Capítulo 6: O Legado das Marés
Subcapítulo 6.2: Preparando a Exposição
Os dias que se seguiram à revelação na Casa das Marés foram agitados para Sofia e Daniel. A notícia se espalhou pela cidade como fogo em palha seca, gerando uma mistura de curiosidade, incredulidade e apoio fervoroso. Cartas de apoio chegavam à mansão diariamente, vindas de moradores que viam na exposição planejada uma oportunidade não apenas de esclarecer o passado, mas também de redefinir o futuro de Bellehaven.
Sofia e Daniel trabalharam incansavelmente para preparar a exposição. A sala principal da Casa das Marés foi meticulosamente decorada com as cartas originais de Beatrice, mapas antigos da cidade e documentos reveladores encontrados na caverna. Cada item tinha seu lugar designado, criando uma narrativa visual que guiaria os visitantes através dos eventos que moldaram a história de Bellehaven.
Enquanto organizavam os últimos detalhes, Sofia refletia sobre como tudo havia mudado desde sua chegada à cidade. Ela não era mais apenas a restauradora de arte contratada para recuperar a Casa das Marés; agora, era uma guardiã da verdade, determinada a garantir que a história de Beatrice e Thomas fosse conhecida por todos.
Daniel aparecia todos os dias cedo na mansão, trazendo novas descobertas e ideias para a exposição. Sua dedicação e paixão pela história de Bellehaven eram evidentes em cada conversa e gesto. Sofia admirava sua habilidade de conectar os pontos e sua paciência ao lidar com os detalhes mais complexos da investigação.
Numa manhã ensolarada, Sofia e Daniel estavam finalizando os painéis de exibição na sala principal. Martha Bennett chegou, carregando um álbum antigo que continha fotografias da Bellehaven do século XIX. Ela se aproximou de Sofia com um sorriso afetuoso.
— Encontrei estas fotos no sótão de minha avó. Acho que podem ser úteis para a exposição — disse Martha, abrindo o álbum com cuidado.
Sofia folheou as páginas amareladas, maravilhando-se com as imagens antigas da cidade, seus habitantes e locais que ainda eram reconhecíveis nos dias de hoje.
— Martha, isso é incrível! Essas fotos vão adicionar uma nova camada à exposição. Obrigada por compartilhá-las conosco — agradeceu Sofia, genuinamente tocada pela generosidade da anciã.
Martha sorriu e tocou o ombro de Sofia com carinho.
— Você e Daniel estão fazendo um trabalho maravilhoso, minha querida. É hora de Bellehaven enfrentar seu passado de frente e construir um futuro mais justo para todos.
Sofia concordou com um aceno de cabeça, sentindo-se grata por ter o apoio de Martha e dos outros moradores. Juntos, eles estavam transformando a exposição não apenas em um evento cultural, mas em um marco na história da cidade.
À medida que o dia da abertura se aproximava, mais moradores se voluntariavam para ajudar. A comunidade estava unida em torno do evento, oferecendo apoio logístico, histórias de família e até mesmo lanches para os visitantes. Sofia sentia-se emocionada com o espírito de colaboração que envolvia Bellehaven, uma comunidade que estava redescobrindo sua identidade através das revelações da exposição.
No último dia antes da abertura, Sofia e Daniel caminharam pelos jardins da Casa das Marés, absorvendo a tranquilidade do lugar. A brisa do mar trouxe consigo um sentimento de expectativa, misturado com uma pitada de nervosismo.
— Estamos prontos para amanhã? — perguntou Daniel, olhando para Sofia com um sorriso tranquilizador.
Sofia respirou fundo, sentindo a confiança crescer dentro dela.
— Estamos. Será um dia importante para Bellehaven, Daniel. O que descobrimos juntos vai marcar uma mudança significativa nesta cidade.
Daniel assentiu, colocando a mão sobre a dela.
— Estamos honrando o legado de Beatrice e Thomas de uma maneira que eles merecem. Eles não serão esquecidos.
No dia seguinte, Bellehaven estava em festa. Moradores e visitantes se reuniram na Casa das Marés para a abertura da exposição. O clima era de expectativa e reverência, à medida que as pessoas entravam na sala principal, contemplando os documentos expostos e absorvendo as histórias que eles contavam.
Sofia e Daniel permaneceram perto da entrada, cumprimentando os visitantes e respondendo perguntas sobre a exposição. O rosto de Sofia se iluminava cada vez que alguém expressava gratidão pelo trabalho que haviam realizado. Ela sentia uma mistura de orgulho e humildade, sabendo que estavam fazendo algo significativo para a cidade e para a memória de Beatrice e Thomas.
Ao longo do dia, pessoas de todas as idades vieram ver a exposição. Algumas choravam ao ler as cartas de Beatrice, outras discutiam animadamente sobre os mapas que revelavam os segredos escondidos da cidade. Crianças corriam entre os painéis, absorvendo a história como esponjas ávidas por conhecimento.
À tarde, quando o sol começava a se pôr sobre Bellehaven, Sofia e Daniel se afastaram por um momento. Sentaram-se nos degraus da entrada da Casa das Marés, observando o mar à distância. A exposição estava em pleno andamento, e a sensação de dever cumprido era palpável.
— O que você acha que Beatrice e Thomas estariam sentindo agora? — perguntou Sofia, olhando para o horizonte dourado.
Daniel pensou por um momento, sua expressão suave.
— Acho que estariam gratos. Gratos por finalmente serem ouvidos, por terem sua história contada com verdade e integridade.
Sofia sorriu, sentindo-se em paz. O legado de Beatrice e Thomas estava seguro, preservado nas mentes e nos corações de todos os que haviam visitado a exposição naquele dia. Bellehaven tinha um novo começo, guiado pela luz da verdade e pela determinação de seus habitantes em construir um futuro mais justo e transparente.
E assim, enquanto o sol se punha sobre o mar, Sofia e Daniel contemplaram o futuro brilhante que se estendia diante deles, onde o legado das marés continuaria a influenciar gerações vindouras.
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Atualizado até capítulo 29
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