Acordei cedo hoje, olhei a janela e o sol está a nascer , de ontem para cá aconteceram tantas coisas que o meu cérebro ainda estava processando tudo, eu quase não dormi e passei a noite tentando por os meus pensamentos em ordem ,porém parece que a minha mente vai entrar em colapso a qualquer momento, me levanto da cama e resolvo tomar um banho demorado e vestir-me para da uma volta no Jardim, o sol brilha forte lá fora e o dia parece perfeito, ultimamente tudo parece escuro e nublado na minha vida e talvez sair um pouco de dentro desse quarto me faça bem , desembaraço os meus cabelos e vou ao meu closed procurar algo pra vestir peguei um shorts mas não deu certo , as minhas roupas caiam bem na kassie gordinha e cheia de curvas , aquela no espelho quebrado magra e apática literalmente não era eu , acabei por pegar um vestido qualquer que ficou um pouco folgado, mas serviu, quando fui procurar o meu celular na escrivaninha acabei vendo o caderno que Fábio me deu ,Maria deve ter o guardado lá ,não sei como aquilo poderia me ajudar mas estava decidida a não deixar Roberto trancar-me em uma clínica pisiquiatrica como uma louca, folheei as páginas em branco e me encorajei a escrever, a caneta está entrelaçada a capa preta e dura das páginas enumeradas e sem nenhuma tinta manchando o papel ,comecei a manchar a página com a minha caligrafia trêmula sem saber ao certo o que iria fazer naquele momento,mas tentei ser sincera comigo mesma.
Querido diário não sei como isso vai me ajudar, mas sinto me tão vazia, tão oca por dentro como se nada fosse capaz de preencher me novamente.....
As lágrimas rompem nos olhos meus olhos manchando o papel e eu o fecho emotiva o guardando novamente na gaveta do criado mudo ao lado da cama ,eu me sinto sufocada como de não conseguisse respirar então decido sair um pouco da minha masmorra e ir em busca do ar que preciso para não sufocar, como ainda era muito cedo eu desço as escadas sem fazer qualquer barulho ,essa casa parece uma prisão e preciso me afastar para não sucumbir a loucura, pego as chaves do meu carro recém-ganhado de Roberto como presente de aniversário, seria a primeira vez que sairei nele desde que fiz a autoescola e tirei a minha carteira de motorista.
caminhei lenta e sorrateiramente até a garagem e silenciosamente peguei o meu carro saindo dali sem sequer olhar para trás, dirigi por alguns minutos me afastando de tudo aquilo e quanto mais me afastava mais viva eu me sentia ; as ruas antes silenciosas já se tornavam barulhentas e movimentadas naquela quinta feira ensolarada , dirijo por bastante tempo sem saber ao certo o rumo que estou tomando e depois de bastante tempo eu paro em um local quase deserto da praia quase vazia , calço as minhas havaianas brancas e pego a minha bolsa ,coloco os óculos de sol pois a claridade dia que raiou a pouco tempo ainda me incomoda saio sem rumo andando pela areia molhada.
O sol forte parecia queimar as minhas bochechas de tanto que ardia; fazia muitos dias que eu não tomava sol e na pressa de sair não passei protetor solar, na verdade, nem sabia o meu destino então apenas passei um batom que tinha na bolsa antes de sair da garagem de casa .
Os óculos eram de Lilith estavam em cima da mesinha de centro onde suas chaves estavam guardadas dentro de uma caixa e veio a calhar já que ela não pegou nada além da sua pequena bolsa que estava atrás da porta desde a última vez que saiu de casa e isso já fazia muito tempo.
A areia já era escaldante aquela hora da manhã e o mar parecia um pouco agitado assim como os meus pensamentos, eu o olhava impressionada como uma criança que observava o mar pela primeira vez, eu já o vira inúmeras vezes, mas hoje ela parecia me hipnotizar de uma forma irresistível me puxando para ele, o azul das águas se quebrava com a espuma branca das ondas que se desmanchavam nos meus pés frias e violentas, mas eu parecia não perceber, tudo o que eu queria era me perder naquela imensidão azul como se não houvesse amanhã.
Tranquilamente eu tirei a bolsa e me desfiz dos óculos escuros deixando junto aos meus chinelos que já estavam desprezados em um canto na areia e caminhei vagarosamente em direção ao mar hipnotizada por sua beleza como se nada mais a minha volta existisse. Fui caminhando vagarosamente em direção ao mar sentindo como se ele me chamasse cada vez mais para o seu interior,as ondas fortes tentavam me impedir me jogando para trás e depois me puxando num movimento controverso ,mas tudo o que eu queria era me perder na sua imensidão e deixar para trás tudo o que me fazia mal nesse momento,a água gelada fazia o meu corpo arrepiar, as roupas estavam coladas a minha pele mas eu não sentia frio,nada nesse momento poderia me intimidar ,as ondas fortes arrebentam e se quebram em choque com o meu corpo fraco enquanto eu continuo as enfrentando valentemente sentindo o seu gosto salgado salpicando os meus lábios, estou determinada a seguir sempre em frente até sentir um agarre forte no meu braço e alguém me puxar me fazendo virar e me deparar com um peito forte.
- Hei , hei quer morrer garota. Não pode entrar no mar revolto assim . Alguém disse puxando o meu braço e me fazendo recostar no seu peitoral enquanto segura a minha cintura fazendo as ondas unirem ainda mais os nossos corpos num encaixe perfeito como se fossem um só.
Estou trêmula e sem reação,as minhas pernas fraquejam e parece que eu vou morrer de tanto que o meu coração está acelerado, é uma sensação diferente de tudo o que eu já senti , parece que esse será o meu fim ,estou perdida nos meus pensamentos e não consigo sequer balbuciar uma palavra que seja , não tenho forças para me afastar e nem sei se eu quero sair do seu abraço.
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Atualizado até capítulo 106
Comments
🌹
Ela é uma jovem muito carente e frágil.
2024-08-04
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