Pov's Natália.
Hospital 🏥.
Domingo 16:30 PM.
Eu estava tão preocupada com o estado clínico do meu esposo. Andava de um lado pro outro, embora eu não quisesse preocupar as minhas filhas, eu não conseguia parar de me mover.
Adam havia piorado nessa manhã e dado um outro AVC, os médicos estavam temerosos que ele pudesse não reagir.
Eu estava em desespero, eu acreditava que ainda havia esperança. Nada era impossível para Deus; eu tinha muita fé que o meu marido iria sair daquela UTI com vida.
Me ajoelhei no corredor e abaixei a cabeça próximo cadeira, para fazer uma oração. Fechei os meus olhos e comecei a clamar, estava com tanto medo de perdê-lo.
Alguém cutucou em meu ombro e sai dos meus vagos devaneios. Vi a senhorinha em pé - era a irmã de Adam- que havia vindo do interior para me ajudar a cuidar das crianças.
— Acho melhor você ir para casa, jovem, essas meninas não podem ficar no meio do hospital.— seu tom repreensivo continha um cuidado.
— Não quero sair de perto dele.— soei, chorando. — Eu não posso deixa-ló sozinho.
— Meu sobrinho tá vindo para cá, ele vai cuidar de tudo.
— Peraí.— a interrompi.— A senhora chamou o filho que Adam nem tem contato? — franzi a testa incrédula. — Adam não vai gostar de saber disso.
— Por que não, menina?— retrucou.— São pai e filho, não podem ficar brigados para sempre. Deus prega o perdão, devemos perdoar uns aos outros.
— Eu sei disso, pastora.
— Se sabe, faça com que o meu irmão faça as pazes com o filho.
— Tentarei.
— E outra coisa, o meu sobrinho é novo e tem praticamente a sua idade.— enfatizou, querendo me humilhar com àquilo.— Fique sabendo que ele não poderá te chamar de mamãe.— a frase me arrebentou em cheio.
Sentia que a irmã de Adam não gostava de mim por conta da diferença de idade e que talvez me achasse uma interesseira. Os olhares que me lançava, havia muito preconceito.
Fui para perto das minhas filhas e eu as abracei, peguei Mary nos braços e a coloquei para mamar.
Todas três estavam tristinhas e abatidas.
— Que horas vamos poder ver o papai?— Júlia interrogou, com o rostinho vermelho de chorar.
— Ainda não se sabe, filha.
Esther encostou a cabecinha manhosamente no meu ombro e comecei a passar a mão pelos seus fios escuros.
— Ele não vai morrer né, mamãe?— a voz infantil atingiu-me.
Esther era tão pequena e ao mesmo tempo tão esperta. Sua pergunta inocente me deixou emocionada. Meus olhos lacrimejaram e meu coração se apertou.
— Vai não.— garanti, sussurrando baixinho.
— Mãe, canta um louvor para mim.
— Claro, Júlia. Qual você quer que eu louve?— perguntei.
— Existe vida aí.— citou o nome da canção.
— Vamos fazer uma oração antes, tá bom.— sugeri.
"Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém!"-Mateus 6:9-13
Em seguida, iniciei a música que refletia muito o momento de agora :
" Eu já lhe aviso logo, não pense que morreu
Que a história acabou e que você perdeu
Eu vou entrar no ambiente pra operar
Com os olhos da fé passe a enxergar
Que ainda tem vida aí
E mesmo que o cenário diga que é o fim
E as evidências gritam que é pra desistir
Mas eu estou dizendo: Ainda existe vida"
Chorava, enquanto cantava com tanta fé.
— Tia— ouvi aquela voz familiar, soando no fundo...
Me pus de pé, olhando para trás e senti as minhas pernas falharem. Era como se eu tivesse diante do meu maior pesadelo, ao rever o homem que destruiu a minha vida no passado.
Ele estava diferente; com o rosto mudado e agora usava barba. Vestia um terno formal e logo notei em suas mãos a bíblia; além da aliança que brilhava em seu dedo esquerdo.
O impacto dos seus olhos sobre mim, fizeram o meu coração disparar tão forte em meu peito. Que conformava os meus passos seguiam indo até ele, mas o medo me tomava.
Parei em sua frente, encarando-o de acima abaixo com desprezo.
— Naty.— seu tom ecoou surpreso.
— Justin.— pronunciei, quase inaudível, sentindo um arrepio em meu corpo.
E de repente veio as lembranças do passado e ergui minha mão para enfiar um tapa na sua cara, mas ele segurou o meu braço, impedindo. Eu o daria o mesmo tapa, aquele tapa que o dei anos atrás e tive que fugir com a minha bebê nos braços, para não ser morta por ele.
— Vocês já se conhecem?— a mais velha interrogou, sem entender.— Essa daqui é a Natália, meu querido, essa é a esposa do seu pai.— me apresentou, e encaramos um ao outro. Era notável o quanto estava alarmado com a descoberta.
— Você se casou com o meu pai?— me fez a pergunta. — Para se vingar de mim.— concluiu, focando em mim, com a expressão de nojo.
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O que acharam do reencontro deles?
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Marcelly Maya
nao.gostei da naty ser humilhada pela irmã do Adams e por justin
2024-09-16
0
Gil Vania
ela casou com o seu pai sem saber que era o seu pai ,ele conta a mesma pessoa tudo é uma face .
2024-09-08
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Roseli Santos
Parece que o Justin não mudou em nada.
2024-09-06
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