A ascensão da Don!

>>>Luiza<<<

Após passar a noite com Adrian, Luiza deixou o apartamento dele pela manhã. Ela já havia ligado para seu motorista antes de sair e, ao chegar ao carro, a levou diretamente para casa. Durante o trajeto, ela tentou afastar os pensamentos da noite que passaram juntos, focando na tarefa mais imediata à sua frente.

Quando chegou em casa, Luiza entrou rapidamente, retirando sua roupa e indo se deitar. Sentia uma mistura de alívio e inquietação. A decisão de não se despedir de Adrian havia sido um reflexo de sua necessidade de clareza, especialmente após um encontro tão inesperado, mas muito desejado.

Na segurança de sua casa, Luiza, após tentar dormir, mas sem sucesso, se dedicou a revisar o progresso para a cerimônia de sua ascensão como Don da Camorra. No entanto, a sensação de desconforto persistia. A noite com Adrian, embora não planejada, havia deixado uma marca em sua mente.

Ele mal havia tocado nela e ela já tinha perdido totalmente a noção, se deixando levar a fazer coisas que nunca havia feito antes, ela precisava se manter firme e inabalável, logo ela seria a Don e não poderia haver brechas em sua armadura, então ela decidiu que tentaria manter as coisas superficiais com Adrian, e ficar na dela, pois não sabia como tudo ia se desenrolar.

Por volta das dez da manhã Luiza se arrumou e foi para a empresa e entre uma reunião e outra, se pegou pensando em Adrian.

Foi só mais tarde naquele dia, enquanto revisava relatórios e coordenava os preparativos para a cerimônia, que Luiza durante sua reunião foi interrompida pela visita de Adrian. Com a notícia sobre a organização "Cobra" ele veio com uma série de dados e pistas que ligavam a situação atual a uma conspiração maior, muito além do que ela havia imaginado.

O peso da nova informação a atingiu como um golpe. A ideia de que uma entidade secreta, a Cobra, estava manipulando as duas famílias e tentando criar caos foi um choque. Luiza percebeu que a situação era ainda mais complexa e perigosa do que ela pensava inicialmente.

Ela se permitiu um instante de reflexão, percebendo que a aliança com Adrian, apesar das complicações pessoais, era agora mais crucial do que nunca.

À medida que se seguia, sua mente corria entre o planejamento da cerimônia e a estratégia para enfrentar a ameaça da Cobra. A urgência de sua ascensão ao poder como Don da Camorra era uma prioridade, e qualquer distração, mesmo que emocional, precisava ser deixada para depois.

O pensamento de Adrian ainda a assombrava. Ele não era como os outros; sua presença era enigmática e provocava sentimentos que Luiza tentava não enfrentar. Ela sabia que a aliança era crucial, mas também sentia a necessidade de manter o seu foco e não deixar que as suas emoções interferissem nos seus planos.

Ao chegar em casa, Luiza se dirigiu diretamente ao escritório, onde começou a revisar os últimos detalhes para a cerimônia e o plano contra a Cobra. Cada tarefa, cada documento, era um lembrete de sua responsabilidade e das escolhas que precisava fazer para proteger sua posição e sua organização.

A noite estava longe de acabar para Luiza. Ela estava determinada a usar cada momento disponível para se preparar para os desafios que viriam. E, por mais que o encontro com Adrian tenha deixado uma marca em seu coração e mente, ela sabia que precisava enfrentar o que estava à frente com a mesma determinação que sempre a guiou.

No dia seguinte, Luiza acordou cedo, a mente girando com as novas informações. O dia prometia ser crucial: sua ascensão como Don da Camorra e a oportunidade de solidificar a aliança com Adrian.

Após seu treino matinal, ela passou a manhã revisando os últimos detalhes da cerimônia, certificando-se de que tudo estava perfeito. O evento não era apenas uma formalidade; era uma declaração de poder e uma demonstração pública de sua posição de liderança. Cada elemento, desde a decoração até a lista de convidados, precisava estar impecável.

Enquanto os preparativos finais eram realizados, Luiza fez questão de se manter calma e focada, apesar da tensão que sentia. A cerimônia era um espetáculo de poder e influência, e qualquer sinal de fraqueza poderia ser explorado por seus inimigos.

Ao meio-dia, Luiza se dirigiu ao local da cerimônia. Ela chegou com sua comitiva, o vestido de gala acentuando sua postura firme e confiante. O salão estava cheio de membros da Camorra e convidados importantes, todos aguardando para testemunhar o momento.

Quando Adrian chegou, sua presença foi notada por muitos. Ele se movia com a mesma confiança que Luiza, mas havia uma tensão palpável entre eles. Luiza trocou um olhar breve com ele, um entendimento silencioso de que, apesar da cerimônia, a ameaça ainda pairava sobre eles.

A cerimônia começou, e Luiza assumiu o palco com uma fala poderosa e decisiva ao lado de seu pai, agora o antigo Don Matteo. Sua presença e discurso não apenas afirmaram seu direito ao poder, mas também enviaram uma mensagem clara a qualquer um que estivesse observando: a Camorra estava sob nova liderança e estava pronta para enfrentar qualquer desafio.

