No dia seguinte voltei para casa, Diogo não estava lá. Olhei em seu closet, ele tinha tirado algumas roupas,mas havia muita coisa dele ali ainda. Por toda a casa, fotos nossas, desde a época do namoro até os dias atuais. Apesar da casa ser nova, de estarmos morando ali a pouco tempo, tudo ali contava a história daquela quinze anos que vivemos juntos. Eu ainda não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Não tive coragem de contar para muitas pessoas o que ele tinha me feito, parecia que se mais pessoas soubessem, mais real ficaria. Bloqueie o número dele no meu celular, pedi ,através do Pedro nosso amigo e marido da Dani, que ele não me procurasse. Eu não queria vê-lo,não queria ouvir sua voz, não queria sentir seu cheiro.
Pensando nisso, tranquei aquele quarto que era nosso, peguei minhas roupas e produtos de uso pessoal, e me mudei para o quarto de hóspedes que ficava no andar debaixo. Duarte aquela semana, fui criando forças para tirar do meu campo de visão as fotografias, e objetos pessoais que ele havia deixado pela casa. Mas não adiantava, a dor ainda me consumia, eu precisava sair dali.
Celina - Amiga, preciso de um tempo longe disso tudo. Vou tirar um mês de férias, preciso ficar longe.
Dani - Você tem certeza que ficar sozinha vai ser melhor amiga?
Celina - Não sei, mas é o que sinto agora.
Dani - O Diogo, está arrasado. Ele está no antigo apartamento de vocês, o Pedro falou que ele já até emagreceu.
Celina - Ele só está arcando com as consequências do que ele fez. E eu? Eu estou aqui arcando com as consequências de algo que não fiz.
Dani - Olha amiga, eu ainda acho cedo para você determinar assim o futuro de vocês. Mas te entendo, e te apoio. Eu amo vocês dois, mas estou do seu lado para o que você decidir.
Dois depois eu embarquei para São Paulo,para a casa de uma prima. A família, amigos, não entenderam muito bem o porquê de uma viagem sem o Diogo já que nós nunca viajamos sozinhos desde que nos conhecemos. Falei que estava viajando a trabalho, não queria dar satisfação a ninguém ,não queria ter que explicar nada a ninguém.
O Diogo também deu uma desculpa para está no apartamento, disse que houve um vazamento e precisava consertar. Como ele não queria ficar lá dentro com obra e eu estava viajando,ele resolveu ir para o apartamento até tudo ser resolvido. Nenhum dos dois queria falar naquilo.
Passei um mês fora, não permitir queno Diogo chegasse até mim de nenhuma forma. Desativei minhas redes sociais, não atendi as inúmeras ligações e mensagens que ele mandou para a minha prima. Depois de uns dias ela já nem me passava mais os recados. Os primeiros dias foram difíceis, sentia muito a falta dele, e ficava com mais raiva ainda. Na minha cabeça eu não deveria sentir falta de alguém que tinha feito aquilo comigo. No decorrer dos dias, as coisas foram se acalmando dentro de mim. Estava fazendo terapia online, com a psicóloga que já me acompanhava antes e em uma de nossas conversas ela me disse.
Psicóloga - Eu sei que está doendo, que você está sofrendo. Mas se pergunte: Se separar do Diogo, vai te fazer mais mal ou bem?
Aquela perguntava ecoava na minha cabeça. Mesmo odiando o Diogo pelo que ele tinha me feito, eu não parava de pensar em tudo de bom que vivemos. Em todo apoio que ele me deu nos momentos mais difíceis da minha vida, no seu beijo, seu cheiro,seu sorriso lindo.
Mas aí eu lembrava de tudo que aconteceu, da mensagem,de tudo. E a raiva me consumia, o ódio, um sentimento de vingança,eu queria que ele sofresse, assim como eu estava sofrendo. E depois que e me acalmava, me sentia culpada, por desejar o mal de alguém que eu tanto amava.
Voltei para casa ao final dos trinta dias. Primeira coisa que fiz foi procurar o padre que havia celebrado o nosso casamento, ele era nosso amigo. Diogo já havia conversado com ele z então ele já estava ciente do que tinha acontecido.
Padre - Minha filha, você não pode desisti da sua família assim. Você ama o Diogo?
Celina - Eu odeio o Diogo, padre!
Padre - Celina, você não precisa mentir para mim. Eu sei que você está magoada, queno Diogo lhe feriu de morrer. Mas você não odeia esse homem. Você o ama, Celina. É por isso que você está sofrendo tanto. Se você odiasse o Diogo,como está me dizendo, você estaria bem, e não aqui chorando .
Ele tinha razão, toda aquela dor que eu sentia, era por amar demais o Diogo.
Celina - Eu não onsigo perdoa-lo ,padre. Só de falar o nome dele, eu já sinto a raiva tomar conta de mim. Queria morrer!
Padre - Não fale isso, você não quer e nem vai morrer pelo que aconteceu. O que você precisa, é de sabedoria para seguir adiante. Peça sabedoria a Deus Celina, ele te dará uma luz do que fazer daqui em diante.
Nos despedimos,voltei para casa e quando abri o portão da garagem para entrar, lá estava o carro do Diogo. Ele estava sentado na grama, olhando para o nada. Quando me viu levantou rápido, ficou parado me olhando. Desci do carro e parei em sua frente,não consegui falar nada, as lágrimas escorriam do meu rosto sem controle. Instintivamente, o Diogo me abraçou,como sempre fez quando eu precisava do apoio dele, não tive reação a não ser abraça-lo de volta. Chorei copiosamente, enquanto silenciosamente ele me acalentava naquele abraço.
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Atualizado até capítulo 100
Comments
marcia silva
vai levar chifre vdd novo pq quem trai uma vez trai sempre
2024-02-03
6
Shirlei
Quando perde a confiança; não tem mais jeito…
2023-12-28
0
Lice Otto
Perder a confiança é igual papel rasurado ou amassado: por mais que se tente não volta ao q era antes; sempre terá a cicatriz. Basta saber se ela será o mote do futuro.
2023-09-30
0