Capítulo 5

Ante a presença do ruivo, aquele homem abriu os olhos de repente, fazendo com que Beryl recuasse e caísse de bunda. O homem, ao vê-lo, se levanta e observa o ômega fixamente. Claro que sabia de quem se tratava, mas antes não tinha tido a oportunidade de observá-lo em detalhes.

— O que faz aqui? Com que direito interrompe meu descanso? — fala em um tom autoritário.

— Eu só vim ler... Meu nome é Beryl, eu sou... — Ele se cala. — O novo sacrifício... Por assim dizer.

— Ainda não respondeu à outra pergunta. Não perguntei seu nome. — responde.

— Angela me trouxe aqui porque a esposa do dragão não me deixou ler na sala de leitura. — explica enquanto se levanta.

— Esposa? O mestre desta casa não tem esposa, e a sala de leitura é para todos. — ele cruza os braços sem deixar de observar os gestos do ômega.

— Bem, aquela disse que era a esposa, e eu não vou questioná-la. Sou novo e não sei de nada. — ele dá de ombros.

Angela chega rapidamente e fica na frente de Beryl, fazendo uma reverência.

— Saudações, Majestade. Eu não sabia que estava aqui. Peço desculpas por deixar o convidado entrar em sua hora de descanso. — Angela se desculpa.

Beryl apenas observa a cena confuso, pois a criada está demonstrando total respeito por aquele ruivo.

— Não importa. Mas o convidado me disse que não pôde usar a sala de leitura. Por quê? — pergunta em um tom irritado.

— A Srta. Vania nos expulsou. Ela disse que os criados não podem ficar naquela sala. — Claro que Angela não ia ficar calada.

— E disse que era sua esposa e que eu era um ômega sujo. Sujo eu? Se me deram banho ontem à noite contra a minha vontade e tocaram minhas bolas sem minha permissão... Isso é assédio... — reclama Beryl para colocar mais lenha na fogueira.

O ruivo levanta uma sobrancelha ao ouvir as palavras do ômega, talvez aquela última informação não fosse necessária, enquanto Angela se segura para não rir.

— Vou falar com a Vania. Quanto a você, mandarei chamá-lo mais tarde. — ele aponta para Beryl.

O ruivo se afasta, saindo da estufa, e Angela solta um suspiro enquanto se serve de um pouco de suco e bebe rapidamente.

— Espero que ele não acredite na Vania quando ela negar o que nos fez. — reclama Angela.

— Desculpe, quem era aquele? Algum parente do dragão? Seu domador ou algo assim? — pergunta curioso.

— Jovem Beryl, aquele homem é Frederick Jaeger, o dragão, o senhor e mestre deste castelo. — responde Angela.

— O quê?! Aquele homem atraente, delicioso, lindo e sensual é o dragão? — ele fala surpreso. — Com razão a maluca da sala o quer para ela, eu não a culpo. — ele já estava dando em cima.

Angela não consegue deixar de rir do comentário de Beryl, mas garante que aquele homem sensual é o dragão em sua forma humana. Os dragões têm uma magia muito poderosa e podem assumir forma humana para se moverem livremente sem que seu enorme corpo os atrapalhe.

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Frederick chegou ao seu escritório e, assim que entrou, Vania já o esperava. Ela tinha uma expressão de tristeza, mas ao ver Frederick, se levantou e fez uma reverência.

— Perdoe-me por incomodá-lo, Majestade, mas eu passei por um momento difícil. A criada, Angela, está tomando liberdades que não deveria e age como se fosse a dona deste castelo. — ela diz entre soluços.

— Que estranho, porque Angela disse o contrário, que a senhorita expulsou meu convidado da sala de leitura. — ele observa a expressão de surpresa no rosto da garota.

— Majestade, eu jamais faria tal coisa. A sala de leitura é para todos. — ela abaixa o olhar.

— Espero que tenha isso em mente e não desrespeite aqueles que convidei para este castelo. Não me obrigue a mandá-la embora, Srta. Vania. — ele a adverte em um tom irritado.

— Claro, Majestade. Eu sempre sou cuidadosa. — ela faz uma reverência.

No entanto, ao sair da sala, Vania parece irritada. Ela pensou que desta vez conseguiria expulsar Angela do castelo, já que esta criada é quem mais a enfrenta quando ela tenta dar ordens. Ao passar por uma janela, ela vê Angela e o garoto ômega saindo da estufa. Isso a irrita, porque ela não pode dizer nada. Ela só espera que este convidado vá embora rapidamente. Ela está naquele lugar há 10 anos e não vai deixar ninguém tirar seu lugar, pois, não importa quanto tempo leve, ela garante que conquistará o coração de Frederick e se tornará sua verdadeira esposa.

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À noite, Beryl estava em seu quarto depois de jantar e tomar banho, já se preparando para dormir, mas Angela chega para dizer que o dragão o espera em seu escritório. Então, muito a contragosto, ele coloca um roupão para sair do quarto, embora Angela o repreenda por não se vestir adequadamente, já que, sendo um ômega, ele não deveria sair de camisa e roupão. Ao chegar ao escritório, ele tem permissão para entrar. Frederick o observa por um momento, mas não diz nada e pede que ele se sente.

— Rina já deve ter te informado sobre as opções, mas a diferença entre as mulheres e você é o fato de ser um ômega. E, no mundo, um ômega corre muito perigo, os alfas às vezes usam seus feromônios para induzir o cio de um ômega e tirar vantagem dele. — explica.

— Se sua intenção é que eu vá embora, acredite em mim, com o que está dizendo, só fará com que eu não queira nem sair do meu quarto. — responde.

— Só estou dizendo a realidade, e não acho que um ômega que faz xixi nas calças possa sobreviver sozinho no mundo. — ele zomba.

— Em minha defesa, quem nunca viu um dragão e é pego por um teria a mesma reação, e isso que eu não gritei. — ele se desculpa.

— Claro. Então você deve pensar bem no que quer fazer. Você está livre para ficar neste castelo, Rina pode te arranjar um trabalho e você será recompensado por isso. — ele me informa.

— Ser um ômega em perigo lá fora ou ficar e ser um empregado... Acho que a melhor opção é óbvia, mas há um detalhe: sua esposa não pareceu gostar de mim. — insiste.

— Aquela jovem não é minha esposa, e ela sabe como as coisas funcionam neste castelo. Ela não vai te dar problemas. Mas pense bem no que deseja.

Dito isso, a conversa termina.

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