Após a cerimônia, Luiza e Adrian se encontraram novamente, longe dos olhares curiosos. A formalidade tinha sido cumprida, mas o verdadeiro trabalho ainda estava por vir.

Enquanto os convidados se dispersavam após a cerimônia, Adrian se aproximou de Luiza, sua expressão cheia de admiração.

— Luiza, preciso dizer — ele começou, olhando-a com um sorriso genuíno —, você estava deslumbrante hoje. A cerimônia foi perfeita, e você realmente mostrou a que veio.

Luiza, surpresa com o elogio sincero, sorriu levemente.

— Obrigada, Adrian. Significa muito ouvir isso de você. Mas ainda temos muito trabalho pela frente.

— Concordo. Mas por hoje, você merece aproveitar o reconhecimento. — Adrian respondeu, seus olhos ainda fixos nela. — Vamos ao que interessa amanhã.

— A cerimônia foi um sucesso — disse Luiza, sua voz baixa. — Agora, precisamos colocar nosso plano em ação. A Cobra não vai esperar.

Adrian concordou, a expressão de seu rosto mostrando a mistura de alívio e determinação.

— Concordo. Vamos nos reunir e definir nossa estratégia para enfrentar essa ameaça. Temos muito trabalho pela frente.

Com a cerimônia concluída e a aliança oficialmente estabelecida, Luiza e Adrian se prepararam para enfrentar o desafio que estava por vir, sabendo que sua união era a chave para superar a conspiração da Cobra.

No dia seguinte, Luiza convocou Mari e Raffa para uma reunião urgente em seu escritório. Assim que as duas entraram, a expressão de Luiza era de determinação e foco.

— Sentem-se, por favor — disse Luiza, indicando as cadeiras ao redor da mesa de reuniões.

Mari e Raffa se acomodaram, notando a seriedade no tom de Luiza.

— Tenho informações novas sobre a Cobra — começou Luiza, sua voz firme. — Ontem à noite, Adrian e eu discutimos o que sabemos. A ameaça é real e precisa ser neutralizada rapidamente.

Mari, com seu olhar atento e decidido, interrompeu.

— O que exatamente sabemos sobre a Cobra Don?

— Pouco ainda — respondeu Luiza. — Mas sabemos que é uma entidade poderosa, operando nas sombras. Nosso objetivo agora é descobrir quem está por trás disso e qual é o plano deles.

Raffa, sempre a estrategista do grupo, fez uma pausa antes de falar.

— E qual será o nosso papel nisso Don?

— Precisamos começar a reunir todas as informações possíveis. Mari, você ficará encarregada de obter dados dos nossos contatos e aliados. Raffa, você se concentrará em analisar qualquer movimentação suspeita que possa estar ligada à Cobra.

Ambas assentiram, compreendendo a importância da missão.

— Vamos agir com rapidez e precisão. A cerimônia foi só o começo; a verdadeira batalha começa agora. — Luiza concluiu, seu olhar determinado. — Qualquer atualização deve ser trazida imediatamente.

Mari e Raffa se levantaram, prontas para iniciar as suas tarefas. Luiza observou-as sair, sabendo que a colaboração e a lealdade das suas escudeiras seriam cruciais para enfrentar a ameaça iminente.

Após várias horas mergulhada em documentos e planejamento, Luiza decidiu que um almoço fora do escritório seria uma forma de aliviar o estresse. Escolheu um restaurante próximo, um local discreto onde poderia comer tranquilamente, Luiza nunca gostou de andar cheia de segurança, até porque tudo que eles podiam fazer ela também pode.

Ela entrou no restaurante e pediu uma mesa no canto, longe dos olhares curiosos. Enquanto aguardava o prato, sentia a tensão do dia começar a se dissipar. No entanto, seu alívio foi interrompido quando um grupo de pessoas entrou, rindo e conversando animadamente.

Um dos homens no grupo, com um sorriso desdenhoso, a reconheceu. Xavier, o homem com quem ela se recusava a casar. Ele parecia surpreso ao vê-la, e sua expressão rapidamente se transformou em um sorriso de satisfação.

— Luiza Messina — disse Xavier, com um tom que misturava ironia e sarcasmo. — Que agradável surpresa encontrá-la aqui.

Ela levantou a cabeça, mantendo uma expressão impassível, mas internamente, sua frustração aumentava. Não era o momento nem o lugar para lidar com Xavier, mas ele havia cruzado seu caminho.

— Xavier — respondeu Luiza, forçando um sorriso educado. — Não esperava encontrá-lo aqui.

Xavier se aproximou, com um olhar que deixava claro que ele estava desfrutando da situação.

— Parece que o destino tem um jeito curioso de nos unir. Como está a nova Don? Espero que esteja lidando bem com o estresse, eu posso ajudar e você sabe disso.

Luiza manteve a compostura, sabendo que qualquer resposta precipitada poderia resultar em uma situação mais complicada.

— Estou ocupada, como pode ver. Espero que esteja bem, Xavier.

