o acidente

Tio will chegou na fazenda por volta das 18 horas, minha mãe arrumou o quarto e quando chegaram foi uma alegria, Frank meu primo veio me abraçar e o apresentei ao Joshua:

Oi primo, esse é Joshua meu amigo, Joshua esse é meu primo Frank- falei e eles apertaram as mãos, meu primo era um encrenqueiro e eles se reconheciam, logo tiveram afinidades, minha mãe vendo os três juntos perguntou se Joshua não queria ficar essa noite, ele aceitou e fomos caminhar pela propriedade.

Então tio Derek está em maus lençóis?- perguntou ele e neguei.

Não, tem umas histórias sinistras aqui e um menino sumiu, a família é do xerife e isso deixou meu pai preocupado, mas sei que não é nada- falei e Joshua sentou ao lado do carvalho, jurei que não voltaria ali, mas meu primo queria fumar escondido então sentamos.

É verdade que a fazenda é mal assombrada? - ele perguntou.

Isso são bobagens primo, é só uma terra que todos querem, vocês vão ficar quanto tempo?- perguntei trocando de assunto.

Não sei, acredito que muito, pai mandou que trouxessem tudo de valor que tínhamos, sem as empresas e com a polícia na cola pelos desfalques da empresa não temos muito que fazer lá- ele falou.

Desfalques? O que o rombo que o pai deixou na empresa tem a ver com vocês- perguntei curiosa.

O tio Derek? Não foi ele, foi meu pai, quando entrou em dívidas e comprou a companhia aérea em busca de expandir, saiu completamente do ramo dele e de quebra falia toda a empresa- ele concluiu e fiquei incrédula, não acreditei, meu pai estava protegendo a minha mãe de sofrer, pois sabia como era apaixonada pelos irmãos.

MENINOS, MENINOS CORRAM AQUI- eram gritos que nos chamavam, mas o que aconteceu? Levantei correndo e eles me seguiram, quando chegamos no jardim todos estavam envolta de algo.

O que foi? Mãe, Pai? - perguntei, mas tinha choro, meu coração apertou e então me aproximei:

Filha, graças a Deus, seu irmão caiu da casa da árvore, ele está com a perna quebrada e um corte na cabeça, precisamos correr para o hospital, ambulância está a caminho- minha mãe estava desesperada e quando vi meu irmão desmaiado entrei em panico.

Meu Deus, George, George Bebê, acorda- chorava e Joshua me abraçou.

Passou alguns minutos e eles chegaram, minha mãe acompanhou dentro da ambulância e meu pai foi de carro, meus tios ficaram na casa e Robert também ficou, entramos em casa e uma coisa não saia do meu pensamento, então fui até a varanda e sentei de frente para a casa da árvore, algo estava errado e comecei a me lembrar das risadas no dia do sumiço do Louis, e se essas risadas forem de um fantasma, o mesmo que o matou e estava comemorando, parecia muita loucura, mas o mesmo poderia ter jogado meu irmão lá de cima.

O que foi gatinha?- perguntou Joshua quando me viu olhar fixamente para a árvore.

Você lembra das risadas no dia do encontro?- perguntei e ele assentiu.

Meu irmão estava dormindo no dia, não era ele quem estava aqui- falei.

E quem era? - perguntou confuso e eu o olhei séria.

Ai que tá, quem era? Não faço ideia, parece besteira, mas eu acho que são fantasmas, se alguém tentou matar meu irmão e matou o Louis, e se seremos os próximos? Ai meu Deus, estou apavorada- ele me abraçou e Frank se aproximou falando:

Ele vai ficar bem prima.

__ Vamos na casa da árvore comigo, os dois, eu preciso olhar lá- falei e eles assentiram, mas antes minha tia e o tio Will chegaram e disseram que os dois olhariam ali e que devíamos esperar, Robert disse que era bobagem, mas meu tio foi extremamente grosseiro e falou que ele fosse embora e que aquilo era assunto de família.

Robert não gostou, mas assentiu, meu tio nos mandou entrar e logo corremos para dentro, se fosse alguém escondido lá dentro não iria ficar ali para ver.

Suzie...

Após intermináveis momentos chegamos ao hospital, meu filho não tinha acordado ainda e meu marido chegou logo atrás de mim.

Aí amor, se algo acontecer a ele eu não vou suportar- falei chorando e ele me abraçou.

Fica calma, não vai acontecer nada- falou e sentei enquanto ele foi fazer a ficha do nosso filho.

Uma senhora indígena se aproximou, ela era bem idosa e perguntou se eu estava bem:

Tudo bem mocinha, porque chorar?- perguntou.

Meu filho sofreu uma queda grave, ele está sendo atendido- respondi, e perguntei.

E você, está acompanhando alguém?

Não, vim porque a entidade está na época de ser alimentada- ela falou e me olhou sério.

Você é da Blood oak né- falou e assenti.

Tire sua família de lá, o quanto antes, os monstros se escondem onde não esperamos, fuja logo- falou e saiu andando, meu marido se aproximou e falei que eram bobagens que ela tinha dito, mas não tirei da minha cabeça, não agora.

Senhores Smith- chamou o médico e nos aproximamos.

Seu filho sofreu traumatismo craniano, ficará em coma induzido até que normalizemos seus batimentos e verifiquemos se os danos foram maiores do que pareceu- falou e abracei mais uma vez meu marido.

Não adianta ficar aqui agora, vão em casa e vejam roupas e o que precisam, se tem mais filhos ou não, e manteremos vocês informados- falou e não tive forças para levantar, até que uma ligação me tirou completamente o chão.

MÃO, PAI, O TIO ESTÁ MORTO- falou minha filha e o chão sumiu debaixo dos meus pés.

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