o milharal

Por volta das 20h eles chegaram na fazenda, fiquei ali na frente e quando me viram eles estavam com cara de medo, eu não sabia quais histórias rodeavam a fazenda e porque eles não queriam estar perto, mas hoje mostraria que era tudo bobagem.

Olá gente, vamos lá no galpão que arrumamos, tem que passar o carvalho grande e o milharal- falei para assustar e ele se entreolharam.

Ah vamos lá, que bobagem, tem umas bebidas e um lago bacana, vocês não podem ser tão covardes, estou ansiosa para ouvir as histórias- falei e Joshua tomou a frente.

Vamos gente, não estão com medo né- falou e comecei a caminhar, admito que passar pelo milharal seria um tanto apavorante, mas eu não colocaria o orgulho de parte.

Caminhamos até passar o jardim da casa, a visão a noite era intensa, um pouco a frente tinha a casa da árvore.

Nossa que casa linda- falou Louis.

Sim meu irmão não sai dai, dia e noite brincando com os amigos imaginários, ou fantasmas- falei rindo e eles bufaram.

Passando pela casinha meu irmão na janela gritou:

Não pode ir para lá, meus amigos disseram que é proibido-

Certo George, talvez seus amigos devessem nos encontrar lá- falei e ele entrou como se conversasse com alguém, esse meu irmão.

O que seus amigos falaram? Nos conte menininho lindo- Alexia disse ele não respondeu.

Na ponta do milharal eles pararam, Robert já tinha colocado um rastro no chão, não queria que alguém se perdesse, em vez de se divertir acabar em problemas, então disse:

Vamos seguir a linha do chão, não tem erro.

Comecei a caminhar e eles vieram atrás, as meninas abracadas nos amigos, namorados, sei lá, vi que Joshua estava bem próximo a mim, quem sabe eu daria uns beijos hoje, até que para um caipira ele é bem bonito, pensei pelo menos.

Graças a Deus estou vendo a saída- disse uma das meninas e vimos a fogueira que o Robert me ajudou a fazer e mais adiante o grande carvalho bem no meio das plantações, eram quatro direções que tinham fileiras de milhos e ali no centro estava a árvore e era grande mesmo, raízes imensas saiam da terra, deixando a árvore com uma cara de que estava se desgrudando do chão.

Vem gente, sentem aqui próximo ao fogo, teremos uma excelente noite, trouxeram o que pedi, as bebidas e o nosso fumo? Vamos lá gente, animo- falei e sentei, eles foram sentando um a um e passando as garrafinhas de suco com bebida dentro, Joshua acendeu o fumo e nos olhamos para nos conhecer melhor, antes que pudéssemos falar algo ouvimos barulho de passos no milharal e até eu me assustei, estava pronta para correr quando avistei Robert sair do meio do mato.

Boa noite crianças- falou ele vindo colocar lenha na fogueira.

Quem é você?- perguntou Alexia ainda se recuperando do susto.

Não sou o fantasma da fazenda, até porque dizem que são as crianças- ele disse e ela fez cara de surpresa.

Crianças? Que crianças- Joshua falou.

Então não conhecem a história da fazenda, ou ouviram outras histórias, se não ficarem com medo eu conto para vocês, sou o Robert e trabalho na fazenda a alguns anos já- ele disse e eles assentiram, Robert sentou bem de frente ao fogo e começou a falar, mas não estávamos preparados nem de longe para o que aconteceria ali.

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