Dando A Volta Por Cima Kassie E Carlos
Me chamo kassie Oliveira Watson , tenho 18 anos recém completos , tenho sessenta e oito quilos distribuídos em um metro e sessenta e nove de altura , não sou muito alta , me considero baixinha mesmo, a minha mãe morreu durante o meu parto e fui criada por minha avó materna Joana em Pelenque , no México de onde a minha mãe fazia parte de uma influente família dona de terras e uma fábrica de chocolates mundialmente conhecida , mas quando a vovó morreu fui obrigada por meu pai biológico o Roberto a vir viver no Brasil , com ele e a sua terrível esposa e filha que mais parecem as bruxas malvadas de um contos de fada , ainda bem que nessa casa tenho a Maria .
Maria é a empregada mais antiga da casa , ela é uma senhora gorducha e baixinha que tem gosto de avó, cozinheira de mão cheia, me acolheu muito bem desde que eu cheguei , nos duas somos muito amigas e ela até me ensinou a cozinhar , quando estou em casa passo a maior parte do tempo com Maria , me divirto muito com suas histórias, com seu jeito dócil ela cativa todos e aqui nessa família é a mais respeitada por todos até o Roberto acata as ordens da Maria.
Desde cedo estudei línguas, sou fluente no Português, Espanhol , Italiano e Inglês ,viajava muito com minha avó na infância ,por isso tive que estudar bastante pra ser uma fluente poliglota , tenho um projeto social onde ensino Inglês e Espanhol em uma comunidade carente na paroquia do meu amigo Fábio ( surtem aí,) apesar de ser um baita de um gostoso , Fábio é padre e muito ativo em sua região Jabaquara , ele atua principalmente na comunidade da Babilônia onde fica sua igreja e também a sede de seu projeto social . Esse projeto é uma espécie de terapia para mim pois me ajudou muito a vencer as dificuldades que tenho enfrentado desde que vim morar no Brasil.
Estudo administração na UNESP , estou no quarto período e só poderei assumir os meus negócios,herdados da minha avó e herança de família quando estiver formada.
A minha avó sempre se preocupou com o meu futuro por isso sempre me deu a melhor educação que o dinheiro poderia comprar . Quando vivíamos em Pelenque tinha professores particulares que me davam educação em casa ( sim a vovó era super protetora ) e cuidava de todos os detalhes da minha vida e acho que isso é o que mais me faz falta , vivi quase a vida toda sob as asas de Joana e me senti sem chão quando a perdi. Flashes daquele dia invade a minha mente
Acordei assustada no meio da noite e desci pra beber água, a luz da cozinha está fraca e a noite escura ,tinha chovido muito aquela noite e raios e trovões cortavam o céu me deixando apavorada , era mês de julho e as tempestades de inverno eram constantes ,me estiquei pra pegar um copo no armário e o encho com água da torneira mesmo , engoli rápido e deixei o copo na pia mesmo , subi as escadas correndo como se fugisse do escuro e fui direto pro quarto da vovó, eu sempre dormia lá quando tinha medo e as temporadas de chuva sempre me causavam pânico, pulei na cama me enfiando embaixo das cobertas, mas vovó não está lá , levantei-me devagar e fui ao banheiro a sua procura, porém ela também não estava lá .
Não pude acreditar que ela ainda trabalhava no escritório aquela hora da madrugada então sai pelo corredor indo até o seu escritório furiosa, não importava ser a minha avó, mas dona Joana iria escutar uns bons batidos, ela não andava bem ultimamente e deveria está de repouso, porém era uma velha teimosa e mandona e não parava de trabalhar mesmo que escondida durante a madrugada e isso me tirava do sério, quando abri a porta quase cai para trás, vovó estava caída no chão, corri até ela gritando por Rosa, chequei o seu pulso e não senti nada, comecei a gritar desesperada e logo Rosa apareceu na soleira da porta escancarada
- Meu Deus! o que aconteceu minha filha?
Eu tentava falar, mas a voz não saia, logo apareceu José que pegou o telefone e chamou o médico da família, António apareceu logo depois e tirou-me de perto da vovó me abraçando e eu só consegui balbuciar que ela estava morta.
Aquela cena atingiu-me de forma tão violenta que apenas acordei no meu quarto com o médico colocando algo com um cheiro forte no meu nariz.
-Diga que foi um pesadelo Dr Herrera? eu imploro me acorde desse sonho ruim .falo chorando
— infelizmente não é um pesadelo minha filha! não a nada que possa ser feito , sua avó partiu para o descanso eterno.
Eu gritei sem som, o meu peito doía, como doía a perder alguém que amamos.
Volto a realidade com Maria entrando no quarto sem bater, eu achei que a porta estivesse trancada mas pelo visto não está
- Trouxe a sua janta , meu tesouro.
- Não estou com fome Maria.
- mas vai comer, fiz um escondidinho de macaxeira e carne de sol pra você.
- deixa aí, mais tarde se der vontade eu como.
- Não , come logo , só vou sair quando comer.
- você está a ficar muito abusada sabia?
- eu não, você que está com um mau humor dos infernos. Deve ser falta de sexo
- Me respeita Maria. Digo brava
- E o que falei demais, tem meses que tá aí trancada se acabando, devia era ir aproveitar a vida, ah se eu ainda fosse jovem e tivesse essa carinha de anjo.
