CAPÍTULO 12

Enquanto massageava a minha perna, preparando-me para deixar a festa, uma figura se sentou ao meu lado.

Curiosa, virei a cabeça e uma mecha ruiva de cabelo caiu sobre minha testa.

Fiquei surpresa.

Era ele. O rapaz loiro da cafeteria, aquele com olhos azuis que pareciam mais uma pintura de um deus Viking.

Meu coração deu um salto no peito, meu estômago se contorcendo com uma mistura de emoções.

Eu fingi que não o conhecia, tentando manter uma aparência de mulher ocupada e difícil. Ele, ao contrário de mim, se apresentou.

— Você é a menina da cafeteria, né? Estive lá esses dias... - Ele começou a dizer, mas pareceu hesitar.

Eu balancei a cabeça, tentando disfarçar minha surpresa.

— Ah, sim, eu trabalho lá. - Respondi, tentando manter minha voz firme e controlada

.

— Desculpe, acho que me adiantei. Eu sou Kane. - Ele estendeu a mão em um gesto amigável.

Surpresa, apertei sua mão, tentando esconder meu nervosismo.

— Prazer em conhecê-lo, Kane. Sou Serena. - Respondi, forçando um sorriso.

— Sim, lembro-me de você. - Ele disse, com um brilho divertido nos olhos. - Você me salvou com aquele café delicioso naquele dia.

Um sorriso se formou em meus lábios enquanto eu me lembrava daquela ocasião.

— Fico feliz que tenha gostado. Sempre tento fazer o melhor café possível. - Respondi, tentando parecer casual.

Kane inclinou-se para frente, seu interesse claramente despertado.

— Então, o que uma garota como você está fazendo sozinha em uma festa como essa? - Ele perguntou, seus olhos azuis sondando os meus.

Engoli em seco, tentando encontrar uma resposta adequada.

— Ah, você sabe como são essas coisas. Convite de uma amiga, mas nem sempre é o meu tipo de evento. - Respondi, dando de ombro - Além disso, preciso de um descanso para mente, né? Não é sempre fácil lidar com clientes, tentativas de assaltos…

Dei um sorriso amarelo.

— Ah, sim… O assalto. Sinto muito, Serena. Eu pensei em reagir... Mas você sabe, né?

Balancei a cabeça, tentando dissipar a lembrança daquele dia desagradável.

— Não se preocupe com isso, Kane. Foi assustador, mas estou bem. Além disso, não é bom reagir à assaltos. Às vezes, se pode pagar com a vida. - Respondi, tentando tranquilizá-lo.

Kane assentiu, parecendo aliviado.

— Ainda bem. - Ele murmurou, antes de acrescentar com um sorriso gentil: - Você é uma pessoa corajosa, Serena. Nem todo mundo lidaria com uma situação como aquela da maneira que você fez.

Senti meu rosto corar com o elogio inesperado.

— Não precisa me elogiar dessa maneira, só estava tentando evitar problemas. - Comentei, tentando manter um tom casual, embora sua proximidade começasse a me deixar nervosa.

Kane ignorou minha tentativa de desviar o assunto e continuou, sua voz suave carregada de uma intensidade sedutora.

— Pois para mim, você soou bastante corajosa. - Ele disse, aproximando-se ainda mais.

Senti o ar quente de sua respiração tocar minha bochecha, e um leve arrepio percorreu minha pele. O cheiro forte de menta emanava de sua boca, envolvendo-me em uma aura tentadora.

Engoli em seco, tentando manter a compostura diante da sua proximidade provocante.

— Obrigada, eu acho. - Murmurei, sentindo-me enfeitiçada por sua presença magnética.

Kane sorriu, um sorriso carregado de malícia, e eu me vi lutando para resistir à atração que ele exercia sobre mim. Cada instante ao seu lado era como uma dança perigosa, e eu sabia que estava prestes a me perder em seus encantos sedutores.

À medida que Kane se aproximava cada vez mais, eu me sentia envolvida por uma espécie de campo magnético, uma força irresistível que me puxava em sua direção, contra minha própria vontade. Cada centímetro que ele se movia mais próximo de mim era como se estivesse sendo atraída por um ímã poderoso, incapaz de resistir ao seu chamado magnético.

