capítulo 13: primeira vez no psicólogo

A manhã na faculdade foi corrida , vou ter que me esforçar muito pra acompanhar o restante da turma pois nesses meus dois meses de exílio perdi muita coisa e tenho uma infinidade de matérias atrasadas ,ainda bem que por sempre ter sido uma boa aluna, tenho crédito com alguns dos professores e sei que faram de tudo para me ajudar a recuperar o tempo perdido, a minha consulta no psicólogo é as 14:00 horas e estou me arrumando pra ir ,apenas cheguei comi alguma coisa leve e tomei um banho rápido para não me atrasar , Fábio já me ligou reforçando meu compromisso e mesmo que não esteja com a mínima vontade de comparecer a essa perca de tempo eu irei ao menos para constatar que ainda não fiquei louca de vez , também pelo fato que dei a minha palavra ao Fábio e não vou descumprir com ela,poisse tem uma coisa que eu faço nessa vida é cumprir com o que me comprometo a fazer apesar dos pesares. Termino de me arrumar vestindo uma calça jeans meio folgada e uma blusinha de alças que ressalta a minha magreza mas mesmo assim me cai bem e encaro um trânsito caótico até o endereço indicado no cartão que o meu amigo me deu.

Cheguei ao local indicado as 13:30 , era um prédio de luxo e ao entrar e seguir no elevador até o sexto andar me deparei com um andar inteiro com um corredor com várias salas de portas marrons, o corredor era todo branco e tinha uma recepção ao final da enorme sala de espera, o local era espaçoso e amplo,bem decorado com um sofá cinza que ocupava quase todo o espaço e uma mesa de centro espelhada ao meio com um enorme vaso de flores amarelas, observei que não tinha televisão na sala, mais ao fundo tinha uma enorme estante com os mais variados categorias de livros e na parede à frente do sofá tinha quadros de paisagens , sentei-me e esperei já que na recepção não tinha ninguém, após dez minutos, já estava impaciente e enquanto eu digitava algo no celular apareceu uma ruiva saindo de uma das portas com um sorriso de orelha a orelha.

_ Boa tarde ! a ruiva falou sem desfazer o sorriso em seu rosto, faz tempo que está aí?

_ Meu nome é kassie Oliveira wotson , tenho um horário marcado com o Dr Paulo . Digo me aproximando da ruiva que agora mexia no computador dentro de sua pequena sala .

_ A sim , ele está a sua espera ! deixa só eu avisar que você chegou querida . A mulher fala entrando na mesma sala de que saiu a pouco .

_ Só preciso preparar a sua ficha senhorita wotson. Irei fazer algumas perguntas mas não precisa me responder se não se sentir a vontade . Ok?

_ ok! Falo um pouco tímida enquanto a mulher haje com uma segurança intimidadora.

_ então vamos lá, o meu nome é Verónica. Ela fala-me guiando até uma das portas.

Ela sentasse numa cadeira por trás de uma pequena mesa e eu sento a sua frente, Verónica faz várias perguntas aleatórias enquanto digita no computador e eu respondo sem exitar e quando pensei que terminara ela faz-me uma pergunta que me acerta em cheio

_ Que tipo de sentimentos lhe trazem aqui senhorita Wotson?

_ Quais sentimentos me levavam ali, eu não sabia responder, sentia-me vazia por dentro, tinha tanto medo de não alcançar as expectativas jogadas sobre mim, e se eu não conseguisse encontrar-me novamente? Eram tantas as dúvidas que me afligia que não sabia nem por onde começar. Fazia um esforço enorme para não deixar as lágrimas caírem, meus olhos estavam cheios e se eu piscasse tudo que estava preso ali desabaria naquele momento na frente de uma desconhecida e ela percebendo o meu desconforto tentou ser gentil.

_ Tudo bem Kassie ,! Não precisa me responder. Verónica disse se aproximando e tocando as minhas mãos que suavam e estavam trêmulas.

Eu estava a tentar ser forte, fazendo um esforço sobrenatural para me reerguer, mas diariamente pela manhã era difícil , era complicado sair da cama e fingir que não estava quebrada, que não doía o fato de estar sozinha, sozinha perdida e confusa no meio de uma tempestade cada vez pior, era como se eu não tivesse um porto seguro pasoltar a suaoltar e cada vez afogasse-me mais num oceano de escuridão sem fim e issoe corroía ao ponto de querer gritar e jogar tudo para o ar. De

_ vou buscar um copo de água para você.ela diz a sair , julgo que me dando tempo para recompor-me.

_ obrigada! Sussurro tentando manter o controle

Depois de alguns minutos a ruiva aparece com um copo de água nas mãos

_ está bem-querida?

_ sim, foi apenas um descontrole, mas já passou.

_ tudo bem! O Dr Paulo está a sua espera. Vai ficar tudo bem querida.tenta me confortar.

levanto-me tomo a água e saio em direção a outra porta, bato e ouço uma voz calma mandar-me entrar. Quando adentro a sala o homem olha-me profundamente.

_ seja bem-vinda , senhorita Wotson . Ele diz se levantando da cadeira e apertando a minha mão. Estava a sua espera. Ele continua

O médico não era como eu imaginara ( Velho, gordo e com óculo fundo de garrafa) pelo contrário era jovem e muito atraente, aparentava uns trinta e muitos anos, era branco e tinha cabelos e olhos claros, julgo que era casado já que usava uma aliança na mão que me estendeu.

_ Acredito que Fábio já passou o meu caso pro senhor. Digo a soltar sua mão

_ passou sim,ele me falou algumas coisas por alto,mas preciso ouvir de você como se sente em relação a tudo isso ? Isso aqui será apenas uma conversa embora você não se sinta segura em me contar as suas aflições no momento eu estou aqui para te ouvir sem interrupções ou julgamentos.Esse momento é seu e se quiser desabafar eu estou aqui para isso,para te ouvir e te aconselhar em relação aos seus medos e angústias.

Eu fico calada por um segundo então o homem começa a perguntar algumas coisas rotineiras da minha vida e aos poucos eu me sinto a vontade para lhe contar algumas coisas básicas enquanto a conversa flui naturalmente.