Alguém batia na porta trancada com a chave, eu não queria ser incomodada por ninguém,mas alguém batia insistentemente quebrando o meu silêncio, então abri os olhos devagar ,eu estava a sonhar ou aquela conversa realmente aconteceu? a minha a sanidade esta em xeque e eu acho que realmente enlouqueci de vez.
toc toc a pessoa insistiu
eu me sento na cama com um certo esforço e observo o quarto, me sinto confusa e perdida mergulhada nos meus próprios pensamentos então observo a janela aberta de onde entrava muita claridade no quarto, levanto-me e cambaleio até a varanda onde o sol brilhava forte , o céu estava de um azul perfeito sem sequer uma nuvem , o ar pareceu mais leve e eu o puxei para os pulmões com força ,respirando profundamente como se fosse algo tão fora do comum que precisasse ser apreciado, de repente uma borboleta posou em minha mão e não era qualquer borboleta, era uma borboleta azul,as preferidas da Anne aquilo só podia ser um sinal divino.
Eu estava tão entretida naquilo que até me esqueci que alguém batia a porta.
- kassie abre essa porta AGORA ! Roberto rosnou do corredor já muito irritado
- já vou ! eu gritei também irritada.
O mal humor estava impregnado naquela família, Roberto estava a beira de um surto pisicotico e não estava dando conta de tanta pressão , enquanto kassie definhava em seu quarto, Marina o pressionava pra assumirpsiquiátricade pai e a internar em uma clínica pisiquiatrica e Lilith concordava com a mãe , aliás ela mesma tinha sugerido a idéia, Roberto não concordava, mas a cada dia se tornava mais difícil o convívio com kassie e ele não achava outra solução,sabia que a filha precisava de ajuda mas não sabia como fazer isso.
Quando finalmente eu abri a porta Roberto entrou com uma bandeja de café da manhã, olhou em volta e percebeu a janela aberta, imediatamente um sorriso se abriu em seus lábios finos, Roberto era um homem bonito, os seus olhos azuis e cabelos negros que agora eram grisalhos lhe davam um charme especial embora omisso nesses últimos três anos em que kassie foi obrigada a viver naquela casa ele nunca a tratou mal , nem sequer ergueu a voz pra ela , mas sua presença o incomodava de uma forma de kassie não sabia explicar , ele a evitava de todas as formas possíveis , ela não entendia , se ele não gostava dela, porque fazer questão que ela vivesse sobre o mesmo teto que aquelas duas cobras.
Seria tão mais simples se ele a tivesse deixado seguir a sua vida em Pelenque , isso os pouparia de tantos aborrecimentos.
- kassie minha filha! Roberto pigarreia a tirando de seus pensamentos
- Estou ouvindo Roberto
- Por quê você não sai um pouco desse quarto? toma um banho e vai passear no Jardim, o dia está tão bonito.
- Talvez mais tarde Roberto. kassie respondeu tentando ser gentil , não queria deixar transparecer a raiva que sentia nesse momento, faria de tudo pra não ser mandada a um manicômio mesmo que isso significasse mentir e fingir que estava tudo bem.
- se me der licença , preciso de um banho
- claro querida ! vou estar no escritório caso precise de alguma coisa.
kassie forçou um sorriso e fechou a porta assim que ele saiu .Eu aprendi muito bem a mentir e maquiar os meus sentimentos desde que cheguei aqui , agora preciso de um banho pra esfriar a cabeça, me sinto exausta e com uma enxaqueca pesada que tem me acompanhado a dias a fio.
Após longos minutos embaixo da água quente e abundante do chuveiro eu lavo os meus longos cabelos avermelhados que estavam secos e quebradiços com tanto nó que levou quase meia hora só para desembaraçar , depois que enxaguei o condicionador resolvi secar com o secador , os meus cachos que antes eram sedosos e macios agora mais parecem bagaço de laranja de tão danificados que estão, sentada em minha penteadeira encaro longamente o espelho , custando a aceitar a minha imagem, os meus olhos estão fundos e arroxeados de tantas olheiras, a pele branca e amarelada, e sua boca rachada de tão desidratada, sua aparência era horrível, era óbvio que perdera muito peso naqueles dias, a magreza ficou ainda mais aparente quando retirei a toalha que cobria o meu corpo nu , me espanto ao me ver refletida no espelho , ao longo desses sessenta dias mal me alimentei e agora a resposta estava refletida no espelho, porém estava tão consumida pela dor que não sentia fome e agora ao me ver no espelho não me reconheço ,claramente aquele era apenas um borrão de si mesma , o choque foi tão grande que não me contive e atirei a escova de cabelo no espelho que se partiu em três, as lágrimas e a fúria tomaram conta de meu corpo , eu não suportava me ver naquele estado deplorável agora não só o meu psicológico estava detonado como também a minha aparência está deplorável,parece que eu realmente morri porque é como eu me sinto por dentro e o meu corpo reflete por fora esse meu estado de espírito nada agradável.
Fecho os olhos e tento me lembrar de como eu era antes de tudo isso me acontecer , o meu sorriso alegre e boa aparência parece terem me abandonado e o que sobrou foi apenas cacos e lapsos de memórias de quando eu era feliz e nem sabia.
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Atualizado até capítulo 106
Comments
Erlete Rodrigues
trata dessa depressão menina senão eles vão te internar
2024-12-20
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