Com um aceno seco, Luiza voltou a se concentrar na mesa, tentando ignorar a presença incômoda de Xavier. Enquanto ele se afastava, o desconforto da situação ficou evidente. Luiza sabia que precisava manter o controle e evitar qualquer provocação, mesmo quando confrontada com um lembrete desagradável de seus desafios pessoais.

Depois de terminar rapidamente seu almoço, Luiza se dirigiu ao banheiro do restaurante para lavar o rosto e tentar se recompor. A situação com Xavier havia sido um desconforto indesejado, mas ela estava decidida a não deixar que isso estragasse seu dia.

Enquanto se dirigia para a saída, foi pega de surpresa ao encontrar Xavier no corredor, bloqueando a passagem. Seu olhar estava carregado de determinação e uma pitada de hostilidade.

— Pensou que poderia fugir de mim assim tão facilmente? — Xavier disse, com um tom de voz que misturava irritação e desafio.

Luiza parou, seus olhos encontraram os de Xavier com frieza.

— O que você está fazendo aqui, Xavier? — perguntou Luiza, mantendo a calma apesar do desconforto, não querendo chamar atenção.

Xavier avançou um passo, seu tom agora ameaçador.

— Estou aqui para discutir o que realmente importa. Você sabe que precisa se casar comigo para consolidar sua posição. Não adianta tentar escapar.

Luiza manteve sua postura firme, sabendo que qualquer demonstração de fraqueza poderia ser explorada.

— Eu já disse que não estou interessada no seu casamento, Xavier. A minha decisão está tomada. Agora, deixe-me passar.

Xavier não recuou, seus olhos mostrando uma frieza calculista.

Xavier leva sua mão ao pescoço de Luiza e aperta um pouco dizendo:

— Você pode achar que pode me ignorar, mas saiba que se não aceitar o casamento, as consequências serão graves. Eu estou apenas tentando ajudar você a evitar problemas maiores.

A tensão no corredor era palpável, e Luiza percebeu que a situação estava se tornando cada vez mais complicada. Ela precisava encontrar uma maneira de sair dali sem escalar o conflito.

já sem paciência Luiza puxa uma faca de seu cinto precionando no abdômen de Xavier.

— Não tenho tempo para suas ameaças e exigências. Se não me deixar passar, eu farei com que você se arrependa — disse Luiza, a voz firme e resoluta.

Xavier hesitou por um momento, claramente surpreso pela confiança de Luiza. Com um gesto irritado, ele se afastou, permitindo que ela finalmente saísse.

Antes de sair do corredor, Luiza parou e se virou para encarar Xavier uma última vez. Seus olhos estavam fixos nele, brilhando com uma fúria controlada.

— Xavier, escute bem o que vou dizer — começou Luiza, sua voz baixa, mas carregada de autoridade. — Eu sou a Don da Camorra, e você deveria me tratar com o respeito que esse título merece. Se pensa que pode me intimidar ou me forçar a fazer algo contra minha vontade, está gravemente enganado.

Xavier a encarou, tentando manter a compostura, mas era evidente que as palavras de Luiza o atingiram.

— Isso que você fez hoje não vai ficar assim. — Ela continuou, avançando um passo em direção a ele. — Você não só cruzou uma linha ao tentar me pressionar, como também colocou em risco a pouca consideração que eu ainda tinha por sua família. A partir de agora, tome muito cuidado com suas ações, porque a próxima vez que nos encontrarmos, as consequências serão severas.

Xavier, momentaneamente sem palavras, apenas a observou enquanto ela se afastava, deixando claro que sua posição como Don não seria desafiada por ninguém, muito menos por ele.

Luiza saiu do restaurante com a cabeça erguida, a raiva fervendo sob sua calmaria exterior. Ela sabia que esse encontro marcava um ponto de virada, e Xavier havia acabado de assinar seu próprio destino ao subestimá-la.

Quando Luiza chegou ao escritório, sentiu imediatamente a tensão no ar. Adrian estava lá, esperando por ela, a expressão séria e os olhos atentos. Sem trocar palavras, ambos se dirigiram diretamente para a sala de Luiza.

Ao entrarem, Adrian fechou a porta atrás de si e se virou para ela. Mesmo sem dizer nada, era claro que ele notava que algo estava errado. Luiza tentou manter a compostura, mas o incômodo do encontro com Xavier ainda estava fresco em sua mente.

Enquanto ela se acomodava em sua cadeira, Adrian deu um passo à frente, seus olhos fixos nela. Foi então que ele viu a marca no pescoço de Luiza, uma leve mancha vermelha deixada pela tensão do confronto. Seus olhos se estreitaram, a fúria começando a borbulhar dentro dele.

— O que aconteceu? — Adrian perguntou, a voz baixa, mas carregada de preocupação e raiva.

Luiza desviou o olhar por um momento, ciente de que Adrian havia percebido mais do que ela gostaria.

— Não é nada com que você precise se preocupar — respondeu ela, tentando minimizar a situação, mas Adrian não se deixou enganar.

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