Angra

Não consegui dormir à noite pensando no que a Samanta me falou, e nas fotos que eu vi. Pedro não usa as redes sociais dele já faz um tempo, e nelas tem realmente algumas fotos comprometedoras, mas isso não me importa, nós não estávamos juntos nessa época. Só não sei porque ele também não retira as fotos de lá ,assim como o da tal da Rafaele. Ele não me disse que namorava alguém antes de mim, até porque, não faz sentido... se ele tivesse uma namorada, não teria me contratado para se fazer passar por sua esposa!

São coisas que somente ele pode me esclarecer , e eu não sei porque até agora ele não me contou muita coisa sobre o seu passado, claro que não me importa saber de detalhes do que ele fez, mas determinadas coisas são fundamentais que eu saiba para poder construir o nosso relacionamento. Eu tenho que saber perfeitamente com quem estou namorando , e com quem em breve, estarei me casando.

Chego na empresa e não vou até a sala dele como geralmente faço, deixo a minha mala debaixo da minha mesa e inicio o meu trabalho do dia, logo em seguida Amália chega.

—E aí, animada para o nosso final de semana?

—Sim, estou.

—Não parece!

—Estou sim, é que não dormi bem essa noite.

—Ah sim! Eu estou super animada, amo meus filhos, são uns amores, mas eu preciso de uns dois dias off da maternidade,senão eu enlouqueço!

—Ah tadinhos! Seus filhos são uns fofos!

—Tadinhos? Depois que você for mãe a gente conversa! - ela ri - Vou pegar um café para nos duas, assim você vai despertar.

Ser mãe! Para isso eu preciso transar, e o que o Pedro vai pensar quando souber que eu sou virgem? Será que vai ter paciência comigo? Logo ele que tinha uma vida tão libertina!

Minutos depois ele entra junto com Amália.

—Achei que você não viesse, não passou ma minha sala para dar o meu beijinho de bom dia!

Ele me dá um selinho.

—Estava com a mala pesada, passei direto e quando cheguei aqui me deparei com tantas coisas pra fazer que acabei esquecendo.

—Já está esquecendo de mim? - ele sorri

—Não, mas eu acho que você tem esquecido de me contar algumas coisas...

Ele fica pálido.

—Do que está falando?!

—Precisamos ter uma conversa limpa e franca,Pedro!

—C-Claro ! Podemos sair para almoçar fora daqui, só nos dois.

—Tudo bem, passei aqui ao meio dia.

—Tá bom!

Ele sai pensativo e Amália ri.

—O que foi?

—Desculpa, eu ouvi tudo! Mas gosto do seu jeito de ser, não fica caladinha esperando as coisas se resolverem sozinhas, ou piorarem , vai lá e faz acontecer! O Pedro chegou a ficar desnorteado!

—Detesto esses joguinhos, comigo só funciona assim. Ou é , ou não é!

......................

Caramba! A Marina me surpreende sempre, com ela é tudo assim, na verdade ,sem mi-mi-mi, sem enrolar! Agora é preparar os argumentos para contar tudo aquilo o que deseja saber. Só espero que ela não desista de mim!

Meu pai entra na sala com ar de riso.

— E aí ,meu filho! Animado para a viagem dos três casaizinhos juntos?

—Estou sim, vai ser bom!

—Não esquece o que o papai falou, vai de mansinho, conversa romântica ao pédo ouvido...

—Pai...

—O quê?! De vez em quando uma mãozinha boba, só pra saber qual é a dela!

—Pai! Pelo amor de Deus! - passo as mãos no rosto

—Tá...não está mais aqui quem falou! Vou sair na hora do almoço e não volto mais, vou pegar a sua mãe e as crianças em casa e iremos para a fazenda . Seu padrinho também vai, eles estão com a filha da Helô e do João enquanto os dois providenciam a mudança para a casa nova.

—Tá bom, façam boa viagem e juízo vocês quatro ,nada de bebedeira e safadeza ao ar livre! Estarão com quatro crianças!

