Cap. 11

A mente de Luci começou a processar a complexidade da situação. Diego estava tecendo uma teia de mentiras, manipulando a narrativa em favor dele. E ainda por cima, ele assumiu o controle das empresas e levou a amante para ficar ao seu lado. Tudo isso apontava para um plano muito maior do que Luci poderia ter imaginado. Agora ela sabia o quanto ele era perigoso.

_ Eu preciso sair do hospital… Luci lembrou-se do relatório que estava analisando na noite anterior e das inconsistências encontradas, e algo dizia que esses inconsistências tinha a ver com Diego.

_ Você vai voltar para a empresa, desmentir tudo que ele disse? Perguntou Matheus.

_ Não… eu tenho que aproveitar enquanto o Diego pensa que eu estou em coma para conseguir provas capazes de incriminá-lo. Quero mandá-lo para a cadeia... tenho medo de voltar agora e enfrentá-lo. Não tenho nenhuma prova contra ele, seria apenas a minha palavras contra a dele, e se ele ficar livre tenho medo do que ele possa fazer...

_ Mas e o circuito interno de segurança, deve ter gravado tudo o que aconteceu ontem.

_ Eu não sei... O Diego disse que as câmeras estavam desligadas, que elas sempre são desligadas quando ele vai a empresa a noite, deu a entender tem cumplices na segurança da empresa.

_ Meu Deus… mas se realmente isso for verdade, como vamos conseguir alguma prova contra ele?

_ Lembra que ontem eu estava analisando um documento?

_ Sim.

_ Eu encontrei uns números estranhos, inconsistentes, mas eu ainda precisar analisar melhor para entender o que estava acontecendo. E aquele documento passou pelas mãos dele. Tenho quase certeza que estão acontecendo desvios, e que ele é o responsável.

_ Não duvido de mais nada.

_Penso que a partir daí, e se descobrirmos quais as pessoas que trabalham para ele, poderemos ter provas suficientes para incriminá-lo. Enquanto isso, não me sentirei segura sabendo que ele anda livrimente por aí.

_ Você tem razão, Luci.

_ Eu preciso encontrar um lugar para ficar por enquanto, tenho que ficar longe dos olhos dele.

_ Você pode ir para minha casa.

_ Não, é perigoso ir para sua casa. Não sabemos o que se passa na cabeça do Diego. E se ele descobrir que eu sai do hospital, com certeza vai me procurar na sua casa. Não quero colocar a sua vida em perigo mais do que eu sinto que ja estou colocando. Durante esse tempo temos que agir com cautela.

_Você tem razão… Eu acho que o Edu pode nos ajudar.

_ Em que eu posso ajudar? Perguntou Eduardo que tinha voltado ao hospital para ver como estava Luci.

_ Edu, a Luci não pode voltar para casa, a situação é pior do que nós imaginávamos. Falou Matheus. _ Luci, eu posso contar para o Eduardo o que está acontecendo?

_ Eu não quero colocar mais pessoas em perigo...

_ O que está acontecendo? Voces estão me assustando. Falou Eduardo tentando entender a conversa dos dois.

_ Luci, precisamos da mais ajuda...Edu, Sente-se, vamos te contar tudo. Matheus e Luci contaram para Eduardo tudo que aconteceu, e porque ela não poderia voltar para casa.

_ Eu tenho um apartamento que alugo por temporada, mas ele está vazio agora. A Luci pode ficar nele pelo tempo que precisar.

_ Serio? Matheus vibrou com a informação.

_ Sim.

_ Obrigada, Eduardo, eu vou te pagar o valor justo pelo aluguel, preciso apenas conseguir acessar a minha contar.

_ Luci, você não pode acessar as suas contas, ou usar os seus cartão crédito. As suas movimentações financeiras podem dar pistas ao Diego já que não sabemos se ele te monitorava, ou se tem acesso as suas contas.

_ Verdade, eu não pensei nessa possibilidade … mas como eu vou pagar o Eduardo, não tenho roupas, já que as minhas roupas estão todas na minha casa, e o meu celular está estragado.

_ Deixe isso comigo, eu vou comprar tudo que você precisa, um celular com um número novo, não pode usar o seu numero por enquanto. Você sempre me pagou um ótimo salário, tenho algumas economias e posso te emprestar, e depois eu sei que voce vai me devolver tudo, e com juros. Brincou Matheus.

_ Obrigada aos dois. Agradeceu Luci

_ Eu, Eduardo, penso que durante o tempo que a Luci estiver escondida, vocês devem evitar se verem, por segurança, pois se aquele homem descobrir que confundiu a Luci com a outra paciente, a primeira pessoa que ele vai atrás vai ser do Matheus, vai começar a seguí-lo, e vai encontrá-la com facilidade.

_ Você tem razão… Luci concordava com o ponto de vista de Eduardo

_ Vai ser difícil ficar sem te ver amiga.

_ Eu sei, mas será necessário para a nossa segurança.

_ E quando a Luci terá alta?

_ Amanhã ela terá alta, e não se preocupe, eu a levarei até o apartamento.

_ Esta bem, e Luci, a noite eu e o Eduardo compraremos roupas, sapatos e um telefone novo para você. Vou deixar tudo com o ela. Falou Matheus.

_ Eu? Sair com você?

_ Sim, você! Você nos ajudará, será o nosso meio de comunicação. Eduardo apenas suspirou, sabendo que Matheus não mudaria de ideia.

_ E vocês já pensaram no que fazer para que aquele não descubra que a Luci não está no hospital.

_ Isso é simples. Todos os dias eu virei ao hospital com a desculpa de ver a Luci, então nos dois podemos tomar um café, conversar… Propôs Matheus olhando para Eduardo, seria uma ótima forma de se reaproximar do ex namorado.

_ Vou pensar na sua ideia. Eduardo tentou esconder que estava feliz, ainda gostava de Matheus. O relacionamento entre eles haviam terminado por causa do ciúmes que Matheus sentia das companheiras de trabalho de Eduardo.

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