dez anos a menos.

—Mas se não agirmos agora, eles cometerão os mesmos erros que nós, Guilherme!

—É errando que se aprende, Tomás!

A noite, reunimos toda a família na fazenda para uma grande festa, um enorme banquete com família e amigos próximos, para celebrarmos o aniversário da minha dor de cabeça, que dura 25 anos...

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Festinha de família, era o que eu precisava depois de uma noite louca! Prefiro não beber, brinco com os meus sobrinhos, que adoram me ver montar no touro mecânico, pulo na cama elástica ...a festa é praticamente deles. Admito! Sou um tio babão e faço toda as vontades dos três! Tudo o que meus irmãos os proíbem, eu libero...essa é a função de um tio!

No meio da noite, crianças na cama, vejo os meus pais saindo sorrateiramente ,olhando para os lados indo em direção a casa antiga da minha bisavó.

—Olha lá,Samuca! Já vão os dois fazer a safadeza deles!

—Safadeza é o que você faz! Eles fazem amor!

—É...tem razão...e você não faz nem uma coisa e nem outra, com essa cara de lerdo!

—Quem disse?! Amália foi colocar as crianças na cama e está me esperando no quarto com uma camisolinha minúscula... - ele vira a cachaça de uma só vez. - Boa noite, irmãzinho!

—Boa...

Fico olhando ele entrar e observo a movimentação, vejo uma linda moça, toda roceirinha ,lembra até a minha cunhada quando chegou aqui. Fico receoso de me aproximar, vai que é moça virgem? Chamo o meu primo Heitor.

—Quem é primo?

—Aquela ali? Esposa do capataz.

—Dê qual?

—Seu Hélio.

—O quê?! Aquele velho, desdentado casado com uma moça dessa?! Ele a sequestrou, é?

—Que nada! Ela não é santa também não! Apareceu aí numa leva de caipiras vindos do interior de Minas, foi se achegando querendo alguém pra bancar...o velho catou!

—Hum...entendi!

Assim que Heitor sai, a moça vem para perto de mim e eu fico nervoso.Ela me atrai demais, mas mulher casada não é comigo, essa é a especialidade do Fábio!

— O senhor quem é o patrãozinho que tá completando anos?

— Sou eu mesmo, prazer, Pedro!

— Prazer,Dalila!

Dou um sorriso sem graça e olho para frente, sinto que ela me encara. Já comecei a respirar fundo, sentir uns arrepios no corpo e o meu amigo lá em baixo começou a latejar, eu tento me segurar...

—Onde está o seu marido? O seu Hélio? - tento espanta-la

— Ele foi visitar os filhos na cidade vizinha, só volta amanhã na hora do almoço. Estou sozinha casa...

—Ai meu pai...afasta essa tentação! - falo baixinho

—Eu posso dar um presente para o patrão? Pra modo agradecer essa festança bonita e ter convidado os colonos.

— Não precisa ,não ! Muito obrigado! Chamar os colonos a minha família sempre faz!

—Tem certeza? - ela enrola os cabelos ondulados e compridos ,mexendo aquele corpo bonito debaixo de um vestidinho floral.

—Hum....ai meu Deus...e qual seria esse presente?

—Vem aqui que eu lhe mostro!

Ela sai devagar, eu olho para os lados e disfarçadamente a vou seguindo, chegamos até na parte do pomar de laranjeiras e ali começamos a nos agarrar e beijar.

—Vamos para a minha casa?!

—Está louca! E o seu marido?

—Já disse, só amanhã após o almoço!

Eu sigo até aonde fica a casa dos colonos e entro na casinha dela. Já começamos a arrancar as roupas pela sala, a deito na cama e fazemos misérias durante toda a noite. Claro que eu sou um rapaz prevenido , camisinha não sai do meu bolso e nem do meu pau!

Logo cedo, acordo escutando o barulho da porta sendo arrombada.

—Meu marido!

—Você não disse que ele so chegava mais tarde?!

—Ele veio antes!

O homem aparece na porta com uma carabina na mão.

—Cheguei antes porque eu tava desconfiado tu era uma safada e não deu no bico!

—Eu posso explicar...

O velho me encara.

—Ocê não é o fio mais moço do patrão?

—S-Sim...sou eu!

—Mas para mim não quer dizer nada, deitou na minha cama, com a minha mulher, vai morrer debaixo de bala!

Eu dou um pulo na cama, peladão como vim ao mundo! A janela estava aberta, eu pulo por ela e saio correndo, o velho dispara atrás de mim e vou correndo por entre as casas ,todo mundo me olhando, o velho correndo atrás de mim e atirando na minha direção.

Desesperado, chego na sede depois de meio mundo ter me visto com a bunda de fora e sacudindo minhas partes para quem quiser se ver !

Começo a bater desesperado na porta principal, era muito cedo todos estavam dormindo.

—Abram,pelo amor de Deus!!

Corro até a varanda dos fundos, que também estava trancada, ninguém abria o som dos tiros começam a ficar mais próximo e eu me desespero, vou até a janela da cozinha onde escuto os barulhos, provavelmente eraa Penha preparando o café.

—Socorro, Penha!Abre aqui!

Ela vem correndo para abrir a porta.

—O que aconteceu esse menino....Ahhhhh! - ela grita e cai dura no chão ao me ver pelado, nessa altura o velho já estava perto da sede, com a gritaria e os sons dos tiros mais próximos, todo mundo acorda.

—O que está...Pedro Salomão! - grita a minha mãe que rapidamente me veste com o penhoar de seda rosa com flores de cerejeira dela. De peladão, virei uma florzinha! Aff...

O caos foi instaurado! Pietro e o meu dindo estavam tentando socorrer a Penha desmaiada no chão, Samuca e o tio Guilherme seguravam o velho Hélio com a arma na mão

—O que aconteceu?!

—Eu peguei esse fio de uma égua, na minha cama com a minha muié!

A minha mãe passa as mãos no rosto, o meu pai me fuzila com o olhar.

—Dessa vez você passou de todos os limites,Pedro! É o fim da linha pra você!

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