Minha mente lutava para entender o que estava acontecendo, mas meu corpo respondia instintivamente ao magnetismo dele. Era como se nossas energias estivessem entrelaçadas em uma dança hipnotizante, e eu me via incapaz de escapar do seu poder sedutor.

Cada batida do meu coração ecoava em sintonia com a intensidade da atração que sentia por ele. Cada respiração parecia carregada com a eletricidade da tensão sexual que permeava o ar entre nós. E enquanto ele se aproximava, eu me via cedendo, mergulhando mais fundo naqueles olhos azuis.

O chamado de Elias rompeu o feitiço que nos envolvia, interrompendo o momento carregado de tensão entre Kane e eu. Sua voz soava como um despertador, penetrando no campo magnético que nos mantinha presos um ao outro, quase como se nos puxasse de volta à realidade.

— Ei, Serena! Ei! - A voz de Elias ecoou, insistente, interrompendo o silêncio tenso que pairava entre nós.

Eu pisquei várias vezes, como se estivesse emergindo de um sonho profundo, enquanto me esforçava para voltar à consciência plena. A presença de Kane ao meu lado parecia subitamente menos intensa, menos irresistível, à medida que a voz de Elias me arrancava do transe em que estava mergulhada.

Com um suspiro resignado, afastei-me lentamente de Kane, sentindo-me como se estivesse saindo de um estado de transe hipnótico.

Meu Deus, eu tinha bebido demais. Aquilo deveria ter sido efeito do álcool, não era possível!

— Serena, te procurei a festa inteira. Onde você estava? - Elias perguntou, sua expressão preocupada enquanto seus olhos procuravam os meus.

Voltei minha atenção para Elias, sentindo-me momentaneamente desconfortável sob seu olhar inquisitivo. Uma pontada de irritação se agitou dentro de mim diante da pergunta, uma vontade quase irresistível de lançar de volta uma resposta afiada.

"Acho que não, Elias. Você estava ocupado demais para me procurar. Tinha coisa melhor para você fazer", quase deixei escapar, sentindo a frase quase saindo dos meus lábios.

Mas antes que eu pudesse dar voz aos meus pensamentos, Kane interveio, respondendo por mim de uma maneira que me surpreendeu.

— Ela estava aqui tomando um ar, enquanto descansava a perna. E Camilla, onde está? - Kane disse, sua voz calma e controlada, mas com um tom de autoridade que eu não sabia que ele possuía.

O olhar de Elias se fixou em mim por um momento, como se estivesse buscando alguma resposta oculta em meu semblante. Senti-me desconfortável sob sua análise intensa, mas mantive minha expressão neutra, tentando não revelar nada além do necessário.

Finalmente, ele assentiu, como se aceitasse a explicação de Kane, mas uma sombra de desconfiança ainda pairava em seus olhos.

— Ah, entendo. Obrigado por me informar. Quanto a Camilla, não tenho certeza. Acho que a vi conversando com alguns convidados no salão principal. - Elias respondeu, sua voz soando um pouco mais fria do que o normal.

— Imagino. Deve ser difícil conciliar cuidar da sua protegida, ao mesmo tempo que dar atenção para sua namorada. Mas acho que Camilla entende, né?

O sorriso de Kane era como uma lâmina afiada, cortando o ar com sua malícia calculada. Seus olhos azuis cintilavam com uma expressão desafiadora, como se estivesse testando os limites de Elias.

— Camilla não é minha namorada, Kane. Ela é uma amiga e uma colega de trabalho. - Elias declarou com firmeza, seu olhar encontrando o de Kane com determinação.

Kane arqueou uma sobrancelha, seu sorriso se alargando ligeiramente como se estivesse se divertindo ainda mais com a situação.

— Ah, entendi. Uma colega de trabalho. Interessante. Vou lembrar disso quando vocês estiverem se beijando por aí. O chefe também vai adorar saber.- Kane respondeu, sua voz carregada de insinuações veladas.

