Capítulo 1: Novos Começos
Subcapítulo: Um Trabalho Desafiador
Na manhã seguinte, Sofia acordou com uma sensação renovada de propósito. O sol estava alto no céu, e uma brisa suave trazia o aroma do mar para dentro do quarto. Depois de um café da manhã reforçado na pousada, ela partiu em direção à Casa das Marés, pronta para enfrentar os desafios que o dia traria.
Ao chegar, Sofia foi recebida pelo som das ondas quebrando na praia e pelo canto distante das gaivotas. A casa parecia mais imponente à luz do dia, cada detalhe arquitetônico destacando-se contra o fundo azul do oceano. Ela respirou fundo, sentindo a excitação de um novo dia de trabalho. Hoje, ela se concentraria na sala de estar, um espaço que certamente guardava mais segredos esperando para serem descobertos.
A sala de estar era ampla, com tetos altos adornados por elaborados estuques e um lustre de cristal que refletia a luz do sol em um caleidoscópio de cores. Sofia começou a examinar as paredes, procurando por qualquer sinal de compartimentos escondidos ou cavidades similares àquelas encontradas no andar superior. A cada toque cuidadoso, ela tentava imaginar a vida que preenchera aquele espaço há mais de um século.
Depois de algumas horas de trabalho meticuloso, Sofia encontrou uma pequena saliência na parede ao lado da lareira. Com cuidado, ela retirou o revestimento de madeira, revelando uma gaveta secreta. Dentro, encontrou um diário antigo, a capa de couro já desgastada pelo tempo. Ela abriu o diário com cuidado, sentindo a delicadeza das páginas amareladas.
O diário pertencia a Beatrice. As entradas começavam com relatos de seu cotidiano na Casa das Marés, descrevendo a beleza da mansão e a rigidez das expectativas sociais impostas por seu pai. À medida que Sofia lia, ela sentia uma conexão crescente com Beatrice, como se suas palavras estivessem criando um elo entre o passado e o presente.
Em uma das entradas, Beatrice escrevia sobre seu primeiro encontro com Thomas. Ela o descrevia como um homem de espírito livre, com olhos que refletiam a profundidade do oceano e um sorriso que iluminava seu coração. A atração entre eles era instantânea, mas também perigosa. Beatrice sabia que seu pai nunca aprovaria um relacionamento com alguém de uma classe social tão diferente.
Sofia estava tão absorta na leitura que quase não ouviu quando Daniel entrou na sala. "Achei que poderia precisar de um reforço", ele disse, sorrindo ao ver o diário nas mãos de Sofia. "Alguma descoberta interessante?"
"Sim, encontrei o diário de Beatrice", respondeu Sofia, ainda absorvida pelas palavras que lera. "Ela descreve seus encontros com Thomas e os desafios que enfrentaram por causa da oposição do pai dela."
"Isso é incrível", disse Daniel, sentando-se ao lado de Sofia. "Cada peça que encontramos nos ajuda a montar o quebra-cabeça. E o que mais diz o diário?"
Sofia continuou lendo em voz alta. As entradas seguintes revelavam o desenvolvimento do romance de Beatrice e Thomas. Eles se encontravam secretamente nas praias isoladas de Bellehaven, longe dos olhares curiosos e do controle severo de Lord Davenport. Beatrice escrevia sobre o amor profundo e verdadeiro que sentia por Thomas, um amor que a fortalecia e a fazia desafiar as convenções da época.
No entanto, o tom do diário mudava à medida que o tempo passava. Beatrice começava a relatar os primeiros sinais de perigo. Lord Davenport, desconfiado, começara a investigar os hábitos de sua filha. A tensão aumentava, e Beatrice temia pelas consequências que sua relação com Thomas poderia trazer. Ela escrevia sobre a possibilidade de fugir, mas também sobre o medo do desconhecido e da ira de seu pai.
Sofia e Daniel ficaram em silêncio por alguns momentos, absorvendo a profundidade das emoções descritas no diário. Era claro que a história de Beatrice e Thomas era mais do que um simples romance proibido. Era uma luta contra as normas sociais opressivas e uma busca desesperada pela liberdade e felicidade.
"Temos que continuar essa investigação", disse Sofia finalmente. "Essas palavras merecem ser ouvidas, e a verdade precisa ser revelada."
"Concordo", respondeu Daniel. "Vamos explorar o porão amanhã. Sempre há algo escondido nos lugares mais sombrios."
Com um plano traçado para o próximo dia, Sofia sentiu uma sensação de propósito renovada. Ela sabia que a restauração da Casa das Marés seria mais do que apenas uma tarefa física. Seria uma jornada emocional e intelectual, desenterrando segredos antigos e dando voz àqueles que foram silenciados pelo tempo.
Ao encerrar o dia, Sofia guardou o diário de Beatrice com cuidado, prometendo a si mesma que faria justiça à história da jovem. A Casa das Marés guardava muitos mistérios, e ela estava determinada a revelar cada um deles, fragmento por fragmento, romance por romance.
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Atualizado até capítulo 29
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