Capítulo 14

POV Allen

Entrei à força no quarto de Oliver enquanto enfrentava seu olhar incrédulo e ressentido, cheio de desconfiança. Podia sentir o peso do seu olhar sobre mim, como um lembrete de tudo que estava errado.

-O que você quer? - Perguntou ele, sua voz apenas um sussurro no silêncio tenso do quarto.

Engoli em seco com dificuldade, sentindo o peso das minhas palavras enquanto lutava para encontrar a maneira certa de expressar o que sentia. Sabia que não havia desculpa para minhas ações, mas precisava pelo menos tentar me desculpar.

-Quero me desculpar. - Disse finalmente, minha voz apenas um sussurro em resposta à sua. - E perguntar se seus cortes estão bem. -

O olhar de descrença no rosto de Oliver se aprofundou enquanto ele processava minhas palavras, sua expressão carrancuda e desconfiada enquanto esperava sua resposta. Sabia que não havia garantia de que ele me perdoaria, mas precisava tentar.

Os olhos de Oliver brilhavam com uma mistura de desconfiança e ressentimento.

-Por que você está se desculpando agora? - Perguntou ele, sua voz cheia de descrença e amargura.

Senti um nó no meu estômago enquanto enfrentava seu olhar acusador, sabendo que não havia desculpa para minhas ações. Oliver estava certo, eu não tinha o direito de pedir perdão depois de todo o mal que lhe causei.

-Você tem razão. - Admiti, minha voz apenas um sussurro no silêncio tenso do quarto. - Se não fosse pelos cortes que vi em você, provavelmente não sentiria nenhuma culpa neste momento. Provavelmente estaria batendo sua cabeça contra a parede em vez de estar aqui me desculpando.

As palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse detê-las, uma confissão amarga da verdade que eu estava evitando encarar.

-Então faça isso. - Exigiu Oliver, sua voz cheia de um desafio amargo. - Eu mereço, não é? Não é isso que você quer? Faça isso de uma vez e me deixe em paz! -

Um riso irônico escapou dos meus lábios enquanto eu me aproximava dele, a sensação de perigo palpável no ar entre nós. Estava prestes a dizer algo quando meus olhos pousaram na tela do seu computador.

Meu coração parou no meu peito enquanto eu observava a imagem congelada na tela enquanto processava o que via.

Um riso amargo escapou dos meus lábios enquanto eu reproduzia o vídeo novamente, observando a cena que havia sido capturada naquela noite fatídica. Meus olhos encontraram os de Oliver, procurando uma resposta em seu olhar.

-Você pensava em publicar isso? - Perguntei, minha voz cheia de descrença enquanto enfrentava Oliver. - Ou você só gravou para seu entretenimento pessoal? -

Oliver me encarou com determinação, suas palavras cheias de um desafio mal contido enquanto me enfrentava. A ideia de que ele pudesse ter compartilhado nosso encontro com o mundo me enchia de uma mistura de ansiedade e medo, me perguntando que consequências isso poderia ter para mim se viesse a acontecer.

-Talvez eu já tenha publicado. - Respondeu Oliver calmamente, um sorriso irônico brincando em seus lábios enquanto me encarava.

Um riso de escárnio escapou dos meus lábios enquanto eu o ouvia, minha descrença misturada com uma sensação de alívio fugaz. Sabia que Oliver não seria capaz de fazer uma coisa dessas.

-Não me faça rir! - Exclamei, minha voz cheia de descrença enquanto enfrentava Oliver. - Você não seria capaz de fazer uma coisa dessas, você é muito covarde para isso, não é? -

Mas minhas palavras ficaram presas na minha garganta quando notei a ereção de Oliver. A ironia da situação não me passou despercebida enquanto encarava Oliver, me perguntando o que diabos tinha acontecido conosco naquela noite.

-Quem é o degenerado agora? - Murmurei, minha voz apenas um sussurro no ar tenso entre nós enquanto o empurrava contra a cama. - Talvez o verdadeiro degenerado seja você, Oliver.

Oliver soltou um riso irônico.

-O verdadeiro degenerado é você, Allen. - Murmurou Oliver com um sorriso zombeteiro nos lábios. - Afinal, naquela noite você estava como uma pedra. Não parecia ter tantas objeções naquele momento.

Eu ri da mesma forma zombeteira.

-Por que não testamos quem é o verdadeiro degenerado desta vez? - Sugeri com um sorriso malicioso no rosto. - Poderíamos repetir o que aconteceu naquela noite, mas desta vez serei eu quem vai te amarrar.

Oliver me olhou com incredulidade, podia ver que ele estava surpreso com a ousadia da minha proposta, e por um momento, ele ficou sem palavras, lutando para processar o que acabara de ouvir.

Sem esperar pela resposta de Oliver, eu me lancei sobre ele e comecei a beijá-lo intensamente, procurando abafar qualquer objeção que pudesse surgir, no entanto, minha tentativa foi interrompida abruptamente quando Oliver mordeu meu lábio com força, me fazendo gemer de dor e fazendo com que o sangue começasse a jorrar, fazendo com que o beijo se rompesse abruptamente.

Recuei, levando uma mão instintivamente ao meu lábio ferido. Olhei para Oliver com surpresa e confusão, sentindo o gosto metálico de sangue na minha boca e a dor latejante no meu lábio ferido.

Enfurecido pela reação de Oliver, eu o segurei pelo pescoço com firmeza, exercendo pressão enquanto o encarava com determinação. Minhas palavras saíram entre dentes cerrados, carregadas de ressentimento e frustração.

-Se você vai se fazer de difícil assim, Oliver, não vou sentir pena de você. - Rosnei com voz rouca, meu aperto se intensificando. - Já te avisei, você não sabe com quem está mexendo.

Com dificuldade para falar sob meu aperto de ferro, Oliver conseguiu articular suas palavras com determinação.

-Não quero sua pena, Allen. Faça o que quiser, mas não me beije. - Sussurrou Oliver com voz entrecortada, seu olhar desafiador fixo no meu.

Afloxei ligeiramente meu aperto no pescoço de Oliver, mas meu olhar continuava intenso. Com um sorriso torto, me inclinei para mais perto.

-Vamos ser sinceros, Oliver. - Disse em voz baixa. - Admita, por mais questionável que tenha sido aquela noite, nós dois gostamos. -

Os olhos de Oliver se encontraram com os meus, cheios de uma mistura de ódio e algo mais complexo.

-Talvez. - Murmurou Oliver com dificuldade. - Mas isso não muda nada. -

A tensão entre nós era quase insuportável, ambos presos em um jogo de poder e desejo que não podíamos negar, embora odiássemos.

Sustentei o olhar de Oliver, meus olhos brilhando com um desafio obscuro. Com um sorriso enigmático, me inclinei um pouco mais perto, minhas palavras saindo em um sussurro carregado de insinuações.

-Diga-me, Oliver… - Perguntei suavemente. - Você quer ver as marcas que você deixou em mim? -

-Não me importo com o que quer que tenha me deixado. - Respondeu friamente, tentando manter a compostura.

Eu ri, um som baixo e carregado de escómo. Lentamente comecei a tirar minha camisa, revelando minha pele marcada com as linhas finas e vermelhas que as cordas haviam deixado.

-Olhe para elas. - Disse, minha voz quase sedutora. - Isso é o que você fez comigo…-

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