— Isso é o que você gostaria, não é? Criar confusão onde não existe. - Elias respondeu, sua voz contendo uma mistura de irritação e desdém. - Mas sinto informar que não é assim que as coisas funcionam.

Kane apenas deu de ombros, seu sorriso irônico permanecendo intacto.

— Ah, mas quem sabe? Às vezes, a realidade é mais interessante do que a ficção. - Ele disse, sua voz suave como o mel, mas suas palavras carregadas de um subtexto provocativo.

— Ei, gente. Eu estou aqui, viu? - Eu disse, tentando quebrar a tensão do momento. Eles voltaram a atenção para mim.

Meu interromper inesperado pareceu surpreendê-los, e por um momento, a tensão que pairava entre Elias e Kane foi substituída por um breve instante de desconcerto.

— Desculpe, Serena. Não era nossa intenção deixá-la desconfortável. - Elias falou, sua expressão suavizando-se com um toque de preocupação.

— Acho que deixar Serena desconfortável foi uma missão primária desde que ela chegou aqui. Nada tira isso da minha cabeça. Mas não vou discutir isso com você - ele dirigiu seus olhos azuis para mim - Elias não te merece, e nunca vai merecer. Me deixe te levar para casa, Serena.

As palavras de Kane cortaram o ar como uma faca afiada, sua franqueza chocante ecoando entre nós. Eu me vi paralisada pela intensidade de sua declaração, meu coração martelando no peito enquanto processava suas palavras.

Elias lançou um olhar gélido para Kane, sua mandíbula tensa com a irritação que fervilhava dentro dele. Ele sabia que não podia permitir que Kane o desafiasse daquela maneira, mas uma parte dele também sabia que as palavras do outro homem continham uma verdade incômoda.

— Não é da sua conta, Kane. Serena pode decidir por si mesma o que é melhor para ela. - Elias respondeu, sua voz contendo um tom de advertência.

Kane ignorou a repreensão de Elias, seus olhos azuis fixos em mim com uma intensidade cativante. Havia algo em seu olhar que me fazia sentir como se estivesse hipnotizada, como se ele pudesse ler meus pensamentos mais profundos.

— Vamos, Serena. Deixe-me te levar para casa. Você não pertence a este lugar. - Ele disse, sua voz suave como o veludo, mas carregada de determinação.

Enquanto os olhares de Elias e Kane faiscavam com uma tensão palpável, eu me vi em uma posição peculiar, como se estivesse no meio de um ringue de boxe prestes a testemunhar um embate épico.

Eu tentei mediar da melhor forma que pude, fingindo demência.

— Bem, parece que temos um confronto de titãs aqui! - Comentei, tentando aliviar a atmosfera tensa com um toque de leveza. - Mas acho que vou pular fora desse ringue antes que as coisas fiquem realmente feias.

Ambos os homens me lançaram olhares surpresos, como se não estivessem esperando minha intervenção. Mas antes que pudessem responder, eu tomei uma decisão.

— Na verdade, acho que vou deixar vocês dois resolverem isso por conta própria. - Continuei, dando de ombros com um sorriso brincalhão. — Estou me sentindo mais no clima de uma aventura solitária de metrô do que de um duelo. Você sabe... Rodar pela cidade inteira, etc... E então é isso! Tchauzinho.

Com uma última troca de olhares entre Elias e Kane, eu me afastei apressadamente, tentando ignorar a sensação de constrangimento que me envolvia. Meus passos eram desajeitados e lentos devido ao gesso em minha perna, e eu me sentia como se estivesse executando uma cena digna de uma comédia romântica.

Enquanto me dirigia à estação de metrô mais próxima, pude sentir os olhares curiosos de alguns dos outros convidados da festa que observavam minha saída apressada. Era uma cena que preferiria esquecer, mas no fundo, sabia que essa seria uma daquelas histórias que eu riria ao relembrar no futuro.

Finalmente, cheguei à estação e me acomodei em um banco enquanto aguardava o próximo metrô. Apesar da confusão e da estranheza da noite, uma sensação de alívio começou a se instalar em mim.

Enquanto observava meu transporte chegar, aprendi uma experiência valiosa.

Nunca mais ir eventos de gente rica. Check!

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