Graças à água que a Vovó Muni lhe deu, Nana pôde sentar-se à mesa com a família para jantar. Ela estava de olho em Nani, que também estava jantando esta noite, procurando o momento certo para se desculpar e elaborando as palavras certas. Nana percebeu que suas palavras tinham magoado muito Nani, não era a primeira ou a segunda vez que ela abalava a autoestima de Nani com palavras cruéis. Do cabelo crespo à pele escura, Nana já tinha atacado tudo em sua irmã. Então era natural que Nani estivesse profundamente magoada com a crueldade passada de Nana.
Agora Nana percebeu o erro que tinha cometido com todas as pessoas que já tinha insultado e menosprezado. Através da doença que Deus lhe tinha enviado, Nana conseguiu reconhecer sua natureza má e começou a mudar de vida, pedindo perdão às pessoas e esperando que elas a perdoassem em breve. Embora ela soubesse que não seria fácil se desculpar com todos, certamente haveria rejeição por parte daqueles que ela tinha magoado. Mas até quando Nana iria guardar para si o medo da reação das pessoas? Além disso, ela tinha que assumir a responsabilidade por suas ações.
"Nani, preciso falar com você", disse Nana suavemente.
"Pode falar, afinal, você está sempre pronta para me insultar", respondeu Nani.
A Senhora Asih e o Senhor Irwin permaneceram em silêncio porque este era um assunto entre as filhas. Se elas fossem longe demais e precisassem da intervenção dos pais, então eles falariam para as acalmar. Além disso, elas eram irmãs, seria melhor se se dessem bem e não houvesse hostilidade entre elas. Que pais não querem que seus filhos se deem bem? Todo pai deseja isso para os filhos que trouxeram ao mundo.
"Quero me desculpar por sempre te insultar e menosprezar", disse Nana.
"Você só se toca quando está doente, né? Ontem mesmo você não se importou em me xingar". Nani estava muito chateada.
"Sim, eu estava errada, talvez a sua dor não possa ser curada com um simples pedido de desculpas. Mas é a única coisa que posso fazer, me perdoa por ter te machucado". Nana falou com sinceridade.
Nani desviou o olhar porque não queria chorar. Ver o rosto sincero de Nana partia seu coração. Mas ela se manteve firme ao se lembrar da profunda mágoa que sentia, como as palavras de Nana a tinham atingido em cheio. Nani odiava ter um coração tão mole. Um pedido de desculpas e a visão do rosto abatido de Nana já eram suficientes para fazer seu coração se derreter. Talvez fosse o forte laço sanguíneo entre elas.
"Não é tão fácil assim pedir desculpas. Eu também tenho sentimentos", Nani disparou, levantando-se de repente.
"Eu sei que você está muito magoada, mas, por favor, me perdoa, Ni", Nana implorou, seguindo a irmã com dificuldade.
"Beije meus pés se quiser meu perdão. Você merece", Nani provocou.
"Do que você está falando, Ni?!", a Senhora Asih interveio depois de um longo silêncio.
Mas Nana impediu a mãe de se meter. Ela queria resolver o problema com a irmã, sem envolver os pais que as criaram. Se a condição para o perdão de Nani era beijar seus pés, então Nana aceitaria de bom grado. Afinal, não era nada demais beijar seus pés. O que ela tinha feito com Nani era muito pior e certamente a tinha magoado profundamente. Então Nana aceitou a condição da irmã. Com dificuldade, porque seu peito doía muito quando se curvava, mas ela se obrigou a fazê-lo.
O coração de Nani se partiu ao ver o esforço de sua irmã em obter seu perdão. Ela puxou o pé que tinha estendido para Nana beijar. Não tinha coragem de obrigá-la a realmente beijar seus pés. Ela acabaria chorando de tristeza por causa da mistura de sentimentos. Uma parte dela queria perdoar a irmã, mas seu lado mau queria que Nana implorasse por perdão da forma mais humilhante possível. Mas acabou que o bem venceu o mal. Ela não suportou ver Nana se humilhar beijando seus pés, porque Nani ainda tinha um bom coração.
"Não precisa, eu já te perdoei", disse Nani, enxugando as lágrimas.
"Sério? Me desculpe de verdade, Ni! Eu não queria morrer com essa dívida com você", disse Nana com a voz embargada.
"Do que você está falando? Você vai melhorar", Nani a repreendeu, ajudando a irmã a se levantar.
"Nunca sabemos quando nossa hora vai chegar. Olha só para mim, eu estava saudável e, de repente, fiquei doente", disse Nana.
"Não perca as esperanças. Eu já te perdoei! Estou rezando por você também", Nani abraçou a irmã.
Finalmente, as duas irmãs se abraçaram para dissipar o rancor que as separava. Nani perdoou Nana de coração, sem nenhum ressentimento. Daqui para frente, elas se dariam bem porque não havia mais sementes de inimizade entre elas. Nani esqueceu tudo o que Nana lhe tinha dito porque queria começar uma nova vida com a irmã. Os pais sorriram felizes ao ver as filhas se dando bem e se amando, esperando que elas continuassem assim para sempre. O mais importante era a saúde de Nana. Eles esperavam que sua filha mais velha se recuperasse logo e voltasse a ser a mesma de antes.
"Vou dormir aqui esta noite", disse Nani.
"Que bom! De agora em diante, você deve dormir aqui", respondeu a Senhora Asih.
"Chega de brigas. Só quero saber de risadas e brincadeiras entre vocês", disse o Senhor Irwin.
"Espero que continue assim para sempre", Nana desejou.
"Claro que vai. Não perca as esperanças, mana", respondeu Nani rapidamente.
"Ouviu sua irmã? Nada de desanimar. Temos que ser fortes para enfrentar as tempestades", a Senhora Asih beijou as duas filhas.
Nana assentiu e decidiu lutar contra a doença, embora no fundo ouvisse uma voz sussurrando que ela morreria em breve.
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Atualizado até capítulo 128
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