Cap. 7

Matheus e Eduardo estavam a caminho do CTI para onde Luci seria levada, quando e se encontraram com Diego para a surpresa de Matheus.

Diego os encarou de cima para baixo, uma expressão de desdém, e o preconceito que ele sentia ficou evidente em seu olhar.

Matheus… Cumprimentou Diego, com voz carregada de um sarcasmo mal disfarçado. Eu já vi a Luci… O semblante de Diego logo mudou.

Matheus, mantendo a compostura, respondeu com um simples aceno de cabeça.

_ Como isso aconteceu com ela, e o que vai ser de mim, agora com ela em coma? A expressão de surpresa e desconfiança surgiu no rosto de Matheus.

_ Em coma? Perguntou Eduardo que sabia o real estado de saúde de Luci, não entendendo de onde Diego havia tirado aquela informação. Em um gesto sutil, Matheus acenou para Eduardo, indicando que não deveria desmentir a informação.

_ A minha amiga está em coma? Perguntou Matheus com os seus olhos fixos em Diego.

Infelizmente. Diego assentiu, e Eduardo se manteve em silêncio, diante do aceno feito por Matheus. Enquanto ela não melhora, o que é pouco provavel, vou fazer o meu papel de namorado e cuidar dos interesses dela. Falou Diego passando por Matheus com a intenção de ir embora.

_ Viu como aquele homem nos olhava? Eduardo também notou o olhar preconceituoso de Diego.

_ Ele não consegue ao menos disfarçar que é homofobico, e Edu, é melhor esquecer aquele homem. Agora vamos, quero ver a minha amiga, estou preocupado com ela.

Diego deixava para trás o hospital, e carregava consigo o fogo renovado de ambição. Seus pensamentos se voltavam para um destino que ele estava determinado a alcançar: tornar-se CEO. Diego já havia traçado as linhas do seu plano ambicioso, vislumbrando um caminho estratégico que o levaria ao cargo mais importante da Telecom.

_Eu tenho muita sorte.  Diego estava imerso em seus próprios pensamentos, e ele acreditava que o momento era propício para tomar as rédeas das empresas de Luci, e com o poder nas mãos, fazer o que quisesse dentro da Telecom.

Pouco tempo depois que Diego foi embora, Luci chegou ao CTI. Matheus pode entrar para vê-la que ainda desacordada.O ambiente tranquilo do quarto hospitalar contrastava com a tempestade de emoções que se desencadeou dentro dele.

Ao se aproximar, Matheus observou Luci com atenção, e ela parecia tão frágil.

_ O que aconteceu cartório? Eu tenho certeza que ele tem culpa no cartorio, que o Diego fez alguma coisa com você. Matheus conversava com Luci que despertou em um sobressalto.

Um grito sufocado escapou dos lábios de Luci, seus olhos se arregalaram com a expressão de quem acabará de acordar de um pesadelo. A sensação de estar afogando, os fragmentos da memória do homem que a salvou e a visão borrada de seu rosto, o seu cheiro estavam na sua mente ainda confusa.

_Luci, calma, sou eu, Matheus... Disse Matheus, tentando dissipar o pânico que se claramente tomou conta dela.

Luci, ofegante, tentou orientar-se no espaço ao seu redor, vendo que estava em um ambiente claro, e ela escutava o barulho das máquinas que monitoravam seus sinais vitais. E esses sons começaram a substituir, lentamente, as imagens perturbadoras que persistiam em sua mente.

_ Eu não quero morrer… eu não sei nadar…

_Você está segura, Luci, o pior Já passou. Acrescentou Matheus, buscando oferecer conforto.

O choque da lembrança e a sensação de vulnerabilidade a deixaram momentaneamente sem palavras, e Luci fechou os olhos voltando a dormir.

_ O que aconteceu com você… Matheus, ainda ao lado de Luci, buscava compreender o que havia acontecido com ela, e como a amiga caiu no rio.

De repente, os aparelhos que monitoravam a outra paciente dispararam, e a equipe médica entrou correndo no CTI para atendê-la. E foi nesse momento que Matheus observou que a mulher que estava ao lado de Luci, percebendo como o rosto estava desfigurado por causa dos ferimentos.

_ Eduardo, o que aconteceu com aquela paciente? Eu acho que o Diego pensou que ela fosse a Luci. Perguntou Matheus lembrando que Matheus disse que Luci estava em coma.

_ Essa jovem chegou no hospital com varias fraturas. Parece que no final de semana, ela fez uma festa no apartamento onde mora, uma festa regada a drogas, e no início da manhã de ontem, ela  caiu da varanda do apartamento que fica sexto andar, foi um milagre ele não ter morrido na hora. Contou sem muitos detalhes.

_ Meu Deus! A revelação deixou Matheus perplexo.

_ Parece que aquele homem, o tal Diego, pensou que essa paciente era a sua amiga.

_ Foi a mesma conclusão que eu cheguei...

_ Só não entendi porquê você não deixou que eu contasse que ele estava enganado.

_ Porque, para mim, o Diego sabe exatamente o que aconteceu com  a Luci e está mentindo. Disse Matheus que não confiava em Diego e só saberia a verdade quando Luci acordasse.

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