[10] Uma Decisão Difícil

Alisson olhou para o rosto de Jeff.

Jeff Davane: Isso querido, pense bem. Podemos deixar tudo de lado. Você sabe muito bem que não vai conseguir viver sem mim.

Alisson: É isso que você pensa? Acha que eu quis me casar com você por dinheiro?

Jeff Davane: Claro que não. Mas nós temos que admitir que vimos um pouco de vantagem um no outro.

Alisson: O quê?

Alisson se afastou de Jeff

Alisson: Que vantagem?

Jeff Davane: Eu vi em você o melhor avaliador do mundo. Era tudo o que eu precisava no Leilão. E você, teve uma segurança para sair da casa do seu tio criminoso.

Alisson: Seu babaca! Eu nunca vi esse relacionamento como uma forma de escapar do meu tio. Nos afastar era algo que já havíamos combinado, eu e ele. Você parecia uma pessoa madura e inteligente, e quando me olhou naquele evento, e eu percebi que estava me flertando... Você estava tão charmoso e gentil. Não se lembra? Foi assim que tudo começou!

Alisson se apressou para ir até a porta, mas Jeff segurou.

Jeff Davane: VOCÊ NÃO VAI SAIR DAQUI!

Alisson ficou surpreso ao ver a reação incomum de seu marido.

Jeff Davane: Tem que pensar direito. Acabou de viver um trauma Ali, está tomando decisões precipitadas.

Alisson: Mesmo assim... Não pode me prender!

O homem respirou fundo.

Jeff Davane: Ok, se você quer ir ao menos leve o cartão, para pagar um hotel para você.

Alisson: Não quero! Não quero nada de você!

Jeff Davane: Então vai! Sabe onde me encontrar. E não tenha vergonha de mim. Sou seu marido, vou ficar aqui te esperando.

A mudança no tom de voz daquele homen mudou novamente, mas mesmo assim, Alisson saiu com uma mala e parou no ponto de táxi.

Alisson: Espero que não demore para aparecer um táxi.

[...]

Dentro do apartamento, o homem raivoso chutou a mesinha de canto.

Jeff Davane: Quem ele pensa que é para me deixar? Eu nunca fui tão rejeitado antes. Tenho que descobrir o que aconteceu, e trazer ele de volta. Mesmo que seja só até o próximo evento.

O homem pegou o celular.

Jeff Davane: Nando?

(Nando: Oi Jeffinho, já posso voltar?)

Jeff Davane: Não. Eu preciso que faça uma coisa para mim.

(Nando: Pode falar querido!)

Jeff Davane: Vá até o departamento de polícia amanhã. Pergunte tudo o que aconteceu nesse sequestro. Quero saber tudo!

(Nando: Molezinha, saber das coisas é o meu ponto forte. Mas eu quero ser recompensado ham?)

Jeff Davane: Você vai ser.

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Alisson pegou o táxi até o endereço de Eder Olid. O homem que havia resgatado Brayan e ele na estrada. Ele tocou a campainha, incomodado.

Alisson: {Que vergonha. Não queria mesmo vir incomodar ele. Mas só posso ir ao banco amanhã.}

Um homem careca e bem forte, vestido de terno abriu a porta.

Alisson: Oi, você é o Daniel? Certo? Eu estava aqui hoje cedo... Posso falar com o senhor Eder?

Segurança Daniel: Pode entrar.

Eder não demorou muito para aparecer na sala, onde Alisson esperava.

Eder: Oi, como você está?

Alisson: Desculpa vir assim sem avisar. Eu só preciso de um lugar para dormir essa noite, agora não tem mais banco aberto.

Eder: Eu disse que poderia ficar. Não tem problema algum. Mas, desculpa a intromissão; as coisas não ficaram boas na sua casa?

Alisson: Não...

Alisson engoliu a seco.

Alisson: Eu... Vou me divorciar. O que é ridículo, porque faria um ano de casado daqui a dois meses. Sabe... O meu marido estava me traindo já tinha um tempo. Bem antes de nos casarmos. Eu não tinha suspeitado de nada. Eu percebi algumas piadas do meio em que trabalhamos e...

Eder: Um momento, por favor. Senhora Larissa! Traga um copo de água por favor. E prepara o jantar para ele.

Alisson: Me desculpa. É que eu me sinto tão ridículo. Todo mundo sabia, e ria de mim. Até que um dia, eu fui em um evento, para avaliar o motor de um carro caríssimo. Esses carros caros, costumam ser violados, e ter peças trocadas sabe? Ele ia desfilar para uma propaganda, e depois ser leiloado. O homem que me acompanhou, foi um piloto de carros há anos. Era um homem bem sério. Entramos no carro após avaliar o lado externo. Tinhamos que rodar por seis quilômetros para ele avaliar a potência... De repente, ele me disse coisas. Me deu indiretas. Me fez pensar se eu realmente confiava no homem com quem me casei, e se eu sabia o que ele fazia no trabalho.

Eder: Então ele sabia, e queria te alertar?

Alisson: Sim. E foi bem rápido, sabe? Eu resolvi aparecer de surpresa no escritório. E vi ele agarrando um dos secretários. Ele o deitou na mesa, e fez ali mesmo. Eu fiz um barraco. Mas, ele me convenceu de acabou cedendo à um descontrole, por conta dos feromônios do secretário, que era Ômega, e estava se oferecendo para ele. Ele o demitiu. E eu... aceitei isso. Mas aconteceu de novo... E de novo, e novamente ele me convenceu de que estava sofrendo um problema de descontrole. Fomos consultar o médico dele, ele tomou remédios e tudo. Mas... Eu senti que aquilo era estranho. Ele continuava sumindo de vez em quando.

A Governanta da casa, chegou com uma bandeja contendo água, chás e biscoitos.

Alisson: Obrigada.

Eder: E no sequestro... foi o ponto final certo? O Brayan me contou que ele nem quis atender o sequestrador.

Alisson deixou as lágrimas caírem.

Alisson: Brayan... Não é irônico que uma pessoa que você acabou de conhecer, está disposta a pagar o seu resgate, e arriscar a vida por você, quando o seu próprio marido não está nem aí?

Eder: Eu lamento muito, Alisson. Você fez bem em terminar esse relacionamento. Porque não procura o Brayan? De repente, ele não foi colocado na sua vida a toa.

Alisson: Eu... Acho que ele não vai querer me ver. Eu me comportei mal com ele. E... Eu não sei.

Eder: Então só basta descansar bem, e pensar um pouquinho. Quando estiver mais calmo, vá recuperar a sua vida. E não ignore o Brayan sem ter certeza que ele não quer mais te ver.

Alisson viu aquele homem sorrindo para ele amigavelmente, e sorriu de volta.

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