19

Após o momento de intimidade intenso, Théo e Luara ficam sentados na cama, envoltos em um silêncio carregado de tensão e incerteza.

Luara está enrolada na coberta, seus pensamentos vagando enquanto tenta processar o que acabaram de compartilhar. Théo, apenas com o travesseiro em seu colo, parece perdido nos seus próprios pensamentos.

Quando Théo se levanta para vestir o short, os olhares de Luara deslizam furtivamente sobre seu corpo, admirando a perfeição de suas formas. Ela se pega pensando no calor da pele dele contra a dela, mas rapidamente desvia o olhar, tentando disfarçar qualquer sinal de seu desejo.

Théo percebe o olhar dela e seus lábios se curvam em um sorriso discreto. Ele veste o short lentamente, seus movimentos deliberados, como se estivesse dando a ela tempo para se recompor. Quando seus olhares se encontram novamente, Luara desvia o olhar, tentando esconder a turbulência das suas emoções.

O silêncio entre eles é palpável, carregado com o peso do que acabaram de compartilhar e a incerteza do que acontecerá em seguida.

— Lua? — Ele a chama.

— Oi? — Ela fala, sem nem mesmo olhar para ele.

— Eu vou tomar banho, ainda vai estar aqui quando eu voltar? — Perguntou.

— Você quer que eu ainda esteja aqui? — Perguntou, aguardando ansiosamente pela resposta.

Théo não respondeu de imediato, ele pensou se iria querer se ela ainda estivesse ali quando ele saísse do banho, e a resposta foi óbvia.

— Eu quero!

Ela olhou para ele surpresa, pensou que após eles se entregarem um para o outro tudo voltaria ao que era antes.

— Então eu ainda estarei aqui — Ela sorri para ele.

Théo sorriu de volta e inclinou o seu corpo para beija-la. Ele foi para o banheiro e após longos minutos ele voltou, Luara se levantou e disse que tem iria se banhar, ela entrou no banheiro enrolada no cobertor e com as suas roupas na mão.

Quando Luara voltou para o quarto Théo estava no celular, ao vê-la ele desligou a tela e colocou em cima da cabeceira. Luara sentou-se ao lado dele na cama, ela estava visivelmente nervosa e sem saber como agir.

— Está com vergonha? — Ele perguntou, um sorriso brincalhão estampado em seu rosto.

— Um pouco — Ela respondeu.

— A pouco tempo estava gemendo o meu nome e me implorando para fazê-la gozar, mas agora não consegue nem olhar em meus olhos?

Luara olhou para ele com suas bochechas coradas e os olhos arregalados, ela piscou algumas vezes para voltar a si.

— Não lembro de ter feito isso, você está inventando essas coisas — Disse, mesmo sabendo que é a mais pura verdade.

— Deixe de ser boba — Ele apagou a luz do abajur.

Théo deitou-se e a puxou para mais perto a fazendo deitar-se com ele. Luara encostou a cabeça no peito dele e ouviu o seu coração bombear, ela suspirou e com o som no coração dele batendo, ela foi aos poucos adormecendo.

Na manhã seguinte Théo acordou com o encômodo, o cabelo de Luara estava todo no seu rosto, ele o tirou e olhou para ela que dormia toda aberta, com uma perna em cima dele.

Théo sorriu, havia tempo em que ele não dormia tão bem assim. Ele levantou-se lentamente e foi para o banheiro, fez a sua higienização, e voltou para o seu quarto.

Ele olhou para Luara e agora ela estava deitada de bruços, mas olhava para ele com um lindo sorriso estampado no seu rosto.

— Bom dia — A voz dela soou rouca.

— Bom dia, Lua! Vamos fazer algo hoje?

— Vamos só relaxar — Ela disse.

— Tá bom — Ele concordou.

— Vou no meu quarto tomar banho e escovar os dentes — Ela se senta na cama e boceja.

