A noite estava escura e silenciosa enquanto Luiza e Adrian se dirigiam para o local onde Giancarlo Russo havia sido avistado. O ar estava carregado de tensão, mas ambos mantinham a calma, sabendo que cada movimento precisava ser calculado com precisão. Eles não podiam se dar ao luxo de falhar.
Ao chegarem ao ponto de encontro, uma antiga fábrica abandonada nos arredores da cidade, Luiza fez um sinal para os homens que a acompanhavam se espalharem ao redor do prédio. Adrian fez o mesmo com seus homens, coordenando uma operação conjunta que garantiria que ninguém escapasse.
— Mari, Raffa, vocês ficam comigo — Luiza ordenou, sua voz firme e inabalável. — Adrian e eu vamos entrar e confrontar Giancarlo. Quero que vocês cubram todas as saídas. Não podemos permitir que ele fuja.
As duas mulheres assentiram e se posicionaram de acordo com o plano. Adrian aproximou-se de Luiza, verificando uma última vez se todos estavam em seus lugares.
— Tudo pronto? — perguntou ele, seus olhos encontrando os dela.
— Sim — respondeu Luiza, respirando fundo. — Vamos acabar com isso.
Com um aceno, Adrian indicou para seus homens que abrissem as portas da fábrica. Eles entraram em silêncio, suas armas preparadas, prontos para qualquer surpresa que pudesse estar à espera. A fábrica estava escura, com apenas a luz fraca da lua entrando pelas janelas quebradas, criando sombras que pareciam se mover no vazio.
Caminhando em silêncio, Luiza e Adrian avançaram pelo interior da fábrica, seus passos ecoando levemente nas paredes vazias. Eles podiam ouvir vozes abafadas mais à frente, e, com gestos sutis, comunicaram-se para se aproximarem com cautela.
Ao se aproximarem do centro da fábrica, viram Giancarlo em uma conversa tensa com dois homens que pareciam ser intermediários da Cobra. Ele estava claramente nervoso, olhando ao redor como se soubesse que algo estava prestes a acontecer. Quando Luiza e Adrian se aproximaram mais, Giancarlo finalmente os notou. O pânico se espalhou por seu rosto.
— Achou que poderia nos trair e sair impune, Giancarlo? — A voz de Luiza cortou o silêncio como uma lâmina, firme e fria.
Giancarlo deu um passo para trás, levantando as mãos em um gesto de rendição, mas era evidente que ele estava desesperado.
— Luiza, Adrian, vocês não entendem — ele começou, tentando ganhar tempo. — Eu fui forçado. Eles ameaçaram minha família. Eu não tinha escolha!
Adrian, implacável, deu um passo à frente, a raiva ainda controlada em seu tom.
— Sempre há uma escolha, Giancarlo. Você escolheu trair a Ndrangheta e a Camorra, e agora vai pagar por isso.
Antes que Giancarlo pudesse responder, os dois homens da Cobra ao lado dele sacaram suas armas, prontos para lutar. Mas a reação rápida de Luiza e Adrian foi decisiva. Em uma fração de segundo, Luiza derrubou um dos homens com um tiro certeiro, enquanto Adrian neutralizava o outro com um golpe rápido.
Giancarlo, vendo que estava sem saída, começou a recuar, mas antes que pudesse escapar, Adrian o agarrou pelo colarinho e o jogou contra uma parede.
— Chega de mentiras! — rosnou Adrian, pressionando Giancarlo contra a parede. — Você vai nos dizer tudo o que sabe sobre a Cobra, ou vai sofrer as consequências aqui mesmo.
Giancarlo, tremendo, começou a balbuciar, desesperado para salvar sua vida.
— Eu… eu não sei muito! Só sei que eles estão planejando algo grande, algo que vai afetar ambas as organizações! Eles me usaram para repassar informações sobre nossas rotas e entregas. Eu só estava seguindo ordens!
Luiza se aproximou, a expressão impassível.
— O que eles estão planejando, Giancarlo? — Ela perguntou, sua voz baixa, mas cheia de ameaça. — Fale agora, ou será a última vez que terá a chance.
Giancarlo, suando frio, começou a revelar tudo o que sabia. Ele falou de um ataque coordenado que a Cobra estava planejando contra os principais pontos de operação da Ndrangheta e da Camorra, uma tentativa de desestabilizar ambas as organizações de uma só vez. O ataque estava programado para acontecer em poucos dias, e ele já havia fornecido as informações necessárias para garantir que o plano tivesse sucesso.
Luiza e Adrian trocaram um olhar, compreendendo a gravidade da situação. Se o plano da Cobra tivesse sucesso, as consequências seriam catastróficas para ambos.
— Vocês têm que me proteger — implorou Giancarlo, agora em pânico total. — Eu posso ajudar a parar isso! Posso redimir o que fiz, só me deem uma chance!
Luiza ficou em silêncio por um momento, avaliando a situação. Finalmente, ela olhou para Adrian, que ainda segurava Giancarlo firmemente.