- você está é muito assanhada isso sim. Falo contendo o riso! Acabei pode sair digo afastando a bandeja com a comida quase intocada .
Maria me da um beijo e sai satisfeita, ainda bem que pelo menos tenho a Maria pra me animar.
Depois desse dia tudo mudou na minha vida,nada mais séria como antes e tudo o que eu queria era que essa dor sumisse do meu peito.
-Kassie acorda! Ouço uma voz suave a me chamar ,porém eu não preciso de ninguém me enchendo o saco a essa hora,já deve ser de manhã pois sol queima a minha pele pálida e sem cor a fazendo arder como se eu fosse um hemofílico sensível a luz do sol.
-Quem abriu essa janela ? Fecha isso!me deixa em paz. Grito em vão , pois o sol já entrava pela cortina iluminando o quarto com o seu filho que quase me deixava cega, me acostumei ao escuro e agora a minha cabeça doí tanto que mal consigo me manter de olhos abertos.
- Sai daqui ! não quero ver ninguém , custa me deixarem em paz. Digo cobrindo minha cabeça com os lençóis amarrotados que não são trocados a dias ,estou numa deprê pesada e me recuso a sair da cama ou a ver um ser vivo que seja.
Esses últimos dois meses tem sido os piores da minha vida, eu nunca quis tanto morrer como eu quero agora,minha vida não tem sentido e tudo o que eu mais amava eu já perdi.
A minha vontade era correr até a janela aberta e me jogar dela , acabar com toda essa dor que está esmagando o meu peito, no entanto a queda do segundo andar da casa não me mataria , apenas deixaria meu corpo fraco e debilitado mais machucado que já está porque a minha alma parece não mais existir e também sou extremamente contra o suicídio, fui criada em um lar cristão e com o preceito que apenas Deus tem o direito de dar a vida e somente ele pode tirar a vida, e nesse momento eu me questiono porque de tanto sofrimento? aliás eu devo ter muitos pecados a pagar já que nem mesmo a morte me quer.
Eu sempre tentei ser uma boa pessoa , nunca destravei ninguém e sempre fiz tudo o que estava ao meu alcance para ajudar os mais necessitados, porém a vida insisti em me tirar tudo que eu amo como se eu não fosse boa o bastante para ser feliz.
- para com isso kassie ! Você não pode se auto flagelar dessa maneira. a voz insiste e por um momento me vem à mente a Anne
- há Anne como eu eu sinto sua falta! murmuro quase chorando
- kassie não faz isso consigo mesma! você sabe que eu te amo como uma irmã e não vou deixar que te façam mal algum.
-Ah Anne! eu só queria ter morrido junto com você naquele acidente.Porquê você tinha que ser tão teimosa? eu te disse pra não vir com aquele temporal ameaçando desabar a qualquer momento.
Anne era a minha melhor amiga , nos conheciamos desde a primeira infância e sua mãe Rose e seu irmão Ângelo era a referência de família que eu tinha na minha mente , eu sempre quis ser como eles e quando a minha avó materna Joana morreu eu era apenas uma adolescente de 15 anos e vi o meu mundo desmoronar quando foi obrigada por seu pai Roberto a vir morar com ele e sua mulher Marina no Brasil e pra completar ainda tinha Lilith , a minha meia- irmã fruto do casamento deles dois e que me infernizava constantemente ,foi eles que me apoiaram e eu só não morri porque tinha Anne ao meu lado.
Lilith claramente me odiava , ela era a princesinha da família , acostumada a ter tudo e não dividir nada ,ela era apenas um ano mais nova que eu porém agia como se fosse uma verdadeira rainha e eramos totalmente opostas uma da outra. Eu fui criada por minha avó e tinha recebido os seus ensinamentos enquanto lilith era apenas uma garota vazia com um rosto de anjo. Nem na aparência nós duas parecíamos irmãs pois eu sou morena clara , tenho enormes olhos castanhos escuros e meus cabelos cheios e volumosos são castanhos claros quase avermelhados e um corpo curvelineo , ao contrario de lilith que tinha um corpo magro e esguio eu sempre fui cheia de curvas os meus seios fartos e uma cintura fina da ainda mais destaque a sua bunda redonda , estou dentro dos padrões de uma mulher mexicana apesar de ser constantemente chamada de gorda por minha irmã e madrasta eu não tenho problemas com meu corpo ou não tinha já que agora estou extremamente magra e desnutrida.
o meu jeito doce é cativante , eu sempre tentei ser simpática e educada com todos a minha volta apesar de quem me conhecer saber que por traz daquele mel tem uma abelha feroz , pronta pra picar quem não me respeitasse.
Enquanto eu estava aqui as brigas eram constantes na casa dos wotsons, eu e Lilith não nos entendemos e Roberto ,o homem que deveria me cuidar e proteger,raramente tomava partido enquanto Marina sempre defendia a sua cria com umas e dentes e na maioria das vezes quando Roberto não estava em casa me agredia verbalmente e me expulsava da sua casa quase todos os dias , porém na frente do marido era um anjo de candura já quê mãe e filha não passam de duas dissimuladas e constantemente pagam de boas pessoas para o trouxa inútil que se diz ser o meu pai.
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Atualizado até capítulo 106
Comments
Lívia Maria Esf
Que horror!!
2024-09-02
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