Capítulo 18

Beryl e Frederick caminham pelo jardim do palácio, embora se sintam observados, pois há sacerdotes que ainda não acreditam no ômega, enquanto outros se convencem a cada dia de que ele é o enviado da deusa. Enquanto passeiam, veem a rainha saindo de uma sala, enquanto se despede do cardeal, mas quando a mulher os vê, não hesita em se aproximar, e Beryl nem sequer faz uma reverência; afinal, aquela bruxa foi quem o manteve preso até o dia do sacrifício.

— Não pensei que o veria novamente, jovem Ferreli, lamento o que aconteceu antes com você. — diz a rainha.

— Lamenta? É difícil acreditar que seja assim, você e os condes se aproveitaram da minha fraqueza e me entregaram sem compaixão. Não me culpe se a deusa derramar sua ira sobre você. — sorri maliciosamente.

Aproveitando que os sacerdotes não estavam por perto, ele se vingaria um pouco daquela velha.

— Por que a deusa teria raiva de mim? Você não seria seu enviado se não o tivéssemos enviado. — responde ela, um pouco irritada.

— Mesmo assim, você é cúmplice dos sacrifícios e a deusa, embora compassiva, também é vingativa. Tema, pecadora, pois ela reserva um destino para você. — ele a encara fixamente.

A rainha sente um arrepio percorrer seu corpo sob o olhar do ômega, mas antes que ela possa dizer qualquer coisa, ele e Frederick seguem seu caminho.

.

.

.

Mais tarde, no palácio, Harris notou que sua mãe voltou nervosa e se trancou em seu quarto. Ele comenta isso com Alison, pois sua mãe havia ido ao templo.

— Meus pais também voltaram angustiados, disseram que foram pedir perdão a Beryl, mas ele ordenou ao cardeal que fossem expulsos. Meus pais estão arrependidos pelo que fizeram, acho que Beryl foi cruel em mandá-los embora sem ouvi-los. — diz ela com tristeza.

Ela também estava chateada com seus pais, mas eles pediram perdão e, quando souberam que ela iria procurar a espada do dragão, pediram que pelo menos recuperasse o corpo de Beryl para lhe dar um sepultamento digno. Claro, Alison acreditou que o arrependimento deles era genuíno. Harris segura a mão de Alison entre as suas.

— Seu irmão vai entender que não pode viver com rancor, se ele é o enviado da deusa, seu coração deve perdoar. — ele a consola.

— É verdade, Vossa Alteza tem razão, eu sei que meu irmão vai entender. — ela sorri.

— Ele vai, só precisa de tempo, além disso, se a deusa o escolheu é porque ele possui um coração bondoso e que perdoa os erros. — Harris quer que Alison se sinta melhor e não sofra pelo que aconteceu com seus pais.

.

.

.

Beryl se reuniu com o cardeal, pois este deseja que o garoto esteja confortável. Se ele é o enviado da deusa, eles devem tratá-lo da melhor maneira possível, embora precise saber por que ele pediu que os sacrifícios fossem interrompidos, já que é algo que sempre foi feito.

— O dragão se alimenta de mana, então não precisa mais de sacrifícios, além disso, a deusa nunca pediu sacrifícios, ela nunca pediu derramamento de sangue em seu nome. — explica Beryl.

— Desde os tempos antigos, nossos ancestrais têm oferecido sacrifícios ao dragão, se não o fizessem, o dragão os privaria de sua proteção. —

— Não é assim, o dragão não os abandonaria, ele serve à deusa. A deusa sabe que há pessoas más no templo, elas distorceram tudo. — ele mostra uma expressão de tristeza. — Quando o dragão disse a eles que não queria sacrifícios, os ancestrais sacrificaram centenas de mulheres em nome de um falso deus, eles não entenderam que o dragão os protegeria sem sacrifícios. —

— Impossível, você não pode dizer isso, não pode acusar meus ancestrais, eles nunca fariam sacrifícios a um falso deus. — o cardeal fica agitado.

— É a verdade, a deusa está irritada, ela enviou o dragão para protegê-los, mas eles nunca a ouviram, ele não matou as donzelas, ele as protegeu. Seus ancestrais enfureceram a deusa, ela me enviou para falar a verdade e erradicar o mal. — ele fala sério.

O cardeal permanece em silêncio diante das palavras de Beryl, é claro que ele sabe sobre esses sacrifícios do passado, mas até agora, ninguém mais sacrificou ninguém em nome de outros deuses, eles servem fielmente à sua deusa, eles apenas permaneceram em silêncio sobre o passado sombrio do templo para poder continuar protegendo o reino, eles acreditavam que o dragão realmente precisava do sacrifício. O cardeal se ajoelha com a cabeça baixa, implorando perdão à deusa pelo passado horrível de seu templo, mas pede que ela não os abandone.

— Direi a verdade ao reino, mas mesmo que eles repudiem o templo, por favor, peça à deusa que não abandone o reino. — implora o velho.

Para Beryl, é uma surpresa, ele pensou que aquele homem estava escondendo tudo porque era mau, mas ali estava ele, pedindo por seu povo em troca de dizer a verdade. Mesmo assim, não é fácil perdoar o dano que eles causaram, mas ele entende que foram seus ancestrais, não ele.

— Tenho certeza de que a deusa ouvirá suas orações, senhor, ela perdoará quem falar a verdade. — responde Beryl.

— Que assim seja, que tudo seja pela proteção do reino. — ele abaixa ainda mais a cabeça.

Após aquela estranha reunião, Beryl conta tudo a Frederick, que estava em silêncio.

— Você acha que ele está realmente arrependido? — pergunta Beryl. — Ele pareceu sincero, mas não confio nele.

— Não sei o que pensar, é verdade que tudo se deve aos seus ancestrais, mas eles deram continuidade a essa tradição. Se eu realmente drenasse o mana das mulheres, quantas você acha que já teriam morrido? Não se pode perdoar algo assim facilmente. — responde Frederick.

— É verdade, temos que investigar mais, algo não está certo. Além disso, pretendo me vingar. — ele esfrega as mãos. — Hi, hi, hi, hi~

— Muito rancor nesse corpo tão... magro. — Frederick zomba.

— Cale a boca, não pense que só porque você é alto... O que mais você tem? Você é apenas bonito, jovem, rico, poderoso, com músculos, peito firme, pernas fortes... Mas nada mais. — ele responde.

— Pensei que você estivesse me insultando, não me elogiando. — ele zomba novamente.

Beryl joga uma almofada nele e sai do quarto, ele vai vasculhar o templo em busca de coisas suspeitas.

***

NOTA: Quem procurou a música que Beryl cantou? O que acharam? Pessoalmente, eu amo, é uma das minhas favoritas desde o momento em que foi lançada e está sempre na minha playlist ❤️

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***