Capítulo 10

Mais uma noite em claro. Tudo que aconteceu, tudo que disse ao Diogo durante o jantar, ecoavam na minha cabeça sem parar. A enxaqueca tomou conta de mim, não conseguia nem abrir os olhos direito. Liguei para a clínica e avisei que cancelasse minha agenda, não estava me sentindo bem.

Tomei um banho e sai, o Diogo não estava mais em casa. Peguei o carro e fui parar na praia,precisava ficar sozinha, precisava pensar e decidir o que faria da minha vida. A pouco mais de um mês, tudo que tinha planejado,tudo que tínhamos vivido,tinha sido destruído.

Passei umas duas horas ali olhando o mar e pensando ,levantei e andei de volta para o carro,estava decidida. Peguei o celular e liguei para o Diogo que atendeu imediatamente.

📳 Celina - Você pode me encontrar naquele restaurante de sempre?

📳Diogo - Chego em trinta minutos!

Segui com o carro , quando cheguei ele já estava lá. Todos no restaurante nos conheciam ,fui levada até a mesa onde ele estava.

Celina - Não vou demorar muito Diogo, só vim para lhe dizer que acabou. Definitivamente,não consigo mais viver com você.

Diogo - Lina, por favor, não faz isso! Eu te amo!

Celina - Seu amor é fraco, na primeira dúvida ,me amar não foi suficiente para você. Eu sinto muito Diogo,mas eu sempre lhe disse que não conseguiria perdoar uma traição.

Diogo - Lina, são quinze anos juntos, passamos por tanta coisa ...

Celina - Você deveria ter pensado nisso antes de me trair. De se envolver com uma qualquer.

Diogo - Me perdoa Lina, por favor me perdoa. Eu errei,não tenho como voltar atrás, mas eu te amo. Não sei viver sem você!

Celina - Sugiro que você aprenda, porque nosso casamento acabou!

Levantei e sai andando de volta para o carro. Se quer olhei para trás, meu coração estava dilacerado. Chorei todo o caminho de volta para casa, arrumei alguns pertences em uma mala e voltei para o carro. Fui para um hotel, não conseguia ficar ali naquela casa que tinha sido nosso sonho,tudo ali me lembrava o Diogo, tudo ali me lembrava nós dois.

O Diogo me ligou inúmeras vezes, não atendi nenhuma delas,lhe mandei uma mensagem lhe pedindo que não me ligasse, eu precisava ficar sozinha, eu precisava ficar longe dele.

💭Celina - Meu Deus, me ajuda, está doendo tanto. Tudo que quero agora, é não sentir mais nada!

Dormir depois de tomar um calmante, acordei só dia seguinte. Liguei para a Dani, precisava conversar.

Dani - Amiga, acabou mesmo?

Celina - Sim amiga, acabou! Eu não consigo nem olhar para o Diogo.

Dani - Você não acha que está de precipitando, Lina?

Celina - Eu não sei de mais nada, Dani. Eu só quero sumir.

Dani - Eu imagino e te entendo. Mas você passou um mês fora, adiantou? Você voltou e o problema continuava aqui,não foi?

Celina - Sim, eu sei que não adianta. Aí Dani, porque ele fez isso comigo?

Dani - Eu ainda custo a acreditar que o Diogo fez isso. Mas amiga, ele é um ser humano,como outro qualquer. Nós erramos,todos nós.

Celina - Eu sei,mas não consigo. Dói demais, só em olhar para ele. Imaginar ele com outra, me machuca tanto.

Dani - Ow meu amor, eu queria muito poder tirar essa sua dor.

A Dani me abraçou e nós ficamos ali por horas,em silêncio. Sai de lá renovada, a Dani tinha razão, eu não podia simplesmente fugir. Minha vida era ali, eu não tinha planos nenhum de me mudar, de deixar minhas conquistas para trás.

Celina - É hora de um recomeço, Celina!

Cheguei em casa e liguei o notebook,resolvi que era hora de realizar um antigo sonho adormecido. Eu teria a minha própria clínica odontológica. Tinha uma poupança que minha mãe deixou para mim,nunca tive coragem de mexer naquele dinheiro. Mas agora era a hora, eu precisava de um motivo,de um incentivo para levantar motivada todas as manhãs. Sentia como se toda minha vida tivesse sido focada no Diogo, eu deixei a minha felicidade nas mãos de outra pessoa, de uma pessoa que na primeira oportunidade que teve,não pensou em mim, só pensou nele. Então era hora de tomar o controle da minha vida novamente.

Fiquei até quase meia noite ali, planejando,anotando, pesquisando locais, móveis,tudo que precisaria. O dinheiro da poupança não daria para tudo, então decidir vender o meu carro e comprar um mais simples, com impostos e seguro mais em conta. Eu precisaria trabalhar ainda em uma das clínicas que eu trabalhava, a dona era uma antiga professora da faculdade e eu tinha certeza que ela me ajudaria a reorganizar meus horários em prol daquele sonho, afinal ela sempre me incentivou com aquilo.

Celina - Pronto, agora é mão na massa dona Celina. Vida nova, é você por você!

E depois de muitos dias sem conseguir dormir direito, naquela noite eu dormir tranquilamente.

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