Diogo estava escondido atrás de uma pilastra próximo à clínica odontológica de Celina, sua ex mulher. Ela sabia,por meio de seus amigos,que a inauguração seria naquele dia. Pensou mil vezes nas consequências de aparecer ali de surpresa,ele queria muito estar ali do lado dela, mas sabia que sua presença não seria bem vinda. E ele não queria estragar aquele dia tão especial para sua amada.
Enquanto observava a inauguração, uma dor persistente atormentava seu peito. Ele havia traído Celina quando estavam casados, um erro que agora parecia imperdoável. Hoje, estava ali como um espectador invisível, enfrentando as consequências de seu próprio egoísmo. Ele não se conformava, em não poder está ali, ao lado dela.
Ele havia mandado entregar o buquê de lírios, sua flor preferida. A observou receber,ali ainda parada na porta da clínica. Sentiu medo, achou que ela jogaria imediatamente no lixo quando visse as flores. Mas a viu com um leve sorriso nos olhos, e aquilo o fez sorrir por um momento também.
Diogo - Ela sorrio, ela sorrio! Será que devo ir até lá Ao menos para lhe desejar felicidades? Não,melhor não. Eu não posso correr o risco de estragar esse dia tão especial para ela. Eu já estraguei tanta coisa
O clima estava fresco e os sorrisos abundavam naquela noite, mas para Diogo, tudo parecia sombrio, triste, doloroso. Ele assistia à mulher que um dia o amou discursar com paixão sobre sua jornada na odontologia, sobre sua clínica de sucesso, sem saber que ele estava a poucos metros dali, cheio de remorso e tristeza.
Enquanto Celina falava, seu rosto se iluminava pelo entusiasmo, ela falava com tanta paixão,que puxava a total atenção de todos para si.Diogo a admirava ,mas se lembrava do dia em que a havia traído. Ele pensava em como havia quebrado a confiança dela e destruído a felicidade que tinham compartilhado por tantos anos. Sentia o peso da culpa esmagá-lo, como se uma âncora tivesse sido amarrada ao seu coração. Lágrimas escorriam em seus olhos, sem que ele conseguisse controlar. A dor o consumia, ele não conseguia entender como tinha tido a coragem de ferir tão dolorosamente aquela mulher, a mulher que ele genuinamente amava como todo seu coração,com todo o seu ser.
Os convidados aplaudiam e elogiavam Celina, e Diogo queria gritar que ela merecia todo aquele sucesso, que era uma pessoa incrível. Ele queria pedir perdão novamente para ela, ali na frente de todas aquelas pessoas, ajoelhado se fosse preciso, mas sabia que isso não apagaria seu passado destrutivo e acabaria por estragar aquele momento tão feliz na vida de sua amada. Ele precisava colocar Celina em primeiro lugar, abafar sua dor e suas vontades, em prol da felicidade daquela que ele havia machucado tanto, daquela mulher que havia suportado tanto por ele, daquela mulher que ele jamais deveria ter machucado.Ele desejava voltar no tempo e apagar a dor que havia causado nela, mas tudo o que podia fazer agora era assistir à mulher quebrada se erguer lindamente das cinzas. E aquilo para ele era fantástico. Celina tinha aquele poder,o poder se se reerguer. Ele já tinha visto aquilo tantas vezes, mesmo destruída por tantas dores,ela tinha a força de se reinventar,se reestruturar e fazer de tudo para não ficar lá,no fundo do poço. Ele não conseguia mulher mais forte que aquela. Celina era meiga, chorona, sensível e ao mesmo tempo forte, batalhadora, um furacão de mulher. Nela existia milhares de fases,inclusive quando a conheceu ele a entitulou assim: "Minha mulher de fases".
Diogo - Você merece o mundo, Lina! Estou tão orgulhoso de você, como eu queria poder te abraçar agora. Sinto tanto sua falta, meu amor!
E ele sentia mesmo! Todos os dias ele chorava e lamentava ter perdido aquela mulher. Ele não se conformava,não entendia o que tinha feito. Como ele tinha sido tão burro a ponto de arriscar seu casamento daquela maneira? Era o que ele se perguntava diariamente.
Conforme a cerimônia se aproximava do fim, Diogo sabia que era hora de partir. Ele não podia mais suportar a visão da mulher que ainda amava, brilhando sem ele em sua vida. Não porque ele queria ver Celina triste e deitada em uma cama. Pelo contrário,ele queria mesmo vê-la feliz novamente. Mas ele queria que fosse com ele, que aquele sorriso fosse para ele, que aquele olhar brilhante e sonhador,fosse compartilhado com ele. Ele não a culpava, ele sabia que estava apenas colhendo o que tinha plantado. Ele merecia passar por tudo aquilo, ele precisava passar por tudo aquilo.
Lentamente, ele se afastou e voltou para a escuridão de sua própria existência. Uma escuridão tenebrosa, vazia, angustiante.
Enquanto se afastava, Diogo prometeu a si mesmo que faria o possível para consertar seus erros, para encontrar uma maneira de se redimir perante sua amada Celina. Ele sabia que, mesmo que não fossem mais marido e mulher, ele tinha a responsabilidade de ser um homem melhor, de aprender com seus arrependimentos e, talvez, um dia, merecer o perdão que tanto sonhava, dela. Por enquanto, ele deixaria Celina brilhar na luz que merecia, enquanto ele continuaria sua jornada de autoconhecimento nas sombras de seu passado triste e sombrio.
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Shirlei
Sofrer um pouco; é bom pra se redimir…
2023-12-29
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Ju ju
adoro quando pego um livro e não consigo parar de ler tenho um monte de coisa pra fazer mais tá muito bom que não tá dando não socorro 🥰🥰
2023-12-15
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Lucyanah Rizzieri Márcio Lourenço
é sempre assim trocam uma mulher que é guerreira, mãe, profissional, cuida da casa da família, por uma que a única preocupação é se o cabelo e as unhas está feita , ai quando vê a burrada promete mundos e fundos, vai te lascar seu frouxo
2023-10-24
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