Capítulo 18

Sentado na sua mesa de trabalho, Diogo tentava se concentrar no trabalho. Em frente ao computador ele balançava a cabeça e apertava os olhos,como se tentasse forçar um foco, que ele já não tinha mais , a algum tempo. Já passava do horário do final do expediente.

Diogo - Droga, mais um dia improdutivo! Todo trabalho atrasado, prazo apertado e eu aqui, sem conseguir fazer nada, só pensando na dor que causei a Celina.

Ele decidiu que não conseguiria fazer mais nada ali,mesmo que virasse a noite. Desligou o computador ,arrumou seus pertences pessoais,apagou a luz e saiu em direção ao estacionamento,onde seu carro estava.

Distraído, ele não notou que havia alguém no carro ao lado,lhe observando. E assim que ele se aproximou, se surpreendeu negativamente, ao vê quem era .

Diogo - Era só o que me faltava!

Ele se apressou para entrar logo no carro, mas a chave caiu e quicou para perto da pessoa, que se abaixou rapidamente e tomou a chave para si.

Diogo - Você pode me devolver a minha chave, Marina?!

Sim, era ela. A mulher com quem Diogo traiu sua amada esposa.

Marina - Nossa, é assim que você me recebe? Você já foi mais carinhoso.

Diogo - Não começa, já pedi que se afaste de mim, nós não temos nada. Na verdade hoje eu sei, que nós nunca tivemos. Tudo não passou de uma grande confusão minha, uma confusão que custou a minha vida, a minha paz, a minha felicidade.

Marina - Agora é assim? Nós não tivemos nada? Na minha casa,naquele dia, nossa transa ...

Diogo - É sério que você quer chamar aquilo de transa?

Marina - E não foi? Eu me lembro muito bem.

Diogo - Você lembra bem mesmo? Você lembra que eu não passei dez minutos na sua casa?

Marina - Dez minutos maravilhosos...

Diogo - Faça - me o favor! Não vem com essa. Eu não consegui ir até o final com você, e pela primeira vez na minha vida, eu brochei.

Marina - Isso é normal, acontece,você estava com muito desejo, me queria, queria aquela mulher gostosa, diferente daquela sem graça da sua ex.

Ao ouvir Marina falar daquele jeito de Celina, Diogo a segurou pelo braço, sem fazer muita força,não fazia o feitio dele machucar ninguém,ainda mais uma mulher.

Diogo - Não usa essa sua boca suja para falar da minha mulher, nem eu ,nem você ,temos moral para pronunciar o nome dela. Eu não consegui seguir com aquela merda, porque eu voltei a mim e lembrei da única mulher com quem o sexo pra mim, é perfeito. Eu lembrei da mulher que era a minha parceira de quase quinze anos, da mulher que era e sempre será a mulher da minha vida. Uma mulher de caráter, uma mulher que você nem se nascer de novo, conseguirá ser!

Marina puxou o braço com força e apontou o dedo no rosto de Diogo. Ele conseguiu ver o ódio em seus olhos.

Marina - Você está dizendo o que? Que o problema de você ser um brocha, fui eu? Hahaha. Nenhum homem, nenhum Diogo,nunca negou fogo comigo. O problema é você, seu frouxo. Não sei como eu pude perder meu tempo com você.

Diogo - Ache o que você quiser , Marina. Eu não me importo. Eu sei o que sinto, sei o que sempre senti. Eu confesso, me iludi com você. Nossas conversas eram muito boas, falávamos sobre o trabalho, vi em você uma amiga inicialmente. Nunca tinha pensado em você diferente disso, até aquela maldita carona,onde eu fui fraco e acabei indo parar na sua casa. Imediatamente eu me arrependi,mas né vi confuso, sem entender o porquê eu me senti atraído por outra mulher. Nos afastamos por meses,mas acabamos voltando a nos falar por rede social e a minha confusão voltou. Mas nunca,nunca passou pela minha cabeça deixar a minha mulher,eu sempre tive certeza de que eu a amava, eu só não sabia o que eu estava sentindo por você. Eu posso ter tido uma paixão relâmpago, busquei em você algo que eu não via na minha esposa a muito tempo, disposição, entusiasmo nas conversas,fui um covarde. Eu deveria ter conversado com a Celina quando começamos a nos afastar, mas fiz o que ela sempre me disse para não fazer, me afastei e deixei nas mãos do tempo resolver. Mas o tempo não resolve tudo, e eu acabei desgraçando a minha vida por completo.

Marina ouvia aquilo tudo cheia de ódio dentro de si. Em sua cabeça, Diogo deixaria Celina e ficaria com ela. Ela o queria, ela queria aquela vida que Celina tinha com ele. Desde que o conheceu, ela vivia fuçando suas redes sociais. Se o afinava ali,no lugar de Celina, feliz ao lado daquele homem. E foi com essa intenção que ela se aproximou dele e armou para ficar sozinha com ele. E para sua sorte, naquele fatídico dia, Diogo tinha tido uma discussão com Celina, aquela semana na verdade tinha sido bem complicada. O casamento estava em crise, eles mal se viam, os dois trabalhando muito em prol do sonho da casa, tudo contribuiu para que os hormônios o dominassem e ele fizessem a pior besteira que fez em toda sua vida.

Diogo - Por favor , Marina, me deixe em paz. Segue com a sua vida ...

Marina - Você acha que sou uma qualquer? Que vc usa e depois descarta assim?

Diogo - Se ouve, Marina! Aconteceu apenas uma vez, e nem fomos até o fim. O meu erro foi ter voltado a me aproximar de você,mesmo que não pessoalmente,acabei ficando confuso novamente.

Marina - Você vai ser meu, Diogo. Você quer ser meu, você só não está pensando direito.

Ela tentou beija-lo, mas ele se esquivou e se afastou.

Diogo - Para com isso, eu não quero nada com você,nada!

Diogo puxou a chave do carro das mãos de Marina e destravou entrando e se sentando atrás do volante.

Marina - Isso ainda não acabou Diogo, escuta bem, você não vai me descartar assim, não vai!

Diogo arrastou com o carro,deixando uma mulher enfurecida para trás. Marina não aceitava que havia perdido aquela batalha, mas estava pronta para a guerra.

Marina - Se você não for meu, dela você também não será nunca mais. Se prepara Diogo, seu inferno de verdade, começa agora!

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