Boicote

Fiquei de cara com o sumiço do Louis e do depoimento da Caren, meu pai já chegou aparentando nervosismo e isso me deixou preocupada, ele pediu que ligassem para o tio will, ele é o advogado da empresa e irmão da mamãe, aliás eu não sei como ela mantém a calma assim sempre, eu estava a ponto de pirar, então peguei o celular e liguei para o Joshua e falei:

Liz: Oi, soube do sumiço do Louis?

Joshua: Sim eu soube, mas acho que ele está escondido, a família dele tinha vontade ficar nas terras, tentaram comprar algumas vezes, pode ser um boicote.

Liz: E se ele sumiu mesmo? A Caren disse que negamos socorro.

Joshua: Caren estava fora de si, ela bebeu muito e fumou também.

Liz: Ela tem 15 anos caralho, vem aqui para conversar comigo pessoalmente, e fale com seu grupo, não assumirei B.O sozinha.

Joshua: Calma gatinha, relaxa, Louis é assim ele some e volta.

Desliguei o telefone e meu pai entrou furioso, não acharam vestígios do Louis, mas localizaram restos de maconha e isso me colocou em maus lençóis.

Que porra Liz, maconha aqui em dois dias apenas, agora se prepara que ficaremos na mira deles, esse menino precisa aparecer- ele falou.

Eu não fiz nada, foi ele quem trouxe- respondi gritando também

Vamos nos acalmar, George está brincando aqui na sala, falem baixo os dois- falou minha mãe, quando vimos os carros irem embora Robert se aproximou e disse:

Ele não ficou muito contente, a família dele cuida da segurança da cidade a muitos anos, se o menino não aparecer eles irão abrir um inquérito maior, Liz precisa tomar cuidado com o que diz e faz de agora em diante, parece que não foi uma boa aquisição a fazenda né- ele disse ao meu pai que estava olhando pela janela, mas logo o olhou novamente.

Foi uma excelente aquisição, não vou desistir dela- ele disse.

Nem deve pai, meu amigo Joshua me disse que a família dele quis comprar as terras a muitos anos, mas não conseguiram- quando disse isso Joshua chegou na porta e eu abri.

Sr Smith, boa tarde! Liz me ligou e pediu para vir- ele falou.

Você estava com a turma de ontem?- perguntou meu pai.

Sim, nós sempre viemos com toda a turma, mas Caren está descontrolada e os outros foram proibidos de virem assim que saiu a notícia, eu não tenho medo, pois sei que é uma história, aliás uma história com várias versões- ele disse e meu pai questionou.

Como assim?

A maioria disse que o casal que morava aqui sumiu, eles desapareceram, mas dois corpos de crianças foram encontrados então se sugere que tenham matado os filhos e fugido, depois tentaram vender a preço de banana, mas parece que tinha um familiar vivo, algo do tipo, sei que com a morte dele ela foi cedida a prefeitura, até venderem algumas vezes, mas sempre vão embora e volta a ser da prefeitura e eles lucrarem com isso, eles só querem as terras- ele falou e meu pai riu.

É um boicote? Eles não vão me vencer, Will meu advogado já está a caminho, Suzie você organiza o quarto de hóspedes e podemos colocar Frank seu sobrinho no outro quarto, precisamos nos armar contra eles e logo ou acabaremos presos- percebi que Robert ficava atento até que seus olhos me viram o observando.

Se precisar de mim estarei no estábulo, com licença- ele falou e saiu, George se aproximou e disse:

Vou brincar com meus amiguinhos na casinha.

Meu irmão saiu correndo e meu pai foi para o estábulo, minha mãe acariciou meu cabelo e ofereceu uma bebida ao Joshua que aceitou e ela saiu.

Joshua estou preocupada com essa história, tem algo errado, vamos comigo lá na árvore, vamos olhar o milharal?- falei e ele assentiu, não parecia ter medo.

Saímos e fomos em direção à plantação, por instinto ou medo dei a mão a ele, andamos pelo milharal em busca de pistas, mas não encontramos nada, não sabia ao certo o que procurar, avistei a casa velha de longe e decidi que deveria chegar mais perto, afinal ali era nossa propriedade, o local fedia demais, era uma casa ou galpão de ferramentas, mas porque esse cheiro, o lugar estava trancado e uma trovoada cortou o céu.

Que droga, vamos logo sair daqui- falei e corremos, mas não deu tempo e a chuva caiu com força.

Temos que achar um lugar seguro, não é viável passar nesses matos com tantos raios, precisamos nos esconder- falou Joshua e concordei.

Chegamos próximos de uma entrada de caverna.

Não vou entrar aí, deve ter um bicho, ou algo do tipo, que medo- falei e ele riu.

A marra de antes já não existe né, não se preocupe gatinha, eu protejo você e não conto para ninguém- ele falou e eu entrei, era melhor isso do que um raio na cabeça.

Espero que minha mãe não fique preocupada- falei e ele sentou ao meu lado, o céu parecia estar dando uma festa, era lindo se não fosse apavorante.

Joshua se aproximou de mim e percebeu que eu estava molhada, não que ele não estivesse, mas a transparência em minha roupa o agradou.

Quer meu casaco gatinha?- ele disse e neguei.

Sabe que eu vejo sua roupa intima né- falou e tirei a blusa, não era um posso de vergonha e fora do corpo ela secaria mais rápido, usava um sutiã rendada e minha calcinha tinha um pouco mais de delicadeza, meu short de tecido estava molhado e também tirei.

__ Você quer me levar a loucura né, eu não consigo resistir a isso- falou e me beijou, eu retribui, aquele momento me tiraria do medo que estava sentindo naquele momento.

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