— Aguardo você aqui — Ele se sentou na cama, ela sorriu e levantou-se.

Luara foi para o seu quarto e ao chegar lá às meninas estavam acordadas.

— Dormiu fora, foi? — Ju perguntou em um tom de voz malicioso.

— Ela foi dormir com o namorado — Elise usou o mesmo tom de voz de Ju.

— Me deixem! — Luara sorriu.

— Perdeu a virgindade? — Ju perguntou, seu voz saiu alta demais.

— Você era virgem? — Elise parecia tão chocada quanto Ju.

— Vocês são tão inconvenientes — Luara cruza os braços — A as respostas para essas duas perguntas é uma só: Sim!

— AAAAA!!!!! — Ju e Elise gritaram.

— Nós conte tudo — Ju pediu.

— É, nos conte... — Elise pensou bem — Na verdade, eu não quero saber não, foi com o meu irmão, que nojo — Ela fez uma careta.

— Eu não vou contar nada! — Luara disse — Só que foi ótimo e eu não senti nenhuma dor como sempre me disseram que eu ia sentir. A todo o momento foi tudo muito bom, só de lembrar... — Luara se abana.

Ju estava empolgada pela amiga, Elise fazia uma careta, e Luara suspirava lembrando do corpo de Théo em cima do dela, o som, o calor, os olhares e os beijos...

— Eu vou tomar banho que hoje vamos ficar juntos, só nos dois, já que amanhã voltaremos para casa e não poderemos mais relaxar — Ela suspirou e foi para o banheiro.

Enquanto se banhava ela passava a mão por todo o seu corpo e lembrando-se de como Théo a tocou na noite anterior. O sorriso que apareceu em seu rosto quando ele chegou ao seu limite fez o cérebro dela soltar fogos, ela então se pegou perguntando a si mesma se será assim com todos os homens que ela se deitar quando o seu relacionamento falso acabar.

— Será? — Ela perguntou a si mesma.

Luara mordeu o lábio, ela não saberia dizer até que esse dia chegasse. Ela se vestiu e voltou para o quarto de Théo, ela entrou no quarto e ele estava de costas na varanda falando em uma ligação, então não havia visto que Luara havia chegado, ela decidiu não o interromper, podia ser algo importante.

— Não! Claro que eu vou estar livre! — Ele disse com uma certa urgência na voz — Eu vou sair do trabalho e encontro vocês no restaurante. Manda um beijo para Lia e diga que eu estou com saudades — Ele encerrou a ligação.

Quando se virou para trás ele estava com um enorme sorriso no rosto, e ficou sério quando viu Luara.

— Quer me matar do coração? — Ele perguntou indo até ela.

— Théo! — Ela e virou o rosto quando ele foi beija-la.

— O que foi? — Ele ficou sem entender a reação dela.

— Está saindo com outra pessoa? — Ela perguntou um pouco enciumada.

— Está com ciúmes por que eu mandei um beijo para Lia? — Ele riu.

— Não! Não é isso, é que se você estiver saindo com outra pessoa então eu vou fazer o mesmo. Se você estiver saindo com essa tal de Lia, ou qualquer outra pessoa, faça em segredo, não queremos a mídia nos seguindo ainda mais — Ela falou seriamente.

— Tá bom! — Ele disse e deu um beijo na bochecha dela — Quer ir jantar comigo amanhã?

— Não vai ir jantar com a pessoa que estava com você na ligação? — Ela perguntou, visivelmente enciumada.

— Vou! — Ele estava rindo — Quero que você vá também, não precisa ficar com ciúmes!

— Ciúmes? — Ela riu — Não seja bobinho!

Luara puxou ele para um beijo, enrolando os braços em volta do pescoço dele.

— Eu não ligo! Eu sei que isso tudo vai acabar assim que não precisarmos mais fingir esse nosso falso relacionamento.

— E se não precisarmos mais fingir? — Ele perguntou a pegando totalmente desprevenida.

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