—Ih...é o poste quem mija no cachorro agora? Me dando lição de moral e conselhos? Sai fora, moleque! Fui!

Dou uma risada, é...eles estão envelhecendo com a mente de jovens e eu jovem estou ficando com mente de velho! O amor definitivamente transforma...amor? Eu falei amor?!

Levo Marina para almoçar em um restaurante muito bem frequentado aqui na Barra, ela entra sem graça.

— Esse é o seu mundo a partir de agora, você tem que se acostumar, nós vamos frequentar muitos lugares desse tipo.

— Eu não sou acostumada, sou uma menina do subúrbio que gosta de frequentar locais do povão, rodas de samba, barzinhos...

— Eu vivi boa parte da minha infância no subúrbio. Passei muitos finais de semana na casa dos parentes da minha mãe na Tijuca, brincando na rua descalço, meus irmãos e eu acompanhamos meus pais nas rodas de samba. Não tem coisa que minha mãe goste mais do que isso, o meu padrinho e ela, quando se juntam, dançam até de manhã! Ele desfila todos os anos na bateria junto com meu cunhado, que é o filho dele.

— É isso que eu quero saber, Pedro ! Da sua história, da sua vida... a gente começou de um jeito meio diferente, nós precisamos partilhar mais quem nós somos, entendeu?

— Sim, por isso que o meu pai mesmo sugeriu essa viagem, para a gente poder se conhecer melhor e ficar mais tempo juntos.

— E ele fez isso com a sua mãe na época do contrato?

— Sim, só que ele a levou para passar quinze dias viajando pela França.

—Uau! Que sonho! Conhecer Paris, e os vinhedos no interior...

— Quer passar a nossa lua de mel por lá?

A palavra lua de mel a deixou corada de vergonha.

—Quero! Será maravilhoso!

—Eu tenho certeza...

Dou um sorrio cheio de lascívia e ela fica mais vermelha ainda. Faço os pedidos e começamos a conversar,e ela, por fim diz o que a atormenta.

— Rafaele não era a minha namorada, nós tínhamos um relacionamento aberto, nada oficial e nisso já se faziam dois anos. Quando meu pai me obrigou a fazer um contrato de casamento, eu até pensei em falar com ela, mas eu sabia que ela nutria sentimentos verdadeiros por mim eu poderia acabar a machucando.

— Por isso você preferiu uma mulher estranha, que não tinha nenhum tipo de sentimentos por você e seria muito mais fácil de lidar com o término do relacionamento.

— Exatamente, só que o destino me pregou uma peça, e eu me apaixonei por você de verdade. Não esperava por isso, e agora estou aqui, fazendo planos de lua de mel com uma mulher que eu conheci há um pouco mais de um mês, mas que conseguiu roubar o meu coração, de uma forma que nenhuma outra jamais conseguiu fazer!

Sinto que ela ficou aliviada com as minhas respostas sinceras e o clima entre nós mudou, ficou mais agradável e leve, ela voltou a sorrir para mim e quando estávamos próximos de sair encontramos a Rafaele entrando no restaurante com os pais.

—Pedro, que surpresa!

Os pais dela me cumprimentam simpáticamente e também à Marina. Rafaele permanece imóvel com um sorriso amarelo no rosto.

—Deixa eu apresentar a vocês a minha namorada, Marina!

Todos a cumprimentam educadamente, Rafaele fala entre os dentes conosco e em seguida nos despedimos, vejo que Marina olha para trás.

—A sua ex está me olhando como se quisesse me matar!

—Deixa, ela vai se acostumar com a ideia que não há mais nada entre nós.

......................

Chegamos em Angra no meio da noite, comemos em um restaurante japonês, depois, embarcamos para a ilha.

—Nossa que casa linda!

—Eu também acho, mas a minha favorita é a de Petrópolis,tenho lindas lembranças por lá...- diz Amália beijando Samuca.

—No inverno podemos ir para a casa dos meus pais em Campos do Jordão, adoramos passar o dia dos namorados por lá! A Aninha diz que é clichê, mas adora, não é amor? - fala Pietro

—Eu adoro qualquer coisa ou lugar ao seu lado!

