Cap. 15

A observação de Gael trouxe Luci de volta à realidade. Surpresa ao perceber que não estava sozinha, e diante da aparição de um estranho, ela tentou esconder o rosto com medo de que pudesse ser reconhecida.

_É um lugar incrível para refletir, não acha? Sugeriu Gael olhando para ela que olhava para o horizonte.

_Sim... é o que parece. Concordou Luci ainda com receio. E diante daquela resposta, e da dor que Gael sentiu no seu grito, ele deduziu que ela não estava bem, que provavelmente estava passando por um momento difícil.

_ Problemas? Perguntou Gael

_ Sim, as pessoas nem sempre são o que aparentam ser. Respondeu Luci se acalmando um pouco.

_ Concordo com você... as vezes não conhecemos bem quem está ao nosso lado. Foi a vez de Luci perceber no tom de voz de Gael que ele estava decepcionado com alguém..

_ É, e isso estranho! Deveríamos, ou melhor dizendo, seria bom saber quem está ao nosso lado, se não há mentiras sendo ditas.

_ Muitas vezes enxergamos somente o que as pessoas querem que nos mostrar, ou apenas o que queremos ver. Ponderou expressando a complexidade que existia nesse assunto, afinal ele tinha sido traído por alguém que pensava conhecer bem. _ Não deveria ser assim. A conversa fluía entre eles, como se um soubessem exatamente o que o outro estava falando.

_ Não deveria… Sussurou Luci suspirando. _ Como podem agir, mentir sem se importar com o que os outros sentem, como podem enganar, machucar... começou a desabafar, ela precisava falar.

Gael deu alguns passos se aproximando de Luci que sentiu o seu cheiro que era surpreendentemente familiar, despertando sensações perdidas em sua memória. Intrigada, uma pergunta ecoou na sua mente. Luci olhou para Gael, e os seus olhares se cruzaram fazendo o coração dela disparar, mas o seu rosto ela não conhecia.

_Nós já nos conhecemos? Luci não conseguiu evitar fazer aquela pergunta.

_Não, não nos conhecemos. Gael olhava para Luci, e ele tinha certeza que nunca tinha visto aquele rosto . _Talvez você me conheça por outro motivo. Gael, percebeu a curiosidade nos olhos de Luci, pensando que talvez ela estivesse confundindo ele como alguém da televisão como algumas vezes já tinha acontecido. _ Se você vem sempre aqui? Pode já ter me visto correndo na região.

_ Não, hoje é a primeira vez que eu venho aqui, mas o seu… Ela desistiu de falar do cheiro dele. _ Não é nada.

_Bem, eu me Gael.Com um sorriso gentil, ele se apresentou, o olhar doce de Luci o atraiu.

_Eu me chamo Luci A… Luci, momentaneamente perdida na conversa e na lembrava que o cheiro dele provocava, respondeu automaticamente o seu nome verdadeiro, e somente depois lembrou do recado de Matheus, para ela usar um nome falso.

_ Luci… Gael arqueou as sobrancelhas, percebendo que havia algo mais na resposta dela. _ Luciana? Luciene...

_ Não, apenas Luci… esse é o meu nome. Falou nervosa. _ Luci.

_ Prazer em conhecê-la, Luci. Gael estendeu a mão para cumprimenta-la.

_ Prazer… Luci apertou a mão de Gael com a sensação de conhecê-la, e essa sensação a deixou inquieta.

_ Você está melhor agora?

_ Melhor?

_ Depois de gritar, você se sente melhor?

_ Ah, um pouco, eu estava me sentindo sufocada, triste, inútil...

_ Inútil?

_ Sim, eu me sinto assim, queria fazer algo útil enquanto estou e… enquanto estou de férias. Disse Luci.

_ Bem, as vezes ajudar o próximo pode ser bom, pode te fazer se sentir útil. É assim que eu me sinto quando posso fazer algo para ajudar alguém. Enquanto conversava com Luci, Gael esqueceu completamente do desconforto que estava sentindo quando saiu de casa para correr.

_ Eu não sei como posso ajudar alguém. Luci pensou alto, pois ela não sabia como se ajudar no problema que enfrentava desde que descobriu que Diego a traía, e desejava o seu mal.

_ Talvez eu possa te ajudar com isso. Gael tirou da carteira um cartão da sua ONG e entregou para Luci. _ Agora eu preciso ir, e se você interessar, basta visitar a ONG. Estamos sempre precisamos de voluntários... Eles voltaram a se olhar e o silencio entre eles era confortável. Luci sorriu e o seu sorriso fez Gael também sorrir. _Tenha um bom dia. Falou seguindo o seu caminho.

Luci, segurando o cartão na mão, ponderou sobre a sugestão de Gael. Talvez essa fosse uma oportunidade de encontrar um sentido em meio ao caos que sua vida havia se tornado.

Ao longe, Gael se afastava, carregando consigo a curiosidade de conhecer mais aquela mulher, e esperava voltar a encontrar com ela.

Luci olhou para o cartão, pensando na possibilidade de se envolver em algo novo, só não tinha certeza que era seguro para ela.

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Desejo a todos um Natal maravilhoso ao lado da família e das pessoas que são importantes em suas vidas, muita paz, saúde e felicidade. Volto a postar dia 26. Beijos 💋

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