Capítulo 7

O POV permanece em inglês.

As semanas seguintes foram um inferno. Allen parecia gostar de me lembrar constantemente o quão desprezível eu era em sua visão de mundo, usando cada oportunidade para me humilhar e me lembrar do meu lugar na hierarquia social. Ele exigia dinheiro e que eu fizesse seus trabalhos da faculdade, aproveitando-se da minha vulnerabilidade e da minha necessidade de evitar conflitos. Eu sabia que ele nem precisava de dinheiro, ou que ele era burro demais para fazer seus próprios trabalhos, ele simplesmente se deliciava em me manter em um estado constante de estresse e ansiedade, como se meu sofrimento fosse uma fonte de diversão.

Cada encontro com ele era um teste de resistência, uma batalha constante para manter minha compostura e não ceder à sua intimidação. Suas palavras cruéis e ações mesquinhas me cortavam como espinhos, me deixando marcado a cada interação. Apesar dos meus esforços para manter a calma e não deixar seus insultos me afetarem, sentia minha autoestima se esvair um pouco mais a cada dia.

O peso da situação era opressor. Eu me sentia preso em um ciclo interminável de abuso emocional e manipulação, sem saber como escapar da espiral descendente em que me encontrava. Cada dia se tornava mais difícil sair da cama e enfrentar o mundo, sabendo que teria que enfrentar Allen e suas provocações constantes mais uma vez.

Conforme os dias se transformavam em semanas, meu ressentimento por Allen crescia, mas também meu medo. Medo do que ele poderia fazer se eu me recusasse a obedecê-lo, medo de que ele cumprisse suas ameaças e revelasse meu segredo ao mundo. Eu me sentia preso em um jogo de poder desigual, sem saber como acabar com esse pesadelo.

A solidão se tornou minha companheira constante no meio da tempestade. Embora eu tivesse amigos, eles eram online, espalhados longe de mim. Eu não podia recorrer a eles em busca de consolo ou apoio, pois eles não estavam fisicamente presentes para me ouvir ou me ajudar a enfrentar meus problemas.

Sempre que eu me encontrava no dormitório da faculdade, cercado por pessoas que pareciam tão distantes e alheias à minha situação, eu me sentia mais isolado do que nunca. A sensação de estar sozinho no meio de uma multidão era opressora, e às vezes eu me perguntava se algum dia encontraria alguém em quem pudesse confiar e abrir meu coração.

Sem um ombro para me apoiar ou um ouvido disposto a ouvir minhas preocupações, fui forçado a enfrentar minhas batalhas internas sozinho. Cada insulto de Allen, cada exigência cruel, penetrava mais fundo na minha alma, me deixando com uma sensação de desamparo e desespero.

Eu desejava desesperadamente a presença de alguém em quem pudesse confiar, alguém que me oferecesse consolo e me lembrasse de que eu não estava sozinho nesta luta.

A frustração me consumia cada vez que eu observava como todos ao meu redor pareciam adorar Allen, inconscientes da verdadeira natureza de seu caráter. Para o mundo exterior, ele era um cara carismático e charmoso, a vida da festa, o líder nato cuja presença iluminava qualquer ambiente em que ele entrava. Mas eu sabia a verdade por trás da fachada de Allen, eu conhecia a escuridão que espreitava sob seu sorriso encantador e palavras gentis.

Era doloroso ver como as pessoas se deixavam enganar por sua aparência superficial, sem perceber o dano que ele era capaz de infligir aos outros. Enquanto eu sofria em silêncio sob sua tirania, o mundo continuava girando como se nada tivesse acontecido, como se as verdadeiras intenções de Allen estivessem escondidas à vista de todos.

Achei difícil compreender como alguém tão desprezível poderia ser tão querido pelos outros, como eles poderiam idolatrar alguém que era tão cruel e mesquinho por dentro. Cada vez que eu via alguém elogiando Allen ou seguindo cegamente suas ordens, eu sentia uma mistura de raiva e desespero queimando em meu peito, me perguntando quando eles perceberiam o monstro que estava diante deles.

Mas por mais frustrante que fosse ver Allen se safar repetidamente, eu sabia que não podia deixar sua influência me destruir. Eu tinha que encontrar uma maneira de enfrentá-lo.

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