Capítulo 4

Quando regressei para casa, tomei um banho e depois fui dormir. No dia seguinte, recebi uma ligação muito cedo da manhã, era Eros, que agora era meu chefe. Assim que atendi, ele disse:

- Preciso que venha o mais rápido possível à minha casa.

- No contrato estava estipulado que eu chegaria às 8 da manhã e agora são apenas 4:30.

- Não me importa, preciso que venha imediatamente.

- Mas que diabos, então para que infernos fizemos um contrato se você vai ficar me incomodando a toda hora?

- Estou te chamando a esta hora não porque quero, mas porque realmente preciso de você.

- Bom, então me diga qual é a emergência.

- Desde que a mãe da Hedone a abandonou, ela tem tido pesadelos, mas nunca havia tido um episódio como o de hoje. Agora minha filha está com febre, além disso, está alucinando e não para de chamar pela mãe.

- Entendo, irei imediatamente, por favor, me envie o endereço e chegarei o mais rápido possível.

- Obrigado.

-...

Desligar.

<>

Tomei um banho rápido, me vesti e saí rapidamente para o endereço que me haviam enviado. Em apenas uma hora, cheguei a uma grande mansão que era bastante grande e luxuosa. Ao chegar na porta principal, vários homens me pararam e disseram:

- O que você faz aqui? Esta é propriedade privada e o acesso está restrito.

- Sou o novo cuidador da Hedone, seu pai me pediu que viesse o mais rápido possível, pois ela está doente.

- Então, você é o novo cuidador? Poderia dizer seu nome?

- Sou Félix.

O homem ligou e, depois de alguns minutos, disse:

- Pode entrar, o chefe está à sua espera.

- Obrigado.

Depois de me darem acesso à casa, entrei e, com a ajuda do mordomo, consegui chegar ao quarto da menina. Assim que abri a porta, vi seu pai sentado ao lado da cama, vigiando seu sono. Ao me aproximar da cama, vi a menina, ela estava pálida e suada, franzindo a testa. Eu não sabia o que fazer ou dizer naquele momento. No entanto, Eros, ao me ver, disse:

- Tenho trabalho a fazer, então te deixo aos cuidados de minha filha. O médico virá monitorá-la a cada 4 horas. Se ela acordar, atenda-a e faça-a se sentir segura e feliz.

- Como ordenar.

Ele assentiu com a cabeça e saiu do quarto. Enquanto ele falava comigo, percebi que tinha olheiras, provavelmente por passar a noite em claro vigiando e acompanhando sua filha, o que significava que a amava mais do que a nada. Isso me fez ponderar: <>, mesmo depois de pensar sobre isso, continuava sem entender o motivo de seu comportamento.

Depois de várias horas no quarto com a menina, um homem de rosto inexpressivo entrou, sem sequer cumprimentar, aproximou-se da menina, tocou sua testa, tomou seu pulso e depois se foi. Depois de observar as atitudes dos guardas, do mordomo, das empregadas e desse médico, soube que ninguém me queria naquela casa, mas não me importava, pois eu não estava ali para fazer amigos, mas sim para trabalhar. Então, tendo isso em mente, foquei na única pessoa que deveria me importar, e essa era Hedone.

Depois que o médico saiu, Hedone acordou e, ao me ver, deu um pulo, sorriu e depois gritou:

- Mamãe, você voltou!

Eu tinha claro que não era sua mãe; no entanto, não queria fazê-la se sentir triste, então não falei, apenas a abracei. A menina, emocionada, começou a chorar e depois disse:

- Mamãe, sei que nos abandonou porque papai te obrigou a fazer algo que não querias, mas prometo que de agora em diante te protegerei, não deixarei que ele te faça mal.

Eu só movi a cabeça de cima para baixo tentando fazer com que ela entendesse que eu compreendia, mas, como a estava abraçando, ela não viu nada. Então, ela pegou meus braços com suas pequenas mãos e, olhando nos meus olhos, disse:

- Mamãe, não vá embora de novo, te imploro que não me deixe sozinha novamente. Prometo que serei uma boa menina.

Ao ver seus olhinhos, entendi porque seu pai nunca negava seus pedidos. Assim, sorri para ela e então disse:

- Está bem, estarei com você.

Ao me ouvir dizer isso, ela começou a pular na cama enquanto gritava alegremente:

- Ei, minha mamãe está de novo em casa, não estarei mais sozinha e triste, ele realmente me ama.

Depois desceu e me abraçou novamente, em seguida disse:

- Mamãe, você vai voltar para o seu antigo quarto?

- Antigo quarto?

- Sim, já que você voltou para casa, estava me perguntando se você vai usar seu antigo quarto.

Ao ouvir isso, mordi os lábios e com uma voz doce disse:

- Querida, não voltarei a morar nesta casa, no entanto, virei quase todos os dias para passar tempo contigo.

A menina, entristecida, me disse:

- Mamãe, mas...

- Pequena, entenda que não posso morar nesta casa, no entanto, te juro que virei aqui para brincar contigo e passar tempo juntos.

- Mas eu queria que estivéssemos juntos novamente.

- Minha menina, eu sei que desejas com todo teu coração que isso aconteça, mas precisas entender que não é possível.

- Mas...

- Que tal irmos comer algo gostoso, já que acordaste?

- Sim, quero, um sorvete de morango e panquecas com creme.

- Está bem, então, troque de roupa e te espero lá embaixo.

- Está bem, mamãe, em um momento desço.

Eu sorri e saí do quarto, mas estando fora, pensei: <>

Depois de pensar nisso, fui procurar um dos empregados e perguntei:

- Desculpe, gostaria de saber se a menina é capaz de se vestir sozinha ou precisa de ajuda.

O homem me olhou com raiva e, depois de má vontade, me respondeu:

- A senhorita sabe fazer tudo por si mesma, então não se preocupe. A única coisa que você deve fazer nesta casa é cuidar dela e ser sua mãe.

- Obrigado.

Depois de receber a resposta, fui diretamente para a cozinha. Já estando lá, disse ao chef:

- Senhor, gostaria de pedir duas panquecas com creme e um sorvete de morango.

Aquele homem também me olhou como se estivesse zangado comigo e, assim como aquele homem a quem havia perguntado sobre a roupa da menina, me respondeu de maneira grosseira e com um tom de voz agressivo:

- Como ousa dar sorvete a uma menina que estava doente há pouco tempo?, você não tem cérebro?

Ao ouvi-lo, me senti mal porque era verdade, como era possível que eu, um adulto, desse sorvete a uma menina que havia estado doente há pouco tempo. Então, baixei a cabeça e saí da cozinha.

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