Capítulo 5

Depois das aulas, voltei para a residência estudantil onde vivia, com a esperança de encontrar um pouco de paz e tranquilidade após o encontro com o Allen. No entanto, a minha tentativa de escapar da tensão desapareceu rapidamente quando, ao entrar no prédio, me deparei novamente com a sua presença.

O Allen estava parado no saguão, com um sorriso malicioso no rosto quando me viu aproximar. Parei imediatamente, sentindo uma mistura de surpresa e frustração ao perceber que ele vivia no mesmo lugar que eu.

- O que fazes aqui? - perguntei, tentando manter a minha voz firme apesar do desconforto que sentia.

O Allen encolheu os ombros, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

- Vivo aqui. - respondeu ele, o seu tom casual não ajudando em nada a acalmar os meus nervos.

A minha mente começou a dar voltas enquanto tentava processar esta nova informação. Não tinha considerado a possibilidade de o Allen ser meu vizinho na residência estudantil e a ideia de o ter tão perto só aumentava a minha sensação de ansiedade.

- A sério? - murmurei, lutando para encontrar as palavras certas.

O Allen assentiu, o seu sorriso a aumentar ainda mais.

- Sim, parece que vamos ser vizinhos. - disse ele com um olhar travesso nos olhos. - Vai ser divertido.

O meu coração afundou-se perante a ideia de ter de encarar o Allen todos os dias na residência. Não havia escapatória e a ideia de o ter por perto enchia-me de uma sensação de temor e mal-estar.

Sem dizer mais nada, afastei-me do Allen e dirigi-me para o meu quarto a passo rápido. Cada passo que dava era cheio de frustração e angústia, sentindo o peso da situação sobre os meus ombros. O encontro com o Allen tinha aumentado o meu nível de stress e agora, descobrir que ele vivia na mesma residência que eu só adicionava uma camada de complicações à minha vida já complicada.

Uma vez dentro do meu quarto, fechei a porta com um suspiro de alívio, mas a sensação de mal-estar não desapareceu. Deixei-me cair na minha cama com um suspiro pesado, sentindo o peso da situação sobre mim, fazendo-me pensar no que era.

Com o coração pesado e os olhos cheios de lágrimas, preparei-me para começar a trabalhar no relatório que o Allen me tinha pedido, e no meu. Apesar do nó na minha garganta e do peso no meu peito, sabia que não podia permitir que a minha angústia e o meu medo me paralisassem. Tinha de seguir em frente, enfrentar os desafios que se me apresentavam e encontrar uma maneira de sobreviver no meio daquele pesadelo.

Apesar de saber que as próximas noites seriam difíceis, com o stress e a ansiedade a corroerem a minha mente e o meu corpo, estava decidido a seguir em frente. Não podia permitir que o Allen me derrubasse, não podia permitir que a sua crueldade e a sua manipulação me roubassem a minha força e a minha determinação.

Com um suspiro profundo e um nó na garganta, mergulhei no meu trabalho, tentando bloquear os pensamentos negativos que ameaçavam consumir-me. Sabia que não seria fácil, que as próximas horas seriam uma prova de resistência.

À medida que a noite avançava e o cansaço começava a fazer estragos no meu corpo, percebi que não dormiria bem em vários dias, mas isso era algo que tinha de aceitar, uma consequência inevitável das circunstâncias em que me encontrava.

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