Levantei com certa dificuldade hoje , Laila dormia completamente nua ,com seu corpo lindo parcialmente por cima do meu , a noite foi pequena para nós dois e o dia amanheceu perfeito para uma caminhada matinal , o sol brilhava forte e não tinha nuvens no céu , levantei- me com cuidado para não acordar a bela esparramada na cama , a noite tinha sido uma delícia, mas não posso dar atenção a Laila, ela é aquele tipo de mulher carente que gruda igual chiclete e tudo que eu não preciso é de mais problemas na minha cabeça, então é melhor vazar daqui antes que ela acorde , tomei uma ducha rápida e vesti um calção fino e uma regata branca , calcei meus tênis de corrida e peguei meus fones de ouvido , o celular , a carteira e as chaves do carro pra ir dar uma boa corrida , aproveito e já tomo um bom café da manhã pois pretendo demorar por lá tempo suficiente para que a bela adormecida acorde e vá embora seguir a sua própria vida.
Cheguei na praia e tinha pouco movimento , apesar do dia lindo o lugar estava praticamente deserto , hoje ainda é dia de semana e as pessoas acordam cedo para trabalhar e não ir a praia, parei o meu carro no estacionamento de um hotel como de costume um pouco mais distante da orla e após me aquecer fui correr ouvindo a nova play list que Juliane havia baixado pra mim, corri por alguns quilômetros já estou suado e com muita sede quando percebo que não trouxe minha garrafa de água
- merda! falo tirando os fones e indo em direção ao quiosque ali perto. Não gosto de parar até concluír a minha meta do dia ,porém com sede não dá para correr , Wilson o dono do lugar estava atendendo uma mulher com cara de nojo então me sentei mais próximo a areia e esperei ele terminar de atender a criatura .
Fiquei observando a paisagem e de onde estava sentado vi uma garota parada olhando o mar , ela parecia não perceber o perigo em ficar tão perto do mar revolto daquele jeito, as ondas arrebentavam em seus pés os lavando e cada vez mais parecia que iam leva-la para as suas profundezas , seus cabelos longos voavam com a brisa e ela parecia não estar ali , esses jovens são cada vez mais desligados e parecem viver numa realidade paralela onde não existe limites ou perigo.
_ bom dia Sr Browne, vai querer o que hoje ? Wilson perguntou tirando a minha atenção da jovem irresponsável.
- O de sempre Wilson . Respondi e voltei a olhar para garota boba dando mole para o perigo.
Ele sai e pouco depois volta com o meu cocô, coloca encima da mesa e não me distrai da visão da bonitinha parada de frente ao mar e antes mesmo de tomar minha água de côco , vi a tonta largar suas coisas na areia
_ eu não acredito que essa idiota vai entrar na água assim? Falo já me levantando num impulso e caminhando a passos largos fui até a garota e entrei na água gelada que já passava de sua cintura molhando toda sua roupa com as ondas quase a carregando para o fundo .
A puxei pelo braço e senti uma sensação estranha como se um choque elétrico invadisse meu corpo.
- Hei , hei quer morrer garota. Não pode entrar no mar revolto assim . ela se virou e fiquei perplexo , A garota mais parecia uma criança de tão magra , seus olhos fundos e com olheiras tinham uma tristeza sem fim , a pele era pálida como se não levasse sol a muito tempo mas mesmo assim algo me enfeitiçou naquela menina , um sentimento estranho se apossou de mim e quando uma onda mais forte a jogou contra meu peito eu a segurei pela cintura e a abracei encaixando os nossos corpos e naquele momento o mundo parou por alguns segundos até que senti suas lágrimas quentes ensopado minha camisa a soltei do abraço e a puxei pra fora da água, ela tremia e parecia não conseguir falar.
- Desculpas . ela balbuciou depois de alguns segundos quase sem voz.
- Não chora baby . disse segurando seu queixo e quase me perco novamente naqueles olhos cor de chocolate porém ela se soltou de mim e pegou as suas coisas no chão e eu apenas fiquei parado ali a olhando
- vamos tomar um café ? chamei a seguindo enquanto subia o calçadão e ela não disse nada apenas se sentou em uma cadeira no quiosque do Wilson parecendo meio perdida .
- qual seu nome? perguntei puxando uma cadeira para me sentar bem de frente para ela.
- kassie e o seu? respondeu meio que no automático, parecendo só agora ter percebido o perigo em que se meteu.
- Carlos.! Respondo a encarando, você não devia entrar no mar assim é muito perigoso.
- Bom !obrigado Carlos por se preocupar comigo. Eu não sei onde estava com a cabeça
- Está tudo bem agora . Digo pedindo um cardápio pro Wilson que trás imediatamente.
- Aqui está senhorita! Ele diz a entregar para ela que nem olha
- tem empada ? kassie pergunta
- tem sim moça!
- Quero uma empada de frango e um café com leite. Peço a sorrir pro homem parado a minha frente tentando esconder ou maquiar tudo o que estou sentindo nesse momento.
Carlos apenas me encara sem dizer nada
- E o senhor ? o homem pergunta como se não me conhecesse
- trás a minha água de Coco, um café preto sem açúcar e uma tapioca de carne de sol na nata
- É pra já. Diz anotando no papel e saindo apressado.
Em poucos minutos ele volta com os nossos pedidos
- Aqui está senhorita Watson.
- A sua água de Coco Carlos , a tapioca está a ser feita
kassie o olhava de maneira estranha
- nós nos conhecemos ? Ela pergunta confusa
— Apenas indiretamente, mas sou muito grato pelo que a senhorita fez pela Maia e aquelas crianças.
- E como está a Maia ? Pergunto tentando mudar o foco da situação.
— Está bem senhorita, quando volta as suas atividades?
— Eu não sei ,mas espero que em breve tudo se resolva.
— então você é assistente social ? pergunto olhando pra aquela menina a minha frente que pelo estado que estava mais parecia uma mendiga e não uma educadora.
- Estudo administração . falo e ele parece surpreso
— Não estou entendendo nada , Carlos diz olhando a tela do telefone que estava acesa.
Uma jovem vem trazer o seu café e quase quebra o maxilar de tanto sorrir para Carlos que continua a digitar algo no celular e não sei porque isso me irrita.
— Então? Ele diz a dar um longo gole no seu café preto .
- Sou voluntária num projeto social, dou aulas de inglês e espanhol para crianças de uma comunidade
- Ah nossa! Você é mesmo uma caixinha de surpresas. só um minuto! Ele diz a atender o telefone que não parava de tocar
- Porra Juliane! o que foi agora ? ele grita bravo se levantando e se afastando pra brigar com a mulher do outro lado da linha.
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Atualizado até capítulo 106
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