— Leve-o para um dos nossos lugares seguros — ordenou ela. — Vamos precisar de todas as informações que ele tiver. E depois, veremos o que faremos com ele.
Adrian assentiu, sem suavizar o aperto em Giancarlo.
— Entendido.
Enquanto Adrian instruía seus homens a levar Giancarlo, Luiza se afastou, pegando o telefone para começar a coordenar a defesa contra o ataque iminente. Ela sabia que precisariam agir rápido para impedir a Cobra e proteger tudo o que haviam construído.
Quando Adrian voltou, ele se aproximou de Luiza, os dois agora conscientes do desafio colossal à frente.
— Precisamos de uma estratégia sólida — disse Adrian, já pensando nos próximos passos. — E não podemos permitir que Giancarlo tenha qualquer oportunidade de escapar ou nos enganar novamente.
Luiza concordou, os olhos cheios de determinação.
— Vamos acabar com esse plano da Cobra antes mesmo que comece. E depois, garantiremos que nunca mais sejam uma ameaça para nós.
Com o destino de suas organizações nas mãos, Luiza e Adrian se prepararam para a batalha que estava por vir. Eles sabiam que o sucesso dependeria de cada decisão que tomassem a partir daquele momento, e ambos estavam prontos para fazer o que fosse necessário para proteger suas famílias e seu legado.
...Nos dias seguintes, a tensão cresceu nas fileiras da Camorra e da Ndrangheta. As forças de ambas as organizações foram colocadas em alerta máximo. Luiza e Adrian trabalharam incansavelmente, coordenando operações e ajustando estratégias para enfrentar a ameaça iminente da Cobra....
As noites eram passadas em reuniões secretas e discussões intensas, onde cada detalhe do plano de defesa era meticulosamente revisado. Eles sabiam que qualquer falha poderia significar o fim das suas organizações. Mas, apesar da exaustão, a determinação de Luiza e Adrian não vacilava.
Luiza, de volta ao seu escritório, revisava um relatório que acabara de receber de Mari. As informações confirmavam o que Giancarlo havia dito: a Cobra estava realmente preparando um ataque coordenado, e os alvos incluíam alguns dos pontos mais sensíveis da Camorra.
Ela olhou pela janela, pensativa. A responsabilidade sobre seus ombros era esmagadora, mas ela não permitiria que o medo a dominasse. Ela sabia que essa batalha seria crucial para solidificar sua posição como Don, e falhar não era uma opção.
Um leve bater na porta a tirou de seus pensamentos. Adrian entrou, parecendo tão cansado quanto ela, mas com uma firmeza inabalável nos olhos.
— Tudo pronto do meu lado — ele disse, sentando-se em frente a ela. — Nossos homens estão posicionados, e as rotas críticas foram redirecionadas para locais seguros. A Cobra não terá sucesso, Luiza.
Ela assentiu, mas ainda havia uma tensão no ar.
— Recebi mais detalhes sobre os alvos da Cobra — disse ela, passando o relatório para ele. — Eles estão mirando nossas operações de lavagem de dinheiro, além dos depósitos de armas. Querem nos desestabilizar financeiramente e nos desarmar ao mesmo tempo.
Adrian leu rapidamente o relatório, os olhos se estreitando.
— Inteligente da parte deles, mas subestimam nossa capacidade de adaptação. Vamos precisar dar um golpe antes que eles possam se mover. Eles não esperam uma reação rápida, especialmente não algo coordenado entre nossas organizações.
Luiza concordou. Era a oportunidade perfeita para virar o jogo a seu favor.
— Podemos fingir que estamos seguindo o plano deles, deixando parecer que não percebemos a ameaça — sugeriu ela. — E então, quando eles estiverem prestes a atacar, vamos surpreendê-los com uma ofensiva coordenada. A Cobra acha que tem a vantagem, mas não conhece nosso poder de reação.
Adrian sorriu levemente, admirando a sagacidade de Luiza.
— Gosto do plano. Vamos dar a eles uma falsa sensação de segurança, e quando estiverem mais vulneráveis, destruímos tudo o que construíram.
Luiza se levantou, decidida.
— Então está decidido. Vamos colocar as peças em movimento. Quero que nossas equipes saibam que precisamos agir com precisão cirúrgica. Cada movimento conta.
Adrian se levantou também, estendendo a mão para ela.
— Estamos nisso juntos, Luiza. E vamos vencer isso juntos.
Ela apertou sua mão com firmeza, sentindo a força da aliança que haviam formado.
Nos dias que se seguiram, o plano foi colocado em ação. A Camorra e a Ndrangheta começaram a fazer movimentos sutis, redirecionando seus recursos, protegendo seus ativos e fortalecendo suas defesas. Tudo isso enquanto deixavam escapar informações falsas, dando a impressão de que estavam despreparados para o ataque da Cobra.
Finalmente, o dia do ataque chegou. As ruas estavam mais silenciosas do que o normal, o que só aumentava a tensão. Nos bastidores, as equipes de Luiza e Adrian estavam em posição, aguardando o momento exato para agir.
