Eu amei!

Pov's Natália.

Los Angeles/ Califórnia.

15 dias DEPOIS....

07:45 AM

Fui até o orfanato, iria buscar a minha sobrinha. Não poderia deixá-la ser adotada por outras pessoas, aquela criança não tinha culpa de nada.

Assinei a papelada, enquanto aguardava com as minhas três filhas a assistente social ir buscá-la.

Confesso que estava muito ansiosa; segurava nas mãos um ursinho de pelúcia, iria presentea-lá com aquele brinquedo.

— Sophia!

Júlia deu um gritinho, abrindo um sorriso, indo correndo abraçar a criança. Minhas outras filhas pequenas também se juntaram aquele abraço.

Fiquei de longe observando; não sabia qual seria reação....

Abri os braços, ficando de joelhos.... e para minha surpresa, a garotinha correu e me abraçou.

Seus brancinhos estavam envolvidos em meu pescoço e a pus sobre os meus braços, olhando-a carinhosamente.

Minha sobrinha sorriu fraco e novamente me agarrou, sentindo-se protegida. A entreguei o urso e seus olhinhos ficaram emocionados.

— Gostou?— perguntei, achando fofo o jeito de como agiu.

— Eu amei! Obriglada. — agradeceu, encostando a cabecinha no meu ombro.

Sorri, a admirando.

— Vamos para casa?

As chamei, toda animada.

— A mamãe tem um carro novo, Sophia, sabia— minha filha mais velha contou.— E ele é automático.

Sai andando, ouvindo as meninas conversando. Por mais que Hailey não merecesse nada, eu iria cuidar da filha dela, como se fosse minha.

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Ainda não estava acostumada em usufruir tanto luxo. Herança nenhuma iria trazer os meus pais de volta, eu trocaria tudo, apenas para tê-los aqui presente vendo as netas crescerem, mas infelizmente... tiraram esse direito deles.

Senti os meus olhos ficarem marejados ao pensar e rapidamente me recompus.

Não poderia demonstrar fraqueza.

Pus Mary na cadeirinha, assim como Esther. Júlia ficou no banco passageiro e a minha nova filha, sentou no banco bagageiro.

Meu coração estava se abrindo...

Desde da morte do meu marido, o que me motivou a me manter de pé foi as nossas filhas. Perder Adam, foi como se eu tivesse perdido um pedaço de mim.

Já se passaram sete meses desde da morte dele e eu não consigo superar. Eu peço a Deus forças, mas é difícil apagar a memória do homem que me deu tanto amor.

—Vamos tirar uma foto, mamãe?— Júlia sugeriu, me tirando dos vagos devaneios.

— Bora!— fiquei animada, enquanto ela posicionava o celular.

Sorri para aquele momento, por mais que eu estivesse mal por dentro, eu transparecia estar feliz por fora. Só queria esquecer o passado e focar no futuro.

E Deus me ajudou a caminhar.

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Pov's Natália

10 ANOS DEPOIS...

Sei que muitos poderiam não entender o que significava o perdão e o porquê das pessoas fazerem isso, mas quando se dá o perdão a alguém, é como se você tirasse um peso de dentro de si.

Confesso que tive muitas noites de insônia, sem conseguir dormir, era como se Deus tocasse no meu coração e dissesse : " está na hora, você precisa ir". E em muitas vezes eu questionei o senhor, eu dizia assim: " eu não consigo, Deus" .

Quando recebi a notícia que minha irmã havia tirado a própria vida, me doeu muito, principalmente porque não deu tempo.

Foi aí que comecei a refletir na possibilidade de encarar o meu passado de frente e ir visitar Justin no presídio.

Lembro-me que quando cheguei naquele presídio, eu ainda estava tão machucada. Não consegui olhar para cara dele a princípio, mas quando despejei para fora e falei: " Eu te perdoo" foi como se um peso saísse dos meus ombros.

É injustificável o que ele fez, quem olha de fora acha que é fácil, no entanto, quando você enxerga a mudança em alguém e resolve dá uma segunda chance, há muitos julgamentos.

— Justin!

Assim que o vi saindo pelo portão do presídio, o meu coração disparou. De imediato olhou para trás.

— Naty.— seu sorriso estava tão largo.

E em câmera lenta corri em sua direção, pulando nos seus braços.

– Como consegue abraçar o homem que só te machucou no passado, mãe?— a voz no fundo soou.

E era Júlia.

Ela me olhava tão decepcionada.

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