Cap. 19

Gael percebeu a expressão de surpresa e preocupação no rosto de Luci. Notando a mudança em seu semblante, ele prontamente se aproximou, colocando uma mão gentil em seu ombro fazendo ela olhar para ele.

_ Luci, você está bem? Perguntou Gael, demonstrando preocupação.

Luci respirou fundo, tentando controlar a agitação interior. Ela assentiu, forçando um sorriso.

_ Desculpe, só não esperava encontrar uma piscina aqui. Disse Luci, evitando olhar diretamente para a água. E naquele instante, sentir o cheiro dele estranhamente a deixou mais calma. _ Eu tenho medo de água...

Gael compreendeu a sensibilidade do momento. Ele guiou Luci para um lugar mais tranquilo, afastado da piscina, e sentaram-se em um banco próximo.

_ Não precisa se desculpar. Você já se afogou? Perguntou Gael com empatia.

_ Obrigada, eu não sei nadar e quando criança, quase me afoguei, e foi horrível. Luci agradeceu a compreensão de Gael, explicando brevemente sobre seu desconforto com a água.

_ Se precisar de algum apoio, ou se quiser conversar sobre isso, estou à disposição. Ofereceu Gael, transmitindo solidariedade.

A presença acolhedora de Gael proporcionou a Luci um senso de segurança.

_ Gael, Luci... O lanche. Chamou as crianças.

_ Depois, quem sabe. Não devemos atrasar o lanche deles.

_ Está bem. Concordou Gael e eles seguiram para o refeitório.

Gael não parou de observar Luci e forma como ela interagia com as crianças. Ela conversava com todos, recebia bem os abraços e beijos sem se incomodar, ao contrario de Amanda que na única vez que esteve na ONG parecia ter nojo do contato das crianças.

Depois de participar do lanche com as criancas, Gael teve que ir ao escritório resolver algumas pendencias financeiras e deixou Luci conversando com uma das professoras de inglês que estava na ONG. Pretendia voltar o mais rápido possível para ficar ao lado dela.

A noite já começava a tomar conta do céu quando Luci percebeu que já estava ficando tarde, logo Matheus ligaria, e certamente ele ficaria apreensivo se soubesse que ela estava fora de casa a tanto tempo. Luci não sabia se devia contar para o amigo a intenção de frequentar a ONG, não queria deixar Matheus preocupado. Se despediu dos voluntários e funcionários da ONG, e como sabia que Gael estava ocupado, resolveu ir embora sem se despedir dele. Na rua, ela olhou em volta, na esperança de encontrar um táxi, quando, de repente, Gael surgiu.

_ Luci, você já está indo embora? Perguntou Gael, que quando soube que Luci estava indo embora, foi até ela para se despedir.

_ Sim, está escurecendo e pensei em pegar um táxi. Respondeu Luci, feliz por vê-lo antes de partir.

_ Não se preocupe com isso, eu posso te dar uma carona... se quiser. Eu tambem ja estou indo para casa. Ofereceu Gael, apontando para o carro estacionado.

_ Está bem. Luci aceitou com um sorriso. Os dois caminharam até o carro de Gael que gentilmente abriu a porta para Luci. Enquanto entrava, uma sensação de conforto envolveu Luci. A noite parecia mais amena na presença dele.

_ Espero que a visita à ONG tenha sido boa para você. Comentou Gael, iniciando a conversa enquanto dirigia pelas ruas.

_ Foi incrível! Respondeu Luci, empolgada. - As crianças são maravilhosas, e fiquei impressionada com o trabalho que vocês fazem lá.

Gael agradeceu o elogio e continuaram a conversar sobre a ONG, projetos futuros e outros assuntos leves. Luci, apesar das dificuldades recentes, começava a sentir que a vida poderia ganhar outro sentindo enquanto permanecia escondida de Diego.

Ao chegar ao destino, Gael estacionou o carro e se virou para Luci.

_ Obrigada pela carona e por ter me apresentado a ONG. Não sabe como foi importante para mim. Confessou Luci ficando emocionada.

Gael, tocado pelas palavras dela, sorriu novamente.

_ Sempre será bem-vinda na ONG. Disse ele.

Luci sorriu sentindo a sintonia entre eles aumentar a cada minuto.

_ Eu sei que serei bem vinda por todos. Após a visita à ONG de Gael, Luci sentia-se inspirada, como há muito tempo não se sentia.

Antes de Luci se despedir e deixar o carro de Gael, ele sentiu como se uma vazio começasse a tomar conta dele quando ela soltou o cinto de segurança.

_ Luci, será que eu poderia me dar o seu contato? Gostaria de te manter informada sobre as atividades da ONG, e quem sabe marcarmos algo novamente de nos encontrar lá... Pediu sentindo as mãos ficarem frias, como se ele estivesse ansioso pela resposta dela.

_ Claro, será bom ter o seu contato também. Luci Concordou Luci. O gesto criou uma conexão inesperada entre eles, e Luci não pôde deixar de sorrir enquanto digitava seu contato no celular de Gael, que em seguida enviou uma mensagem para ela salvar o seu número.

_ Combinado então. Fico aguardando suas mensagens... Disse Gael, sorrindo de volta.

_ Tchau, e boa noite...

_ Boa noite Luci... Se despediram e ele aguardou Luci passar pela portaria para seguir o seu caminho.

Enquanto caminhava para o seu apartamento, Luci refletia sobre como aquele dia tinha sido bom, e como Gael tinham trazido uma sensação de alívio e renovação para sua vida.

_ Será que ele está pensando em mim? Era o que ela queria saber, sem entender o que começava a sentir por ele.

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