Capítulo 5

Tínhamos acabado de chegar de viagem, era carnaval, tivemos alguns dias de folga e conseguimos fazer uma viagem curta, em família. Chegamos em casa e precisei do celular do Diogo para pegar o número de um prestador de serviço que havia trabalhado na nossa casa,para indicar a uma amiga. Peguei o celular e estava aberto em sua rede social,havia muito tempo que não tinha a curiosidade em olhar. No início do namoro eu tinha muito ciúme do Diogo, e tivemos várias discussões por isso. Sempre fui muito insegura, um trauma que trouxe dos antigos relacionamentos. Mas com o amadurecimento,isso mudou. No auge dos meus trinta e três anos, em um relacionamento saudável e confiável a quase quinze anos, nunca passou pela minha cabeça desconfiar do Diogo.

Mas,mesmo assim, por um impulso, abri as mensagens. E vi uma troca de mensagens, que até então não tinha nada demais. Mas algo acabou me chamando atenção,e eu fiquei meio cismada. Mas, só peguei o número de telefone que queria e coloquei o celular no lugar.

Por alguns dias,fiquei com aquilo martelando na minha cabeça, minha intuição sempre foi muito boa,não costumava falhar. Se aquilo estava me incomodando tanto,a ponto de me tirar o sono, tinha algum motivo.

Estávamos sentados ,assistindo TV na sala. Pedi o celular dele para abrir um aplicativo que no meu não estava abrindo. Assim que peguei o celular,uma notificação no nome da mulher que estava trocando mensagens com ele. Era um vídeo, com uma piada.

Celina - Sua amiga está mandando mensagem, responde.

Entreguei o celular na mão dele, ali eu já estava irritada. Algo dentro de mim gritava, como um alerta.

Diogo - Amor, é uma colega do trabalho.

Celina - Vocês estão muito íntimos não?

Diogo - Olha, eu vou até deixar de seguir ela. Para você ver que não tem nada aqui.

Só levantei e fui para o quarto. Ele veio logo em seguida.

Diogo - Celina, para! Não tem nada aqui.

Celina - Então me fala, porque do nada essa desconfiança gritando dentro de mim?

Diogo - Eu não sei! Única coisa que eu sei é que eu te amo, e sou leal a você. Para com isso!

Ele me abraçou, consegui me acalmar. Tivemos uma noite de amor incrível,como a muito tempo não tínhamos. Acordamos no dia seguinte,era um sábado, estava arrumando nosso quarto,enquanto ele aparava a grama no jardim. Seu celular estava carregando na mesinha de cabeceira, ouvi a notificação de mensagem. Levantei e peguei o celular. Meu coração gelou.

📱Marina - Bom dia ,meu amor!

Levei um tempo ali parada. Ela havia respondido uma mensagem que ele havia enviada. Na mensagem ele a chamava de meu anjo, e dizia que precisava conversar.

Desci as escadas correndo,fui até o jardim onde.ele.cortava a grama ouvindo música no fome. Puxei o fone com toda força de seus ouvidos.

Celina - Que porra é essa aqui , Diogo?

Ele olhou para o celular, vindo sangue sumir do seu rosto,ele estava pálido.

Diogo - Amor, calma!

Celina - Calma? Porque a sua colega de trabalho está te chamando de meu amor? Porque você mandou mensagem para ela a chamando de meu anjo, e depois apagou a mensagem para você?

Diogo - Celina, me ouve!

Celina - Fala a verdade , Diogo! Quem é essa mulher?

Diogo - Amor, nós nos conhecemos ano passado no trabalho. Começamos a conversar, nos aproximamos e começamos a nos gostar ...

Meu coração que estava acelerado, parou por alguns segundos. As lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos.

Diogo - Me escuta, deixa eu explicar...

voltei correndo para dentro de casa, fui para nosso quarto. Ele veio correndo atrás e conseguiu segurar a porta antes que eu fechasse. Sentei na cama e não conseguia parar de chorar. Ele se sentou ao meu lado.

Celina - Você ficou com essa mulher, Diogo?

Ele só balançou a cabeça afirmando que sim.

Celina - Você transou com essa mulher?

Novamente, ele balançou a cabeça afirmando.

Celina - Sai daqui, eu não acredito que você fez isso comigo. Você me traiu!

Diogo - Me escuta ,por favor. Foi só uma vez, aconteceu,não foi nada planejado. Me escuta ,amor!

Celina - Não me chama de amor! Eu te odeio, Diogo? Some daqui, pega suas coisas e some daqui.

Diogo - Celina, por favor. Não faz isso! Eu não vou sair daqui e te deixar assim.

Levantei, peguei minha bolsa que estava em cima da cama. Sai do quarto, ele veio atrás de mim. Peguei a chave do meu carro no porta chaves.

Diogo - Para onde você vai? Não vou te deixar sair assim dirigindo.

Ele segurou em meu braço,me soltei me afastando dele. Estava endurecida.

Celina - Nunca mais toque em mim de novo. Nunca mais!

Diogo - Amor, não faz isso.

Celina - Quando eu voltar,não quero vê você aqui,some Diogo. Vai atrás daquela vadia,com quem você se envolveu. Esquece que um dia me conheceu, acabou!

Sai dirigindo no automático, não sabia para onde ir,dirigi por quase duas horas,até chegar em uma praia. Estacionei o carro,sentei na areia, e ali chorei por horas até escurecer.

Não queria voltar para casa,não queria ver ninguém,só queria sumir por um tempo. Voltei para o carro,no celular milhares de ligações do Diogo, da minha melhor amiga e da mãe dele. Desliguei o celular, dirigir alguns metros, encontrei um hotel onde me hospedei. Não tinha se quer uma muda de roupa, tomei banho, vesti um roupão do próprio hotel e deitei na cama. Chorei até adormecer, meu mundo estava destruído.

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