[6] Um Anjo no Caminho

No caminho para o Hospital, Alisson falou pouco, e parecia cada vez mais cansado. Seu rosto estava pálido, e a boca rachada. Depois de um certo tempo, ele pendeu a cabeça para o lado, e desmaiou.

Brayan: Alisson! Céus! Será que você pode acelerar?

Eder: Estou tentando, O que houve com ele?

Brayan: Ele desmaiou. A pressão caiu bastante. Só espero que tenha ficado o mínimo de veneno.

Eder: Estou indo o mais rápido que esse carro aguenta. Tente manter a calma. Por acaso, se perderam de algum grupo?

Brayan: Fomos sequestrados.

Eder: Caramba!

Brayan: Conseguimos escapar ontem e estamos a quase duas noites nessa floresta.

Eder: Eu não conheço muito essa cidade, mas vi no GPS o hospital. Devemos chegar em vinte minutos, no máximo.

Brayan: Que bom. Acho que ele aguenta.

Brayan olhou para o motorista, que parecia tenso.

Brayan: E você? O que faz por aqui? Veio visitar algum parente?

Eder: Uma amiga minha, mandou uma mensagem muito estranha. A voz dela estava fraca e parecia estar chorando. Ela disse que era muito urgente, me passou a localização de onde está. Aparentemente, é uma casa perto da colina.

Brayan: Você confia nela? Isso parece estranho.

Eder: Eu sei que parece. Mas, senti no tom de voz dela, que ela precisa mesmo que eu vá.

Brayan: Entendi. Se é assim, não pode mesmo ignorar.

Eder: Olha lá! Deve ser o hospital.

[...]

O carro parou na frente da porta do hospital, e Brayan saiu, carregando Alisson em seus braços.

Brayan: Ajuda aqui, por favor. Ele foi picado por uma cobra... É Mamba Negra, pelo que parece.

Dois e enfermeiros levaram Alisson.

Eder: Eu tenho que ir agora.

Brayan: Espera! Por favor, você vai voltar para Obakane?

Eder: Sim. Assim que me encontrar com a Judite. Se ela estiver com dificuldade, vou levar ela comigo.

Brayan: Podemos ir com você? Acho que procurar um trasporte público, ou algo assim, pode deixar rastros para os sequestradores. E ainda podem estar atrás se nós.

Eder: Entendi. Posso levar vocês sim. Então, pega isso!

Eder estendeu a mão, e deu algumas notas de dinheiro para Brayan.

Eder: Aqui tem uma quantia, e o meu número. Me liga quando estiverem bem. Ok?

Brayan: Muito obrigada.

Eder saiu do Hospital.

Brayan foi ao telefone, e discou o número de sua casa.

(Bernardo: Casa dos Frizan?)

Brayan: Bernardo, sou eu.

(Bernardo: Brayan!? Irmão, tudo bem com você? O que aconteceu?)

Brayan: Eu escapei do cativeiro. Avisa a mamãe. Não deixa ela se encontrar com os criminosos, ok?

(Bernardo: Sim. Tudo bem, eu falo com a mamãe. Mas você está machucado?)

Brayan: Não, eu estou bem. Encontrei uma pessoa que vai trazer a gente de volta para a cidade, sem levantar suspeitas. Até logo irmãozinho, cuida da mamãe para mim.

(Bernardo: Ok, toma cuidado.)

[...]

Enfermeiro: Olá? Você é o companheiro do Alisson?

Brayan: Sim, sou eu. Como ele está?

Enfermeiro: Ele está fora de perigo. A quantidade de veneno no corpo era mínima. Demos o soro, e agora temos que aguardar um pouco.

Brayan: Entendi, eu já posso ver ele?

Enfermeiro: Pode ficar com ele, mas está desacordado.

Brayan: Sem problemas. Quero ficar com ele de qualquer forma.

Brayan seguiu até o quarto, e ficou próximo da cama de Alisson. De repente, o cansaço tomou conta dele, e acabou dormindo.

[...]

Pela manhã, Brayan acordou e viu Alisson ainda dormindo. O Enfermeiro, entrou logo em seguida.

Enfermeiro: Vocês já podem ir. Peça para ele beber bastante água.

Brayan: Entendi. Vou cuidar dele.

A mão quente e gentil de Brayan, tocou na testa de Alisson, enquanto ele abria os olhos.

Brayan: Bom dia!

Alisson: E agora? Para onde vamos hein?

Brayan: Vamos voltar para casa. Àquele moço vai nos ajudar, o Eder. Ele me deu o número dele. Então, vamos ligar para ele.

Alisson: Tá. Só que eu preciso beber um pouco de água.

Brayan: Vamos, o bebedouro fica na sala da recepção. E o telefone também, vamos lá!

Os dois foram juntos até a recepção do hospital, enquanto Alisson bebia água, Brayan discou o número do homem que os ajudará.

Alisson: E aí? O que ele disse?

Brayan: Que está vindo, porque vai precisar vir aqui mesmo.

Alisson: Vai precisar? Será que ele está bem?

Brayan: Nos já vamos descobrir. Ah, você não quer ligar para sua família? Eu liguei para o meu irmão.

Alisson: Não. Vou chegar de surpresa em casa.

Após alguns minutos, o homem que Brayan e Alisson esperava chegou. Ele entrou no hospital, carregando algo em seus braços.

Brayan: Oi.. Tudo bem?

Eder: Eu... preciso de um médico. Por favor, me aguardem um pouco.

O Homem se aproximou de um médico, e mostrou um bebê. O médico prontamente começou a examinar a criança.

...

Alisson: Ele trouxe um bebê!?

Brayan: É sim. Parece um bebê.

Alisson: Acho que vai demorar. Vou me sentar um pouco, enquanto isso.

Brayan: Ele parece abatido.

Alisson: Não deve ter dormido a noite. Sabe, eu já tive insônia uma vez. Durou semanas. Até que eu comprei um chá de capim cidreira. É o remédio mais infalível e natural que eu já conheci.

Algum tempo depois, Eder chegou perto deles.

Alisson: Um bebezinho? É seu?

Eder: É... Ele é meu filho.

Brayan: Então era sobre isso que a sua amiga pediu para que viesse?

Eder: Sim. Foi por isso, mas ela... Faleceu.

Alisson: Aí não, que triste.

Brayan: Como foi isso?

Eder: Eu não sei bem, ela estava doente. Deixou o bebê com uma amiga, ou vizinha. E ela não soube me explicar bem. Vou levar ela para enterrar no cemitério da minha família.

Alisson: Oi bebê. Que olhinhos fofos. Parabéns.

Brayan: É verdade, parabéns.

Eder: Pelo que o médico falou, ele está bem. Então, temos que ir embora. Alguém pode ir segurando ele?

Alisson: Eu não sei. É muito pequeno. Tenho medo. Leva ele Brayan, você tem irmãos mais novos.

Brayan: Sim, sim. Eu acho que consigo.

Os três entraram no carro, e no banco de trás, Brayan segurava o bebê.

Alisson: Obrigada pela ajuda viu. Se você não tivesse aparecido, a gente ia acabar sendo capturados novamente.

Brayan: É verdade.

Eder: Acho que era parte do destino eu encontrar vocês. Estou feliz por ter ajudado. E impactado com tudo que eu encontrei aqui.

Eder olhou para Alisson por um instante.

Eder: Você são casados?

Brayan: Não.