No centro de operações, Luiza e Adrian estavam lado a lado, acompanhando cada movimento em tempo real através das telas e relatórios que chegavam constantemente. O relógio marcava a contagem regressiva para o ataque.
— Estão prontos para cair na armadilha — Adrian murmurou, observando as informações que confirmavam a aproximação dos homens da Cobra.
— Esperem… ainda não — Luiza instruiu, com os olhos fixos nas telas. — Deixe-os acreditar que estão prestes a conseguir o que querem.
Os segundos pareciam horas, mas finalmente, o momento chegou. Com um sinal de Luiza, o contra-ataque começou.
As forças da Camorra e da Ndrangheta, agora plenamente alertas e posicionadas, atacaram com uma precisão devastadora. As operações da Cobra, que acreditavam estar pegando seus inimigos desprevenidos, foram surpreendidas e esmagadas.
A operação, que deveria ser um golpe fatal para as organizações de Luiza e Adrian, rapidamente se transformou em um massacre do lado da Cobra. Em poucas horas, as forças inimigas foram desmanteladas, seus líderes capturados ou mortos.
Nos momentos finais do confronto, Luiza e Adrian estavam no campo, observando a destruição dos inimigos. O cheiro de pólvora e o som distante de tiros ainda ecoavam pelo local, mas a batalha estava ganha.
Adrian olhou para Luiza, um leve sorriso de satisfação nos lábios.
— Conseguimos.
Luiza assentiu, exalando lentamente enquanto absorvia o momento.
— Sim, conseguimos — respondeu ela, mas sua voz carregava o peso do que estava por vir. — Mas a guerra ainda não acabou. Isso foi apenas um passo para garantir nossa posição. Agora, temos que eliminar os restos da Cobra e fortalecer nossa aliança.
Adrian se aproximou, colocando a mão no rosto dela.
— Com você liderando a Camorra e eu a Ndrangheta, ninguém vai nos parar. Vamos acabar com qualquer ameaça que ouse nos desafiar.
Luiza sentiu uma rara sensação de alívio. Eles haviam vencido a primeira batalha, mas sabia que a estrada ainda seria longa e cheia de desafios. No entanto, com Adrian ao seu lado, sentia-se mais confiante do que nunca.
Enquanto as primeiras luzes do amanhecer começavam a romper o horizonte, Luiza e Adrian, ainda em pé em meio aos destroços da batalha, sabiam que uma nova era estava começando. Juntos, iriam moldar o futuro de suas organizações, eliminando qualquer obstáculo que se colocasse em seu caminho.
E com isso, saíram do local, prontos para enfrentar o que viesse a seguir.
>>>Adrian<<<
Adrian sentiu o peso das últimas horas de batalha quando finalmente se afastou do local do confronto. A adrenalina que o mantivera alerta estava se dissipando, substituída por um cansaço profundo que ele sabia que só um bom descanso poderia aliviar.
Ele acenou brevemente para seus homens, sinalizando que estava se retirando, antes de entrar em seu carro. O silêncio dentro do veículo era uma mudança bem-vinda em relação ao caos de antes. Enquanto dirigia de volta para casa, a cidade ainda parecia mergulhada na tensão da noite, mas para Adrian, a sensação de dever cumprido já começava a se instalar.
Chegando em casa, ele passou pela segurança e entrou em sua residência. O espaço era amplo e luxuoso, mas naquele momento, tudo o que ele queria era a solidão e o conforto de seu quarto. Subiu as escadas lentamente, cada passo lembrando-o de como seu corpo estava exausto.
No quarto, Adrian retirou as roupas manchadas de sangue e suor, lembrando-se de cada momento do confronto, de cada decisão que tomara. Apesar do cansaço, ele sabia que tinha feito o necessário para proteger a Ndrangheta e consolidar a aliança com Luiza.
Ele entrou no banheiro, ligando o chuveiro e deixando a água quente escorrer por seu corpo, relaxando os músculos tensos. A água lavava não apenas a sujeira física, mas também as últimas reminiscências da batalha. Após o banho, Adrian se vestiu com roupas confortáveis e deitou-se na cama.
Por um momento, sua mente voltou para Luiza. Ele sabia que ela também estaria exausta, mas imaginou que, como ele, não descansaria completamente até que todas as ameaças fossem eliminadas. Adrian admirava sua determinação e força, características que a tornavam uma líder formidável. Sentia uma conexão crescente com ela, algo que ia além da aliança profissional.
Mas essas eram questões para outro momento. Agora, ele precisava de descanso. Fechando os olhos, Adrian deixou o sono o dominar rapidamente, seu corpo e mente finalmente encontrando o alívio que tanto necessitavam. O dia seguinte traria novos desafios, mas por enquanto, ele permitiu-se relaxar, sabendo que havia feito o que era necessário para proteger tudo o que era importante para ele.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
karvalho Heloiza😍
muito interessante
2024-10-16
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