—Ah que agarramento! Vem Marina vamos ver a lua lá da praia .

Descemos o deck e ficamos no trecho da praia particular. Sentamos na areia e eu abraço.

—Silêncio aqui, né?

—Paradisíaco! Eu não gostava de vir pra cá por conta disso, mas depois, eu vindo com os meus amigos,para fazer besteiras acabei gostando...

—Aprontou demais, né?

—Se eu te falar, ficaremos o resto da semana sentados aqui!

—E essa história de você quase ser morto?

Respiro fundo, essa foi uma das minhas piores merdas!

—Eu...transei com...a esposa de um capataz da nossa fazenda. Eles nos pegou na cama, e correu atrás de mim com uma arma e eu saí correndo ,pelado, pela fazenda à fora. Isso foi a gota d'água para o meu pai, e aí veio a história do contrato,ele chegou até me expulsar de casa e me demitir.

Marina começa a gargalhar sem parar.

—O que foi?!

—Estou imaginando a cena! Você nu, correndo com um homem largando o tiro para cima de você!

—Não ri,eu vi a morte de perto!

Eu a derrubo na areia e fico por cima dela.

—Pensei que você fosse desistir de mim depois de saber do meu histórico.

—O que me importa é saber de agora em diante, você realmente mudou ou quer mudar?

—É só perguntar à minha família e aos meus amigos,eu sou outra pessoa desde quando você entrou na minha vida.

Ela sorri de um jeito lindo, os olhos dela refletiam a luz da lua cheia.

—Eu sempre dizia que se um dia uma mulher me fizesse sentir as tais borboletas no estômago, ela seria a mulher da minha vida, e você é essa mulher! Marina...posso parecer precipitado,mas é o que eu sinto, eu te amo! Eu amo você!

Noto os olhos marejados dela, e nos beijamos, cheios de desejo, sentindo as ondas suaves molhando as nossas pernas, minhas mãos percorrem as coxas delas,e as suas mãos deslizam por dentro da minha blusa e ela aranha as minhas costas, impossível não ficar excitado! Toco nos seus seios,tão redondinhos e macios, por cima da blusa,beijo o pescoço dela e desço para o colo.

A nossa respiração fica forte e rápida, esfrego meu membro já muito rígido nela, Marina entre abre as pernas e eu me encaixo.

Está ficando difícil segurar o meu tesão,por mim iria até o final, mas começo a desacelerar.

—Pedro...eu sou...virgem!

—Imaginei...está tudo bem, será no seu tempo,meu amor!

Eu me levanto e a ajudo a levantar, entramos e cada um foi para o seu quarto, temos sete suítes e por enquanto, eu não posso dar a desculpa de dividir o quarto, então, não posso ter a mulher que amo nos meus braços.

O final de semana passou voando, tudo o que é bom acaba rápido, meus irmãos e eu nos divertimos muito, mergulhamos , fomos a boates, e eu adorei ver a cara dos dois casais solteiros de filhos,mas que ligavam umas três vezes por dia para saberem dos deles.

Na última noite, Marina bate na minha porta.

—Está sentindo alguma coisa?

—Eu.. queria dormir com você!

Minha boca fica seca.

—C-Como assim?!

—Calma, é só dormir mesmo...

—Marina...isso é brincar com fogo...você vai fazer a minha mangueira subir!

Ela ri ,mas entra mesmo assim e se deita na minha cama, um arrepio correu meu corpo e deitei ao lado dela, começamos a nos beijar e trocar carícias, quando a coisa ficou quente demais, paramos. Ela me dá um beijo e se vira, esfregando a bunda em mim...me dá forças Deus!

Enlaço a sua cintura para dormir de conchinha, quando me acalmei ,ela se vira de novo pra mim.

—Pedro...

—Oi...

—Eu também te amo!

Dessa vez me contenho em dar apenas um beijo na testa dela, porque depois de uma declaração dessas, eu não respondo por mim!

......................

●No próximo capítulo, Tomás terá um ingrata surpresa na Fazenda.

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